Phantom II
Reprodução/Site/Frank Dale
Phantom II

O modelo Phantom da luxuosa marca britânica Rolls-Royce completa 100 anos em 2025. Ao longo de oito gerações e com interrupções na produção em dados momentos, o Phantom é considerado um dos nomes mais antigos do mundo automotivo.

O centenário do modelo reflete o objetivo da própria Rolls-Royce em produzir automóveis de ponta com duração que ultrapassa décadas. 

Para o diretor-executivo da marca, Chris Brownridge, o Phantom tem a obrigação de "ser o carro mais magnífico, desejável e, acima de tudo, o mais natural do mundo — o melhor dos melhores" .

O modelo automotivo é fabricado desde 1925 e essa informação surpreende, principalmente, em tempos de obsolescência programada, quando tudo é planejado para durar pouco.

Celebração

As comemorações do centenário serão marcadas na Semana do Carro de Monterey, evento anual sediado na Califórnia, nos Estados Unidos.

A Rolls-Royce anunciou que irá montar e expor seis versões clássicas de cada geração do Phantom.

O evento ainda irá duelar os veículos no Pebble Beach Concours d'Elegance , clássico concurso de automóveis, em uma categoria exclusiva: “100 anos do Phantom”

Conheça abaixo as gerações desse ícone, que se tornou sinônimo de longevidade, qualidade e luxo:

Phantom I

Phantom I
Reprodução/Site/Petersen
Phantom I



Antes de 1925, a  Rolls-Royce tinha um número muito limitado e específico de clientes no Reino Unido. Naquela época, os veículos não recebiam um nome específico, mas apelidos.

Phantom, por exemplo, era somente uma indicação. Vale destacar que as montadoras não contavam com um catálogo recheado de opções, versões e configurações adicionais.

Então, a única maneira que os clientes da Rolls tinham de encomendar os veículos era por meio da descrição da cor, por exemplo: um Phantom verde ou prateado.

O primeiro modelo que contou com um nome fixo foi o New Phantom(Novo Phantom). Ele só foi revelado em 1925.

A Rolls-Royce supõe que o diretor comercial da marca naquela época, Claude Johnson, foi quem sugeriu esse nome. A ideia era incorporar aos veículos a sensação de equilíbrio, tranquilidade e, sobretudo, eternidade.

Durante a era clássica dos Rolls-Royces, que envolve desde a primeira até a sua quarta geração, os modelos eram personalizados. Ou seja, os veículos eram vendidos como chassis móveis, em que as carrocerias podiam ser montadas conforme o gosto do consumidor.

O Phantom I tinha duas versões entre-eixos: curta ou longa. Os sedãs ou as limousines, que só podiam ser conduzidas por motoristas profissionais, se enquadravam na primeira versão. Já os cupês e conversíveis “esportivos” estavam na segunda categoria e podiam ser dirigidos pelos proprietários.

Todos as versões eram equipadas com um motor de seis cilindros em linha de 7,7 litros, com válvulas no cabeçote e haste de pressão. Eram utilizadas molas de lâmina semielípticas na dianteira, enquanto – nas traseiras – molas cantilever. 

Com uma demanda muito superior às expectativas, a Rolls-Royce se viu obrigada a construir uma fábrica nos Estados Unidos. A cidade de Springfield, localizada no estado de Massachusetts, foi selecionada pela marca.

Para se ter ideia do sucesso da Rolls nos EUA: mais de um terço da produção total do Phantom I foi administrada na fábrica norte-americana e durou de 1925 a 1931.

Phantom II 

Phantom II
Reprodução/Site/Frank Dale
Phantom II



O Phantom II surgiu em 1929, época em que o mundo se viu sob a Grande Depressão. 

Em meio às incertezas provocadas pela crise econômica, a  Rolls-Royce introduziu a segunda geração do Phantom como resposta às montadoras Cadillac, Packard e Duesenberg, que haviam recém-lançado modelos voltados aos compradores de alto luxo.

