Toyota Corolla da geração atual
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Toyota Corolla da geração atual

cLíder mundial em vendas e com fama pela confiabilidade, o sedã  Toyota Corolla atravessa mais de meio século de história com doze gerações distintas.

Desde sua estreia no Japão, em 1966, o sedã evoluiu de um compacto popular para um dos modelos mais sofisticados do segmento médio.

No Brasil, a presença oficial começou na década de 1990, mas rapidamente se consolidou como referência em conforto, robustez e baixo custo de manutenção.

Nesta reportagem, o Portal iG apresenta mais um capítulo da série "Geração sobre rodas", que revela a evolução dos modelos mais icônicos do mundo automotivo, da primeira à atual geração. 

1ª Geração (1966–1970) | O compacto que inaugurou uma dinastia

Toyota Corolla durante a primeira geração
Reprodução/Wikipedia
Toyota Corolla durante a primeira geração

A primeira geração do Corolla foi lançada em um contexto de reaquecimento da economia japonesa, e se tornou rapidamente um sucesso local.

Com apenas 3,85 metros de comprimento, o sedã de duas portas atendia à demanda por um modelo leve, de consumo reduzido e manutenção simples. Seu motor 1.1 litro gerava 60 cv, o suficiente para a proposta urbana e eficiente do projeto.

O modelo se destacou entre os consumidores japoneses por sua dirigibilidade leve e robustez mecânica.

Ao contrário de concorrentes da época, trazia soluções práticas, como painel funcional, acabamento objetivo e dimensões ideais para o trânsito das grandes cidades.

Em pouco tempo, assumiu a liderança de vendas no Japão e passou a ser exportado para outros mercados asiáticos.

Mesmo com suas virtudes, o Corolla de primeira geração era modesto. Não havia qualquer requinte interno, e o desempenho era limitado em estradas ou subidas. Ainda assim, seu papel foi fundamental para estabelecer as bases do que viria a ser o sedã mais vendido do mundo.

Pontos positivos:

  • Consumo de combustível reduzido
  • Facilidade de manutenção
  • Preço competitivo

Pontos negativos:

  • Baixo desempenho em aclives
  • Espaço interno restrito
  • Equipamentos escassos

2ª Geração (1970–1974) | Crescimento e diversificação de carrocerias

Toyota Corolla durante a segunda geração
Reprodução/fotosevideosantigos.com.br
Toyota Corolla durante a segunda geração

A segunda geração do Corolla surgiu com linhas mais modernas e ligeiramente maiores.

O comprimento aumentou para 3,94 metros, e o modelo ganhou opções de carrocerias como hatch, perua e cupê, ampliando o apelo comercial. Os motores também foram atualizados, com opções entre 1.2 e 1.6 litro.

Nos mercados externos, essa geração teve papel importante na consolidação da imagem da Toyota como fabricante global.

A oferta de diferentes versões permitiu ao modelo atender desde usuários urbanos a pequenos comerciantes, e passou a ser considerado um carro familiar acessível.

Apesar das evoluções, o modelo ainda carecia de itens de conforto e segurança.

O interior mantinha simplicidade, e os freios traseiros a tambor comprometiam a performance em situações de frenagem mais exigentes.

Pontos positivos:

  • Variedade de carrocerias
  • Motorizacão diversificada
  • Aceitação internacional crescente

Pontos negativos:

  • Interior simples
  • Freios defasados
  • Falta de itens de conforto

3ª Geração (1974–1979) | Sedã ganha protagonismo global

Toyota Corolla durante a terceira geração
Reprodução/Evoke Classics
Toyota Corolla durante a terceira geração

A terceira geração consolidou a carroceria sedã como principal configuração do Corolla. Com linhas mais retas e modernas, o modelo buscava um apelo global e passou a ser amplamente exportado.

Foi também a primeira geração a contar com câmbio automático, uma transmissão de três marchas.

A Toyota trabalhou para ampliar o conforto e a robustez da suspensão, o que tornou o Corolla mais apto a enfrentar condições variadas de rodagem.

O motor 1.6 foi aprimorado e contribuiu para melhor desempenho em viagens e uso urbano. Em mercados como os Estados Unidos, o modelo passou a competir com sedãs compactos locais.

