Pneus são alguns dos pontos mais críticos; dê preferência aos novos
Divulgação/Bridgestone
Pneus são alguns dos pontos mais críticos; dê preferência aos novos

Em tempos de alta nos preços de manutenção automotiva, muitos motoristas buscam economizar com peças recondicionadas. Mas a escolha errada pode comprometer a segurança do veículo. 

O Portal iG conversou com o mecânico Mibson Braz Alves, que esclareceu quais itens podem ser usados com mais tranquilidade e quais representam risco grave ao carro e à vida dos ocupantes.


As peças que você nunca deve economizar

Segundo Mibson, existem componentes que jamais devem ser substituídos por peças recondicionadas, paralelas ou de procedência duvidosa.

Esses itens estão diretamente ligados ao sistema de direção, suspensão e frenagem — ou seja, são críticos para a segurança do veículo.

“Peças como amortecedores, setor de direção, articulações, terminais, pivôs, rolamentos e cilindros de freio exigem peças genuínas ou originais. A qualidade aqui faz toda a diferença entre a segurança e um acidente”, afirma o especialista.

Amortecedores são importantes para a boa estabilidade e evitar acidentes
Divulgação
Amortecedores são importantes para a boa estabilidade e evitar acidentes

Essas peças são responsáveis por manter a estabilidade e o controle do carro em curvas, frenagens e em terrenos irregulares.

Um pivô de suspensão mal recondicionado, por exemplo, pode se romper em movimento, causando perda total de controle do veículo.

O que pode ser recondicionado com mais segurança

Nem tudo precisa ser novo. Segundo Mibson, peças não ligadas diretamente à segurança — como alternadores, motores de partida e chaves de seta — podem ser recondicionadas com maior margem de confiança, desde que o serviço seja feito por oficinas especializadas.

“Essas peças não colocam a vida em risco caso apresentem falhas. Ainda assim, é preciso garantir que foram recondicionadas com critérios técnicos”, orienta o mecânico.

As categorias de peças no mercado

O consumidor precisa entender as diferenças entre os tipos de peças disponíveis:

  • Genuínas: fornecidas pela montadora, com logotipo oficial.
  • Originais: mesmas fabricantes das genuínas, mas sem o logotipo da montadora.
  • Paralelas/Genéricas: de marcas não homologadas pelas montadoras — qualidade inferior.
  • Recondicionadas: usadas que passaram por conserto em oficinas.
  • Remanufaturadas: usadas que passaram por processo industrial de restauração.
  • Usadas: vendidas como estão, sem garantia de procedência ou desempenho.
  • Mibson reforça: “Quando falamos em segurança, só genuína ou original. O barato pode sair muito caro.”

E os pneus? Atenção redobrada!

Em abril, pneus contrabandeados do Paraguai foram apreendidos em MS
Divulgação/Receita Federal
Em abril, pneus contrabandeados do Paraguai foram apreendidos em MS

O mecânico também faz um alerta sobre a compra de pneus remoldados, reencapados ou usados. O mercado oferece opções tentadoras, mas que muitas vezes comprometem a segurança.

Veja os tipos:

  • Novos: nacionais ou importados — sempre a melhor escolha.
  • Remoldados: pneu usado que recebe nova camada de borracha em toda a superfície.
  • Rechapados: recebe borracha apenas na banda de rodagem.
  • Frisados: pneus desgastados que têm os sulcos aprofundados manualmente. Extremamente perigosos.
  • Usados: verifique validade, bolhas, ressecamento e ovalização.

“O pneu é o único ponto de contato do carro com o solo. Se ele falha, tudo falha”, conclui Mibson.

A economia é válida — mas com critério. Para peças que envolvem segurança, não existe atalho confiável. Priorize sempre fornecedores de confiança e siga a recomendação do seu mecânico.

Dica final: peça sempre a nota fiscal e desconfie de preços muito abaixo do mercado.

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!