
Liderança em vendas, apelo entre jovens, reputação de confiável. O Corsa foi, por muitos anos, sinônimo de hatch urbano acessível e moderno.
Criado pela Opel na Europa, o compacto chegou ao Brasil no momento exato em que o consumidor buscava algo diferente dos veteranos Fiat Uno e Volkswagen Gol.
Ao longo de três gerações e diversas reestilizações, o Corsa se reinventou, atravessando décadas, segmentos e perfis de compradores.
Nesta reportagem, o Portal iG Carros lança mais um capítulo da série "Geração sobre rodas", em que conta a história dos modelos mais icônicos do Brasil e do mundo, da primeira à última geração.
1ª Geração (1993–2002) | O compacto global da nova era

O Chevrolet Corsa chegou ao Brasil em 1994, trazendo um design moderno e uma construção mais refinada que os concorrentes nacionais da época.
Derivado do Opel Corsa B europeu, o modelo foi adaptado para atender às demandas do consumidor brasileiro, oferecendo robustez e eficiência.
Diferenciando-se dos populares hatchbacks nacionais, o Corsa trouxe itens que eram raros na categoria, como ar-condicionado, direção hidráulica e sistema de injeção eletrônica, que garantiam melhor desempenho e economia de combustível.
Inicialmente equipado com motores 1.0 e 1.4, o compacto ganhou ao longo dos anos versões com motorização 1.0 16V, que melhorava a performance, e a esportiva GSi, com motor 1.6, destinada a consumidores que buscavam mais potência e estilo.

Além da carroceria hatchback, o Corsa se destacou pela diversidade de versões: sedã, perua (Corsa Wagon) e até uma picape leve, o Corsa Pick-up, que conquistou espaço entre frotistas e pequenos empresários.
O Corsa da primeira geração marcou uma nova era para a Chevrolet no Brasil, consolidando a marca como uma referência em carros compactos modernos, práticos e confiáveis, além de criar uma base sólida para as gerações seguintes.
Prós:
- Design arrojado e moderno
- Direção hidráulica nas versões mais caras
- Variedade de carrocerias
Contras:
- Espaço traseiro limitado
- Isolamento acústico modesto
- Consumo alto nas versões 16V
2ª Geração (2002–2012) | Crescimento e sofisticação

Com projeto global renovado, o Corsa ganhou nova geração em 2002. Mais largo, espaçoso e com design arredondado, o modelo passou a oferecer motores 1.0, 1.4 e 1.8 flex.
As versões sedã e hatch ganharam bom acabamento, painel digital parcial e ótimo comportamento dinâmico. A picape e a perua seguiram como modelos separados.
A edição Premium trazia bancos em veludo, rodas de liga leve e itens que o colocavam acima dos concorrentes diretos. Mesmo após o lançamento do Agile, o Corsa continuou em linha até 2012.

No mesmo período, o Corsa passou a ser oferecido na versão Classic, exclusivamente sedã. Essas versões tinham mudanças principalmente visuais, pois seguiam as características da primeira geração.
O modelo mantinha o visual da década anterior, mas com motor 1.0 VHC Flex eficiente e preço competitivo.
O Corsa Classic teve vida longa por sua robustez e baixo custo de manutenção. Em 2010, passou por leve reestilização e continuou no mercado até ser substituído pelo Chevrolet Prisma Joy em 2016.
Entre 2013 e 2016, o modelo foi importado da Argentina, não sendo mais produzido no Brasil.
Prós:
- Manutenção econômica
- Desempenho honesto com motor 1.0
- Fácil revenda
Contras:
- Visual defasado
- Equipamentos limitados
- Nível de segurança inferior aos novos modelos
Legado e despedida
O Corsa deixou de ser produzido no Brasil em 2012 na versão moderna, mas sua presença permaneceu por mais quatro anos com o Classic.
Ao todo, mais de 3 milhões de unidades foram vendidas no país, fazendo dele um dos carros mais populares da história nacional.
Seja como primeiro carro, opção de frota ou escolha racional, o Corsa moldou o gosto do brasileiro por hatches compactos, e segue nas ruas e na memória coletiva.
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