Em contrapartida, a evolução em design foi conservadora e o acabamento interno permaneceu rudimentar. A ergonomia ainda carecia de ajustes, e a ausência de equipamentos de segurança ativa era sentida.

Pontos positivos:

  • Câmbio automático como novidade
  • Suspensão mais robusta
  • Maior alcance global

Pontos negativos:

  • Acabamento simples
  • Design pouco arrojado
  • Ausência de segurança ativa

4ª Geração (1979–1983) | Crescimento estruturado e afirmação global

Toyota Corolla durante a quarta geração
Reprodução/Reddit
Toyota Corolla durante a quarta geração

A quarta geração marcou um ponto de inflexão no projeto do Corolla. Agora com mais de 4 metros de comprimento, o modelo recebeu importantes melhorias estruturais e avanços em isolamento acústico.

A aerodinâmica também foi beneficiada pelas novas linhas da carroceria, mais fluida e refinada.

Com foco crescente no mercado externo, a Toyota priorizou atributos como conforto, estabilidade e comportamento em estrada.

O motor 1.6, com novos ajustes, entregava desempenho satisfatório para um carro familiar da época, e o modelo passou a ser visto como alternativa real a sedãs compactos europeus.

Entretanto, a lista de equipamentos ainda não acompanhava a evolução estrutural.

Direção assistida e ar-condicionado estavam ausentes em muitas versões, e os freios mantinham configuração básica. Ainda assim, o Corolla continuava a se expandir em mercados exigentes.

Pontos positivos:

  • Isolamento acústico aprimorado
  • Estabilidade em rodagem
  • Conjunto mecânico confiável

Pontos negativos:

  • Falta de equipamentos de conforto
  • Direção pesada
  • Visual discreto demais

5ª Geração (1983–1987) | Tração dianteira e modernização gradual

Toyota Corolla durante a quinta geração
Reprodução/The Daily Drive
Toyota Corolla durante a quinta geração

Com a quinta geração, a Toyota adotou a tração dianteira como padrão, o que aumentou o espaço interno e a estabilidade do modelo.

O design retilíneo seguia as tendências da década, e o chassi mais leve contribuía para melhor desempenho e consumo. Em 1985, o Corolla alcançou a marca de 10 milhões de unidades produzidas.

O sedã continuou sendo a carroceria principal, mas a Toyota investiu em variantes hatch e perua para atender à demanda crescente por versatilidade.

O interior recebeu melhorias no acabamento e na ergonomia, embora ainda distantes de modelos mais sofisticados do mercado.

Apesar da evolução, a falta de inovações mais profundas fez o modelo perder terreno frente a concorrentes mais ousados. A segurança também seguia modesta, com ausência de freios ABS e airbags.

Pontos positivos:

  • Espaço interno otimizado pela tração dianteira
  • Eficiência de consumo
  • Opções de carroceria diversificadas

Pontos negativos:

  • Equipamentos de segurança ausentes
  • Interior pouco sofisticado
  • Estilo excessivamente conservador

6ª Geração (1987–1991) | Expansão internacional e novas opções mecânicas

Toyota Corolla durante a sexta geração
Reprodução/Wikipedia
Toyota Corolla durante a sexta geração

A sexta geração expandiu a presença do Corolla nos mercados americano e europeu. O modelo ganhou nova plataforma, suspensão mais refinada e opções mecânicas como motor turbodiesel e tráção integral, dependendo da versão e região.

As linhas externas ficaram mais arredondadas, antecipando as mudanças visuais da década de 1990.

Com esse novo posicionamento, a Toyota buscou ampliar o apelo entre consumidores que valorizavam durabilidade, mas também conforto e sofisticação.

O interior passou a contar com materiais de melhor qualidade, e surgiram opções com teto solar, bancos de veludo e transmissão automática com overdrive.

Apesar das melhorias, o modelo não chegou oficialmente ao Brasil. A falta de representação nacional e a limitada oferta de peças tornavam a aquisição menos atrativa para consumidores brasileiros, restringindo sua circulação à importação independente.

