Honda Civic Si 2025, uma das versões mais populares do modelo
Divulgação/Honda
Honda Civic Si 2025, uma das versões mais populares do modelo

Lançado em 1972, durante a crise do petróleo, o Honda Civic nasceu com uma missão clara: oferecer economia de combustível e mobilidade acessível. Naquele momento, o Japão intensificava esforços para consolidar a indústria automotiva no cenário internacional.

O modelo conquistou mercados pela eficiência, e logo se tornaria um símbolo de confiabilidade. 

O Portal iG lança nesta reportagem a série "Geração sobre rodas", onde vai contar a história dos modelos mais icônicos do Brasil e do mundo, da primeira à última geração. 

Honda Civic no Brasil

No Brasil, a história começou oficialmente na década de 1990, mas seu legado já se fazia presente muito antes disso, por meio de importações paralelas e uma certa admiração silenciosa.

Ao longo de onze gerações, o Civic se consolidou como um dos sedãs mais reconhecidos do mundo.

A engenharia evoluiu do carburador aos sistemas híbridos inteligentes, sem perder o foco na dirigibilidade e no uso urbano eficiente.

No país, foram sete gerações oficialmente vendidas, com momentos de destaque, como a nacionalização em 1997 e a chegada do motor turbo em 2016. A seguir, a trajetória de cada geração — global e brasileira.

1ª Geração (1972–1979) | Eficiência como resposta à crise

Honda Civic durante a 1ª geração
Divulgação/Honda
Honda Civic durante a 1ª geração

A primeira geração do Honda Civic nasceu em 1972 no Japão, impulsionada pela crise do petróleo e pela demanda por carros econômicos.

O modelo apresentava motor transversal 1.2 e tração dianteira, características que se tornariam marca registrada.

Compacto e leve, o Civic oferecia economia de combustível sem comprometer a dirigibilidade, tornando-se uma alternativa atraente aos grandes sedãs americanos da época.

O modelo não foi vendido oficialmente no Brasil, mas algumas unidades chegaram por importação independente. O porte e proposta ainda não condiziam com o mercado brasileiro da década de 1970, focado em veículos maiores.

Mesmo assim, já indicava uma nova filosofia de engenharia que se consolidaria décadas mais tarde.

Prós:

  • Baixo consumo de combustível;
  • Design funcional e compacto;
  • Mecânica simples e confiável.

Contras:

  • Baixo nível de segurança;
  • Interior espartano — simples e básico;
  • Desempenho limitado em rodovias.

2ª Geração (1979–1983) | Expansão com refinamento

Honda Civic durante a 2ª geração
Divulgação/Honda
Honda Civic durante a 2ª geração

A segunda geração chegou ao Japão em 1979 e marcou um avanço em acabamento, espaço interno e estabilidade. O motor ganhou mais cilindradas, passando a 1.3 e depois 1.5, enquanto a suspensão e o interior foram aprimorados.

O Civic passou a atender melhor as demandas de exportação, o que levou o modelo a ganhar força em mercados como Estados Unidos e Europa.

No Brasil, o modelo ainda não tinha distribuição oficial. Poucas unidades entraram por importação particular.

Apesar disso, a crescente popularidade do modelo fora do país já chamava a atenção e pavimentava o terreno para a futura entrada oficial.

Prós:

  • Melhoria no espaço interno
  • Direção mais precisa
  • Qualidade percebida superior à antecessora

Contras:

  • Pouca assistência técnica no Brasil
  • Design ainda conservador
  • Pouca potência nas versões básicas

3ª Geração (1983–1987) | Primeiros passos rumo à esportividade

Honda Civic durante a 3ª geração
Divulgação/Honda
Honda Civic durante a 3ª geração

Lançado em 1983, o Civic de terceira geração abandonou de vez o visual arredondado e adotou linhas retas, típicas da década. A carroceria hatch ganhou protagonismo, e o modelo apresentou melhorias em aerodinâmica, direção e suspensão.

