
Em diversos países, o código de trânsito vai além das práticas comuns de direção defensiva e segurança veicular. Algumas legislações locais preservam normas inusitadas, muitas vezes inspiradas por contextos culturais, ambientais ou históricos.
O Portal iG fez uma seleção de dez leis de trânsito, ainda em vigor, que destoam dos padrões convencionais.
Europa e Ásia
Começamos na Dinamarca onde, antes de ligar o motor, o motorista deve verificar se há crianças debaixo do carro. A norma tem respaldo na segurança infantil, especialmente em zonas escolares e áreas residenciais.
Já na Turquia, quem dirige embriagado e provoca acidentes pode receber uma punição educativa incomum: caminhar 32 quilômetros a pé, como forma de refletir sobre o ocorrido. A sanção, embora rara, é aplicada em algumas jurisdições locais como medida simbólica.
No Japão e no Reino Unido, por exemplo, o respeito ao pedestre seria elogiado por muitos aqui no Brasil. A legislação proíbe motoristas de molharem quem está a pé ao passarem por poças d’água, o ato é uma infração passível de multa.

Mas se os brasileiros veriam com bons olhos as leis do Reino Unido e Japão, o que dizer sobre a China? Em Pequim, os motoristas não devem parar para pedestres atravessarem a via. A regra é para evitar colisões em meio ao trânsito caótico e ao alto volume de bicicletas, apesar de contrariar princípios universais de prioridade ao pedestre.
Na Rússia, a preocupação recai sobre a limpeza dos veículos. Automóveis sujos podem levar multa. A interpretação da lei pode variar conforme o agente de trânsito, mas, em Moscou, a regra já se mostrou rígida: placas ilegíveis por sujeira são punidas com frequência.
País com mais leis estranhas
O Estados Unidos é um dos países com o maior número de leis estranhas no mundo. Isso só é possível pelas diferentes legislações estaduais que permite que algumas normas chamem a atenção pelo inusitado.
Em São Francisco, secar o carro com uma roupa íntima usada é proibido. O uso de peças novas, porém, é permitido já que não há nenhum artigo que impeça. Bem incomum, não é mesmo?
No estado do Missouri, apenas o proprietário do carro pode usar a buzina. Alugar ou emprestar um veículo não transfere esse direito temporariamente. E essa é uma de várias leis de trânsito que envolve buzinas.

No Tennessee, é permitido atirar em animais de dentro do carro — desde que o alvo seja uma baleia. A absurda exceção permanece no código legal, apesar de o estado não ter acesso ao mar.
Em Minnesota, é permitida a presença de gorilas dentro de carros, desde que ocupem exclusivamente o banco traseiro. O oposto ocorre em Massachusetts, onde o animal deve ser transportado no banco da frente. O que aparentemente ambos esqueceram é que gorilas não costumam viajar de carro.
Na Pennsylvania, uma lei do século XIX continua válida: condutores devem parar a cada milha (aproximadamente 1,6 km) e acender fogos de artifício para alertar o gado nas proximidades.
E no Brasil?

Em terras brasileiras, o Código de Trânsito Brasileiro proíbe buzinar em áreas urbanas das 22h às 6h. A infração é classificada como leve mesmo quando há risco iminente. O Artigo 227 impõe limites ao uso da buzina como instrumento de alerta noturno, mesmo que um pedestre distraído atravesse fora da faixa.
Essas leis, apesar de parecerem caricatas à primeira vista, tem peculiaridades que nasceram em contextos históricos e culturais específicos e, por hora, seguem válidas.