Imagem do acidente entre Porsche e Sandero em 2024
Reprodução / Redes sociais - 01/04/2024
Imagem do acidente entre Porsche e Sandero em 2024

Um Renault Sandero branco 2018, destruído há 16 meses na colisão com um Porsche Carrera a 136 km/h, virou centro de disputa judicial entre a família do motorista morto e a financiadora Aymoré.

O banco pede à Justiça autorização para recolher o veículo e quitar as 18 parcelas que restam no contrato.

O carro foi comprado em 2022 por R$ 37 mil, com entrada de R$ 6,1 mil e saldo dividido em 48 prestações de R$ 1,2 mil.

Após a morte do motorista de aplicativo Ornaldo Viana, em março de 2024, os pagamentos foram suspensos.

Sem seguro, o Sandero permanece em um estacionamento e, segundo a família, causa sofrimento diário por lembrar a tragédia.

O caso

A Aymoré sustenta que a inadimplência começou em abril de 2024 e afirma que, segundo entendimento recente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), basta o envio de notificação extrajudicial ao endereço do titular para caracterizar a mora, independentemente de quem a receba.

Por isso, pede apreensão imediata, com possibilidade de arrombamento e uso de força policial, e que, caso a dívida não seja quitada em até cinco dias após a apreensão, a propriedade seja transferida para o nome da instituição.

A defesa da família argumenta que, por se tratar de bem alienado fiduciariamente, a cobrança deveria ocorrer no inventário, e não de forma direta contra a viúva ou os filhos.

Além disso, afirma que o veículo está irrecuperável: a batida destruiu a estrutura, com deformações nas colunas e intrusão no habitáculo, inviabilizando qualquer reparo e reduzindo seu valor de mercado a praticamente zero.

O impacto ocorreu na Avenida Salim Farah Maluf, zona leste de São Paulo, onde o limite é de 50 km/h. De acordo com laudo pericial, o Porsche Carrera, avaliado em R$ 1,3 milhão, trafegava a 136 km/h no momento da colisão.

O condutor, o empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos, está preso desde maio de 2024 e responde por homicídio qualificado com dolo eventual e por lesão corporal grave ao passageiro que estava no carro de luxo.

A viúva, Francilene Morais de Caldas, em entrevista para O Globo, relata que recebe ligações de cobrança diariamente, assim como os dois filhos. Ela afirma que já pediu ao banco que retire o carro do estacionamento próximo à residência.

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