O motor 1.5 passou a contar com comando de válvulas no cabeçote e carburador de corpo duplo em algumas versões.

Mais uma vez, o Brasil não teve presença oficial do modelo, mas a terceira geração ampliou a reputação global da Honda. Nos Estados Unidos, o Civic começava a ganhar status de '' cult '' entre jovens motoristas. A versão esportiva Si também estreou nesta geração.

Prós:

  • Direção e estabilidade evoluídas
  • Versões com desempenho acima da média
  • Maior confiabilidade

Contras:

  • Interior ainda simples
  • Ausência de airbag ou ABS
  • Dificuldade de importação para o Brasil

4ª Geração (1987–1991) | Design marcante e faróis escamoteáveis

Honda Civic durante a 4ª geração
Divulgação/Honda
Honda Civic durante a 4ª geração

A quarta geração modernizou o Civic. Lançada em 1987, trouxe um novo chassi, suspensão independente nas quatro rodas e carrocerias mais refinadas.

Destaque para os faróis retráteis no modelo hatch, que deram ao Civic uma identidade visual singular. O motor 1.6 SOHC com injeção eletrônica colocava o carro entre os mais avançados do segmento.

No Brasil, a geração chegou de forma limitada, via importação paralela. Ainda assim, causou impacto entre entusiastas, especialmente pelo visual esportivo. O modelo se tornaria o “primeiro Civic” conhecido por muitos brasileiros.

Prós:

  • Suspensão sofisticada
  • Visual inovador
  • Desempenho equilibrado

Contras:

  • Alto custo de manutenção no Brasil
  • Peças difíceis de encontrar
  • Pouca estrutura de assistência

5ª Geração (1992–1995) | Estreia oficial no país

Honda Civic durante a 5ª geração
Divulgação/Honda
Honda Civic durante a 5ª geração

Em 1992, a Honda iniciou oficialmente a importação do Civic para o Brasil. Com carrocerias sedã e hatch, visual arredondado e motor 1.5 ou 1.6, o modelo já trazia injeção eletrônica, ar-condicionado e direção hidráulica em versões mais completas.

A versão sedã, com câmbio automático, fez sucesso entre executivos e famílias urbanas.

O Civic da quinta geração consolidou uma base no Brasil como alternativa refinada aos médios da época. Embora mais caro, trouxe um padrão de acabamento superior à média nacional. 

Prós:

  • Acabamento de qualidade
  • Motorização moderna
  • Bom comportamento dinâmico

Contras:

  • Preço elevado
  • Seguro caro
  • Pouca rede de concessionárias à época

6ª Geração (1996–2000) | Nacionalização e expansão

Honda Civic durante a 6ª geração
Divulgação/Honda
Honda Civic durante a 6ª geração

Em 1997, a Honda inaugurou a fábrica em Sumaré (SP), e o Civic passou a ser produzido no Brasil. A sexta geração trouxe novo visual e motor 1.6 VTEC em versões mais equipadas.

O modelo ganhou espaço entre os sedãs médios e oferecia câmbio automático, direção hidráulica e ar-condicionado de série em várias versões.

A nacionalização reduziu o custo de manutenção e melhorou a disponibilidade de peças.

O modelo manteve a confiabilidade japonesa e passou a rivalizar com nomes como Corolla e Vectra. A qualidade de montagem chamou a atenção da imprensa especializada.

Prós:

  • Manutenção mais acessível
  • Direção leve e confortável
  • Acabamento superior à média nacional

Contras:

  • Design conservador
  • Itens de série limitados nas versões básicas
  • Ergonomia interior poderia ser melhor

7ª Geração (2001–2005) | Estabilidade e foco no conforto

Honda Civic durante a 7ª geração
Divulgação/Honda
Honda Civic durante a 7ª geração

Com novo motor 1.7 e câmbio automático de cinco marchas, o Civic da sétima geração reforçou o foco em conforto. A suspensão traseira McPherson substituiu os braços duplos e aumentou a suavidade no rodar. O design externo adotou linhas horizontais e discretas.

