Acidente envolveu 13 veículos na BR-101, em Santa Catarina
Divulgação/PRF
Acidente envolveu 13 veículos na BR-101, em Santa Catarina

A forte neblina que cobria a BR-101, em Sangão (SC), na manhã desta terça-feira (15), foi o pano de fundo para um engavetamento que envolveu cerca de 15 veículos.

O caso, que interditou a rodovia e deixou quatro pessoas feridas, reacende um alerta frequente em rodovias brasileiras: os riscos de dirigir sob visibilidade reduzida, especialmente nos meses de inverno.

Apesar de não haver confirmação oficial sobre a causa do acidente, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a concessionária ViaCosteira apontam a densa neblina como fator determinante.

A colisão em cadeia escancarou um cenário recorrente e muitas vezes subestimado pelos motoristas: a dificuldade de reação em trechos encobertos.

A visibilidade como fator crítico

Dirigir em meio à neblina é uma das situações mais perigosas para quem está ao volante.

Ao limitar o campo de visão e distorcer a percepção de distância, o nevoeiro cria armadilhas silenciosas: exige frenagens mais longas, reduz o tempo de reação e aumenta exponencialmente o risco de colisões em série, como o que ocorreu no km 365 da BR-101, em Sangão.

Especialistas alertam que a neblina, por si só, raramente é a única causa de acidentes. O fator determinante, quase sempre, é a manutenção da velocidade em condições inseguras, além da distância inadequada entre veículos.

Em situações extremas, como a registrada nesta terça, o engavetamento é consequência direta de um efeito dominó: o primeiro impacto, seguido de uma sequência inevitável de colisões.

Como dirigir com segurança na neblina

A neblina é mais comum no inverno, em especial nas primeiras horas da manhã.

Ainda assim, muitos motoristas ignoram os riscos e mantêm o padrão de direção como se o tempo estivesse claro. A PRF recomenda algumas medidas básicas:

  • Reduzir a velocidade de forma progressiva
  • Aumentar a distância entre os veículos
  • Usar farol baixo e farol de neblina, se disponível
  • Evitar ultrapassagens
  • Acionar o pisca-alerta apenas com o carro parado

Se a visibilidade estiver muito comprometida, o ideal é parar em local seguro, fora da pista, e aguardar a melhora das condições.

O papel do farol de neblina

Apesar de ser opcional, o farol de neblina é um importante aliado em situações como a enfrentada na BR-101.

Posicionado na parte inferior do veículo, ele emite um feixe de luz mais curto e baixo, ideal para iluminar o chão e as laterais da pista sem refletir nas partículas de água em suspensão.

O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) permite seu uso somente em caso de neblina, chuva intensa ou fumaça.

Usá-lo fora dessas condições pode gerar multa de R$ 88,38 e três pontos na CNH. Já trafegar apenas com ele ligado, sem o farol baixo, configura infração média (R$ 130,16 e quatro pontos).

O caso de Sangão não é isolado. Todo inverno, acidentes similares são registrados no Sul e Sudeste do país.

Em muitos deles, o padrão se repete: formação de neblina nas primeiras horas da manhã, tráfego intenso e motoristas despreparados para a mudança repentina das condições da estrada.

Rodovias federais e estaduais têm reforçado campanhas de orientação, mas o número de ocorrências segue elevado.

A falta de sinalização adequada em alguns trechos, combinada à imprudência, transforma fenômenos naturais em ameaças previsíveis e evitáveis.

O que aconteceu em Sangão

O acidente foi registrado às 7h13 (horário de Brasília), no sentido sul da rodovia. Se envolveram no caso cerca de 15 veículos, entre carros de passeio e caminhões.

Das vítimas, duas tiveram ferimentos leves, uma está em estado moderado e outra em estado grave. Outras 12 saíram ilesas.

A rodovia chegou a ficar totalmente interditada até as 10h, quando uma faixa foi liberada. O congestionamento, segundo a concessionária ViaCosteira, atingiu 6 km no sentido sul e 4 km no norte.

A ocorrência foi tratada como “atípica”, mas não inédita: episódios semelhantes já ocorreram na mesma região, em anos anteriores, quase sempre associados a neblina densa.

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