
O cilindro de Gás Natural Veicular (GNV) teria sido o responsável pela explosão em um posto de gasolina no Rio de Janeiro, no sábado (7).
A informação foi dos bombeiros, que averiguaram a situação e deram a possível causa do acidente.
Dois homens morreram com a explosão. O motorista do veículo, Guaraci Costa, de 64 anos, chegou a ser socorrido por bombeiros, mas não resistiu aos ferimentos.
O mesmo aconteceu com o frentista Paulo dos Santos, de 61 anos, que foi levado em estado grave para o Hospital Souza Aguiar, porém, não sobreviveu.
O acidente reacendeu uma questão importante: quais cuidados são necessários com o GNV? E, principalmente, como identificar falhas no sistema antes que elas se tornem fatais?
O que é o GNV e por que ele é popular?
O GNV é uma alternativa aos combustíveis líquidos, sendo utilizado em veículos convertidos para funcionar com esse tipo de energia.
É considerado uma opção mais econômica e menos poluente — o que atrai motoristas de aplicativo, taxistas e frotistas em geral. Além disso, o GNV proporciona maior autonomia e menor custo por quilômetro rodado.
Que tipo de carro pode usar GNV?
Tecnicamente, quase todo carro a combustão pode ser adaptado para o uso do GNV, desde que passe por uma instalação feita por empresas credenciadas pelo Inmetro e siga as normas estabelecidas por órgãos reguladores.
Modelos mais comuns para conversão incluem sedãs médios, compactos e utilitários que rodam longas distâncias diariamente.
Vale lembrar que carros já equipados de fábrica com tecnologia bicombustível (etanol/gasolina) também podem receber o kit GNV, se tornando veículos "triflex".
Contudo, o uso inadequado ou a instalação malfeita pode comprometer o desempenho e, principalmente, a segurança.
Principais cuidados com o sistema de GNV
Gildson Dantas, engenheiro mecânico, explica que "risco existe se não for tomado os cuidados técnicos recomendados, mas que os riscos podem chegar a zero".
A segurança do sistema de GNV depende de três pilares: instalação correta, manutenção periódica e abastecimento consciente. Abaixo, alguns cuidados essenciais:
Instalação
- Sempre procure empresas homologadas pelo Inmetro.
- O cilindro deve ser novo ou requalificado, com certificado válido.
- A instalação deve vir acompanhada de um CSV (Certificado de Segurança Veicular) emitido por um órgão técnico licenciado (ITL).
Manutenção
- O sistema de GNV exige revisões a cada 5 anos ou 20 mil km, dependendo do uso.
- É obrigatória a requalificação do cilindro a cada 5 anos.
- Vazamentos ou odores fortes devem ser imediatamente avaliados por um especialista.
Abastecimento
- Durante o abastecimento, todos os ocupantes devem sair do veículo.
- É proibido usar celular ou qualquer equipamento eletrônico.
- Jamais tente consertar válvulas ou adaptar peças por conta própria.
O que fazer em casos extremos?
Se houver vazamento perceptível de gás, o motorista deve:
- Desligar o motor imediatamente.
- Afastar-se do veículo.
- Acionar o Corpo de Bombeiros (telefone 193).
- Não tentar religar o carro nem usar isqueiros, lanternas ou celulares próximos ao local.
Em caso de incêndio ou explosão, o protocolo é o mesmo. Apenas profissionais treinados podem se aproximar de um cilindro sob risco.
O GNV é seguro?

Sim, desde que respeitados os critérios técnicos. O GNV é utilizado em diversos países com rigorosos padrões de segurança, como Itália, Argentina e Índia.
No Brasil, a maioria dos acidentes decorre de imprudência, manutenção negligenciada ou instalação clandestina.
Então, vale o alerta: o GNV não é perigoso, o perigo está no descuido.
O uso do GNV traz economia, mas não pode ser tratado como uma adaptação qualquer.
É um sistema de alta pressão que requer responsabilidade, conhecimento técnico e respeito às normas de segurança.
Se você utiliza GNV ou pretende converter seu carro, procure centros homologados, realize revisões frequentes e nunca ignore sinais de irregularidade. Afinal, prevenir custa menos do que lamentar.