A geração teve boa aceitação entre clientes urbanos e famílias, especialmente pelas versões LX e EX. O modelo se consolidou como uma opção racional e confiável. Apesar disso, parte do público notou perda de esportividade. 

Prós:

  • Conforto em pisos irregulares
  • Bom espaço interno
  • Baixo índice de defeitos

Contras:

  • Perdeu apelo esportivo
  • Visual discreto demais
  • Posição de dirigir elevada

8ª Geração (2006–2011) | Estilo ousado e sucesso comercial

Honda Civic durante a 8ª geração
Divulgação
Honda Civic durante a 8ª geração

A oitava geração estreou em 2006 com visual inovador. Painel digital de dois andares, motor 1.8 flex e suspensão mais firme aproximaram o Civic do público jovem.

O modelo foi campeão de vendas e se tornou referência entre sedãs médios durante anos consecutivos.

Foi também a geração com maior aceitação no Brasil até então. O design arrojado, somado ao bom desempenho, tornou o Civic um símbolo de status e inovação tecnológica.

Prós:

  • Visual marcante
  • Motorização flex confiável
  • Dirigibilidade esportiva

Contras:

  • Altura baixa para lombadas
  • Painel com ergonomia questionada
  • Suspensão traseira dura

9ª Geração (2012–2016) | Segurança reforçada e menos ousadia

Honda Civic durante a 9ª geração
Divulgação/Honda
Honda Civic durante a 9ª geração

Lançada em 2012, a nona geração adotou visual mais discreto, o que dividiu opiniões. Por outro lado, trouxe importantes avanços em segurança e tecnologia. Controle de estabilidade e central multimídia estavam presentes nas versões topo de linha.

As vendas foram impactadas pela chegada de SUVs compactos e pela rejeição ao novo design. Ainda assim, manteve a reputação de confiabilidade e teve boas avaliações em pós-venda.

Prós:

  • Conforto acústico
  • Itens de segurança evoluídos
  • Consumo eficiente

Contras:

  • Estilo pouco atrativo
  • Interior sem grandes inovações
  • Perda de mercado para SUVs

10ª Geração (2016–2021) | Turbo e sofisticação estrutural

Honda Civic durante a 10ª geração
Divulgação
Honda Civic durante a 10ª geração

A décima geração marcou um reposicionamento. Com visual de fastback, motor 1.5 turbo e câmbio CVT, o Civic se aproximou de modelos premium. A plataforma global trouxe mais rigidez e leveza, o que melhorou o desempenho e consumo.

O novo padrão de construção levou o Civic a um patamar superior, mas também encareceu as versões mais equipadas. A versão Touring, por exemplo, passou a ultrapassar os R$ 120 mil.

Prós:

  • Motor turbo eficiente
  • Interior moderno e bem-acabado
  • Segurança ativa em versões topo

Contras:

  • Preço elevado
  • Porta-malas menor
  • Custo de revisão mais alto

11ª Geração (2022–hoje) | Híbrido e reposicionamento global

Honda Civic durante a 11ª geração
Luiz Forelli Santana/iG
Honda Civic durante a 11ª geração

Sem produção nacional, o Civic voltou ao Brasil em 2022 como importado da Tailândia. Traz motorização híbrida e:HEV com motor 2.0 e dois elétricos, totalizando 184 cv.

O sedã agora concorre em faixa superior de mercado, com foco em tecnologia e sustentabilidade.

A Honda reposicionou o modelo como alternativa ao Toyota Corolla híbrido, mas com valor acima de R$ 250 mil. Apesar da tecnologia de ponta, a demanda ficou restrita a nichos.

Prós:

  • Eficiência energética
  • Conjunto híbrido avançado
  • Acabamento premium

Contras:

  • Alto preço
  • Baixo volume de vendas
  • Perdeu protagonismo de mercado

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!