Pontos positivos:

  • Conjunto mecânico variado
  • Qualidade de acabamento superior
  • Suspensão mais refinada

Pontos negativos:

  • Ausência de versão oficial no Brasil
  • Manutenção onerosa por importação
  • Design ainda discreto

7ª Geração (1991–1995) | Estreia oficial no Brasil e rivalidade acirrada

Toyota Corolla durante a sétima geração
Reprodução/Wikipedia
Toyota Corolla durante a sétima geração

Foi com a sétima geração que o Toyota Corolla passou a ser vendido oficialmente no Brasil.  Lá fora, o modelo já havia evoluído em design e sofisticação, mas foi em 1994 que o sedã começou a construir sua reputação no mercado nacional.

Com motor 1.8 e linhas mais arredondadas, o carro chegou para disputar o segmento com o Honda Civic, estabelecendo uma das maiores rivalidades da indústria automotiva brasileira.

O modelo agradava principalmente pelo conforto de marcha e pela robustez mecânica, com motores duráveis e silenciosos.

Apesar da oferta limitada de versões, o carro encontrou seu espaço entre executivos e famílias de classe média alta.  A direção leve, a suspensão bem calibrada e a confiabilidade japonesa foram decisivas para sua boa recepção.

No entanto, o preço era elevado em relação aos concorrentes nacionais, e a lista de equipamentos era modesta nas versões básicas. A rede de concessionárias ainda era pequena, o que limitava o atendimento e o acesso a peças em algumas regiões.

Pontos positivos:

  • Confiabilidade mecânica reconhecida
  • Conforto de marcha superior
  • Boa aceitação no Brasil

Pontos negativos:

  • Preço acima da média
  • Poucos equipamentos nas versões de entrada
  • Rede de concessionárias limitada

8ª Geração (1995–2000) | Nacionalização e consolidação de mercado

Toyota Corolla durante a oitava geração
Reprodução/Inghamdriven
Toyota Corolla durante a oitava geração

Com a oitava geração, o Corolla começou a ser fabricado no Brasil, mais precisamente na planta de Indaiatuba (SP), a partir de 1998.

A nacionalização ampliou o acesso ao modelo e reduziu o custo de revisões e peças. O visual era simples, mas alinhado com o gosto do consumidor da época.

A versão brasileira manteve os atributos que fizeram do Corolla um sucesso mundial: motor confiável, câmbio suave e desempenho condizente com a proposta familiar.

O acabamento estava acima da média, e a ergonomia agradava. Ainda que discreto, o carro ganhava em durabilidade e baixa desvalorização.

Por outro lado, a falta de versões com design mais ousado e a ausência de tecnologias modernas limitaram o apelo do modelo entre consumidores mais exigentes. O projeto começava a dar sinais de cansaço diante de concorrentes mais atualizados.

Pontos positivos:

  • Produção nacional com bom padrão
  • Confiabilidade elevada
  • Baixo custo de manutenção

Pontos negativos:

  • Design datado
  • Falta de versões tecnológicas
  • Pouca diversidade de equipamentos

9ª Geração (2000–2006) | Expansão de mercado e campanha icônica

Brad Pitt, o garoto propaganda da 9ª geração
Divulgação
Brad Pitt, o garoto propaganda da 9ª geração

A nona geração ficou marcada pela expansão definitiva do Corolla como um best-seller global.

No Brasil, sua imagem foi impulsionada por uma campanha estrelada por Brad Pitt, que ajudou a associar o modelo à sofisticação. As linhas ganharam mais fluidez, e o interior recebeu melhorias em acabamento e espaço.

O carro oferecia bom desempenho com motor 1.8, câmbio automático e opção flex.

O conforto era destaque, com suspensão macia e bom isolamento acústico. A confiabilidade mecânica continuava a ser um de seus trunfos, assim como o alto valor de revenda.

Ainda assim, o modelo sofria críticas por sua direção excessivamente leve e comportamento pouco esportivo. A falta de controle de estabilidade e a central multimídia "rudimentar" também comprometiam o pacote.

