Morador é indiciado após pintar faixa de pedestres em avenida nos EUA
Reprodução/Fox 8
Morador é indiciado após pintar faixa de pedestres em avenida nos EUA

Um ativista local foi acusado de contravenção após pintar uma faixa de pedestres improvisada em uma movimentada avenida de Charlottesville, em resposta à morte de uma mulher atropelada no local meses antes.

Kevin Cox, conhecido por sua atuação em defesa de pedestres, tomou a iniciativa de demarcar a travessia entre a Avenida Elliot e a Rua Second Southeast, cruzamento que havia sido alvo de reclamações devido ao alto fluxo de veículos e à ausência de sinalização adequada. O local ficou marcado por um atropelamento fatal em outubro de 2024.

“A velocidade dos carros é o maior problema. Eles dirigem rápido demais e ignoram os pedestres”, afirmou Cox, ao 29News.

Após diversos pedidos à prefeitura por melhorias na segurança viária, todos ignorados, o ativista decidiu agir por conta própria.

Faixa improvisada para evitar novos acidentes

No final de maio, com o apoio de moradores da região, ele desenhou uma faixa de pedestres utilizando marcador de linha e giz spray.

“Atravessei a rua com um marcador de linha e uma lata de giz spray, não de tinta”, relatou Cox.

A intervenção motivou reação imediata das autoridades municipais. Conforme relatório policial divulgado pelo próprio Cox à emissora 29News, o Departamento de Polícia de Charlottesville não conseguiu confirmar se o material utilizado era permanente.

Ainda assim, funcionários da cidade cobriram as marcações com tinta preta.

No mesmo dia da ação, Cox enviou um e-mail ao administrador municipal Sam Sanders. No texto, escreveu:

“Agora há uma faixa de pedestres sinalizada na Second Street e Elliot Avenue, apesar de você... É giz, não tinta. Por favor, substitua-a por uma de verdade.”

Na semana seguinte, o ativista foi contatado pela polícia e, no dia posterior, se apresentou voluntariamente ao departamento.

“O Sr. Cox se entregou ao CPD em referência a um mandado emitido em conexão com danos materiais na Elliot Avenue”, informou a porta-voz da cidade, Afton Schneider, por e-mail.

Cox foi formalmente acusado de destruição intencional de propriedade com valor inferior a US$ 1.000 — equivalente à R$ 5.540, na cotação atual —, infração classificada como contravenção, sujeita a até 12 meses de prisão e multa de até US$ 2.500 — quase R$ 13.800, na cotação atual.

“Eles me provocaram, isso não vai me impedir”, declarou.

A administração municipal foi procurada para comentar o caso, mas respondeu por meio de nota que, por se tratar de um processo judicial em andamento, não forneceria mais informações.

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