Corrida do GP da China
Divulgação/F1
Corrida do GP da China

Desde o surgimento, a Fórmula 1 entrega muita inovação para o automobilismo e chega até os carros de passeio. 

Em 2025, a categoria completa 75 anos e por isso o Portal iG listou 5 dos principais avanços que saíram das pistas e chegaram às ruas. Veja abaixo:

Câmbio semiautomático

Em 1º de fevereiro de 1989, a Ferrari revolucionou a Fórmula 1 ao lançar o modelo 640, primeiro carro da categoria com câmbio semiautomático.

Câmbio automatizado de embreagem
Divulgação
Câmbio automatizado de embreagem

Projetado por John Barnard, o sistema usava “borboletas” atrás do volante para trocar marchas eletronicamente, que exigia o uso da embreagem apenas na largada. A inovação aumentou a eficiência nas pistas e reduziu o desgaste dos pilotos.

Pouco depois, a tecnologia passou aos carros de rua. A Ferrari liderou mais uma vez com o F355 F1 em 1997. Outras marcas como Alfa Romeo, BMW, Volkswagen e Ford também adotaram o sistema, com nomes como Selespeed, SMG e I-Motion.

O DSG, lançado em 2003 no Golf R32, foi o primeiro de dupla embreagem a ganhar escala. Hoje, os automatizados tradicionais perderam espaço para soluções como o automático com conversor de torque, o CVT e os de dupla embreagem.

Freios ABS

Desenvolvido originalmente para aviões nos anos 50, o sistema ABS ganhou aprimoramentos cruciais na Fórmula 1 durante os anos 70 e 80, quando começou a ser testado em condições extremas de pista.

Luz do freio ABS
Reprodução
Luz do freio ABS

A sigla vem de “Anti-lock Braking System”, ou sistema de frenagem antitravamento. Ele impede que as rodas travem em frenagens bruscas, mantendo o carro sob controle e reduzindo o risco de derrapagem.

Nos anos 80, marcas como Mercedes-Benz e BMW começaram a aplicar a tecnologia nos modelos de luxo. Em 1985, o Ford Scorpio foi o primeiro carro de produção em larga escala com ABS de série.

No Brasil, o sistema se tornou obrigatório em 2014 para todos os veículos novos.

Suspensão ativa

Desenvolvida inicialmente pela Lotus nos anos 1980, mas levada ao extremo pela Williams no final da década. A tecnologia mudou como carros se comportavam nas pistas e também a percepção sobre o papel da eletrônica no automobilismo.

A suspensão ativa é um sistema que ajusta eletronicamente, em tempo real, a rigidez e a altura da suspensão de acordo com o comportamento do carro e das condições da pista.

Ao contrário dos sistemas passivos — que contam apenas com molas e amortecedores convencionais —, a suspensão ativa utiliza sensores, atuadores hidráulicos e um módulo de controle eletrônico para manter o carro estável e colado ao solo o tempo todo.

Apesar da proibição nas pistas a partir de 1994, sob alegação de dar foco ao piloto e não a máquina, a suspensão ativa seguiu evoluindo fora delas. Marcas como Citroën, Mercedes-Benz, Lexus e Land Rover adotaram variações do conceito em carros de passeio.

Hoje, o sistema é usado de forma adaptativa em veículos como o Mercedes Classe S, o Audi A8 e o Tesla Model S Plaid. 

Fibra de carbono

A história da fibra de carbono na indústria automotiva é inseparável da Fórmula 1. Criado originalmente para aplicações aeroespaciais, o material chamou atenção pela combinação única de leveza e resistência.

Chassi de modelos da McLaren são construídos totalmente em fibra de carbono
Divulgação
Chassi de modelos da McLaren são construídos totalmente em fibra de carbono

Mas foi só em 1981 que a McLaren decidiu apostar alto: lançou o MP4/1, o primeiro carro de F1 com monocoque totalmente feito em fibra de carbono.

A decisão, considerada ousada à época, veio das mãos de John Barnard. O objetivo era claro: reduzir o peso e aumentar a rigidez estrutural do carro sem comprometer a segurança.

John Watson, piloto da McLaren, sobreviveu na temporada de estreia da tecnologia a uma batida a mais de 240 km/h em Monza — e saiu praticamente ileso. A fibra de carbono havia passado no teste definitivo.

Nos anos seguintes, todas as equipes migraram para chassis de fibra de carbono e deu espaço para chegar às ruas.  A Ferrari F40 (1987), a McLaren F1 (1992) e o Porsche Carrera GT (2003) foram alguns dos primeiros a usar o material em larga escala fora das pistas.

Hoje, a fibra de carbono está presente em carros mais acessíveis em painéis, difusores, bancos e até rodas de carros de alto desempenho — seja pelo ganho de leveza, seja pela estética agressiva.

Volante com botões interativos

O volante já foi um componente puramente mecânico. Durante décadas, a única função era controlar a direção. Mas esse conceito mudou radicalmente — e muito disso se deve à Fórmula 1.

Controles do Honda Sensing
João Kerr/iG Carros
Controles do Honda Sensing

Embora não tenha sido a criadora da ideia, a categoria foi a principal responsável por popularizar os volantes multifuncionais e transformá-los em símbolo de desempenho, tecnologia e controle total.

Nos anos 80, algumas montadoras de luxo já flertavam com a ideia de colocar comandos básicos no volante. O Porsche 928, por exemplo, trazia controles de som integrados. Mercedes-Benz e BMW seguiram o mesmo caminho em modelos executivos.

Mas foi na Fórmula 1 dos anos 90 que o volante se tornou, de fato, um centro de comando. Em 1996, a Ferrari apresentou o F310 com botões integrados, e a evolução foi rápida.

Pilotos como Michael Schumacher usavam botões e seletores giratórios para controlar mapa de motor, freios, diferencial, comunicação com a equipe e até ajustes de suspensão. Tudo sem tirar as mãos da direção.

A partir dos anos 2000, praticamente todas as montadoras passaram a integrar comandos ao volante — inicialmente de som, telefone e piloto automático.

Mais tarde, vieram funções de assistência à condução, modos de direção e comandos do painel digital. Hoje, até carros populares trazem volantes multifuncionais.

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