Pontos positivos:

  • Conforto de rodagem
  • Reputação e valor de revenda
  • Confiabilidade reconhecida

Pontos negativos:

  • Direção pouco comunicativa
  • Ausência de controles eletrônicos
  • Central multimídia simples

10ª Geração (2006–2013) | Reforço no conforto e disputa com o Civic

Toyota Corolla da 10ª geração
Reprodução/Aleibras
Toyota Corolla da 10ª geração

O Corolla da décima geração chegou ao mercado com foco absoluto em conforto, ao buscar rivalizar diretamente com o Honda Civic, que ganhava espaço entre jovens consumidores.

O visual era conservador, mas o interior elevava o padrão de acabamento e ergonomia.

O modelo ganhou motor 2.0 em versões mais completas, além de opções com câmbio automático e direção elétrica. A suspensão mantinha a suavidade, ideal para uso urbano e viagens. As vendas seguiram em alta, com boa aceitação entre público mais conservador.

Por outro lado, a carroceria pouco ousada, o desempenho apenas regular e a falta de diferenciais tecnológicos colocavam o modelo em desvantagem frente a rivais mais atualizados.

Pontos positivos:

  • Conforto elevado
  • Direção e ergonomia agradáveis
  • Reputação mantida

Pontos negativos:

  • Visual excessivamente conservador
  • Pouca conectividade
  • Desempenho apenas mediano

11ª Geração (2013–2019) | Modernização e salto nas vendas

Toyota Corolla na 11ª geração
Divulgação
Toyota Corolla na 11ª geração

Com design mais agressivo e linhas bem marcadas, a 11ª geração representou uma tentativa da Toyota de aproximar o Corolla de um público mais jovem e exigente.

Equipado com central multimídia, seis airbags e controle de estabilidade, o modelo ficou mais competitivo.

O espaço interno aumentou, e o porta-malas seguiu generoso. A combinação entre conforto e confiabilidade permaneceu como marca registrada.

No Brasil, figurava entre os dez carros mais vendidos mesmo com preço superior aos hatches compactos da época.

Apesar disso, a ausência de uma versão esportiva e o comportamento mais voltado ao conforto seguiam como limitações. Internamente, o uso de plásticos duros gerava críticas.

Pontos positivos:

  • Equipamentos de segurança avançados
  • Espaço interno otimizado
  • Visual mais arrojado

Pontos negativos:

  • Interior com materiais simples
  • Falta de opção esportiva
  • Direção pouco comunicativa

12ª Geração (2019–hoje) | Híbrido flex e novo patamar tecnológico

Toyota Corolla na 12ª geração
Divulgação/Toyota
Toyota Corolla na 12ª geração

A atual geração do Corolla, lançada em 2019, representa um salto tecnológico.

Produzido sobre a plataforma global TNGA, o modelo estreou com a primeira versão híbrida flex do mundo. A segurança foi ampliada com pacote Toyota Safety Sense, e o acabamento subiu de patamar.

A proposta é clara: reposicionar o Corolla como um modelo semi-premium dentro do segmento de sedãs médios. O modelo ainda ganhou uma versão nova, modelo Cross.

Com motorizacão eficiente e consumo exemplar, o modelo tenta resistir ao crescimento dos SUVs. A direção precisa e a suspensão mais firme contribuíram para uma condução mais envolvente.

O ponto de atenção é o preço, que ultrapassa os R$ 150 mil nas versões topo. Além disso, perdeu espaço para os utilitários esportivos no gosto do consumidor, e algumas versões são percebidas como caras diante do que entregam.

Pontos positivos:

  • Motorizacão híbrida flex inovadora
  • Padrão elevado de segurança
  • Direção mais precisa

Pontos negativos:

  • Preço elevado
  • Menor apelo diante dos SUVs
  • Versões intermediárias pouco competitivas

Relevância duradoura

Com mais de 50 milhões de unidades vendidas globalmente, o Toyota Corolla permanece como um dos pilares da indústria automotiva.

A cada geração, o modelo se adapta às exigências do mercado sem abrir mão da confiabilidade, economia e funcionalidade que definem seu legado tanto no Brasil, quanto no mundo.

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–  Fiat Uno: todas as gerações do popular compacto nacional
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