Somente os clientes muito ricos conseguiram resistir às pressões financeiras e, por isso, entraram nos radares das marcas automotivas.

O Phantom II tinha um chassi aprimorado, visando melhorar a dirigibilidade e a qualidade dos passeios em estradas acidentadas, ou seja, aquelas repletas de buracos, curvas e pedras soltas. 

A Rolls decidiu manter o motor de seis cilindros em linha de 7,7 litros da primeira geração. Porém, adicionou um novo cabeçote de cilindro de fluxo cruzado, o que ampliou a potência para 120 cv. 

As principais novidades da segunda geração foram: a inserção de sincronizadores nas duas marchas superiores, e as molas traseiras que se tornaram semielípticas.

Durante 1929 e 1935, período em que o Phantom II foi fabricado, a Rolls-Royce lançou uma versão esportiva do veículo a pedido de Henry Royce, co-fundador da empresa.

Pela primeira vez, a Rolls deixou de lado o conforto e se concentrou sobre o desempenho do veículo. O modelo prometeu e entregou maior potência, leveza e aerodinâmica.


Phantom III 

Phantom III
Reprodução/Site/Frank Dale
Phantom III


A Rolls-Royce se viu ameaçada pelos concorrentes durante a década de 1930. As montadoras norte-americanas já estavam produzindo veículos com oito cilindros em V e em linha, enquanto a Rolls se via limitada a seis cilindros.

Nesse período de crise, surgiu a terceira geração do Phantom, que foi fabricada entre 1936 e 1939. 

O modelo contou com um motor V-12 de 7,3 litros, que conseguia gerar até 180 cavalos de potência. 60 cv a mais do que a segunda geração.

Com a dirigibilidade e o conforto aprimorados pela Rolls, os ocupantes dos novos carros podiam viajar confortavelmente a 160 km/h. 

O co-fundador Henry Royce exerceu forte influência sobre o planejamento e o desenvolvimento do Phantom III. Porém, morreu meses antes do lançamento.

Phantom IV

Phantom IV
Reprodução/Site/BWM Group Classic
Phantom IV



Com o advento da Segunda Guerra Mundial, a Rolls-Royce precisou interromper a sua produção de automóveis. A fabricação da marca se voltou totalmente aos armamentos utilizados pelos soldados.

Após o término do conflito, o Ocidente tinha outras prioridades do que comprar carros ultra-luxosos. 

A estratégia da Rolls foi desenvolver um Phantom voltado exclusivamente aos chefes de Estado e às realezas. 

O resultado desse direcionamento foi a fabricação de apenas 18 unidades do Phantom IV. Entre as clientes, estavam a Rainha Elizabeth II e a sua irmã, a princesa Margaret.

A quarta geração do Phantom, que descolou da produção em série, contava com motores de oito cilindros em linha de 5,7 e 6,5 litros. 

O modelo era adequado para passeios em baixa rotação, ou seja, que exigiam baixa velocidade. 

A fabricação durou de 1950 a 1956.

Phantom V

Phantom V que pertenceu ao beatle John Lennon
Reprodução/Site/Motor Recing
Phantom V que pertenceu ao beatle John Lennon


A quinta geração do Phantom se manteve nas garagens de monarcas e celebridades, destacadamente as da indústria musical. 

John Lennon chegou a comprar uma unidade em 1964. O beatle pintou o veículo e equipou toca-discos e alto-falantes externos. Quatro anos depois, comprou outro modelo, desta vez todo branco. 

Elvis Presley, lenda do rock, também comprou um Phantom V. A sua unidade continham telefone e microfone. 

O Rolls-Royce era movido por um motor V-8 de 63 litros com transmissão automática de quatro marchas da GM.

A sua fabricação foi iniciada em 1959 e encerrada nove anos depois, em 1968.

Phantom VI

Phantom VI
Divulgação/Rolls-Royce
Phantom VI


Ao longo de 22 anos de produção, apenas 374 unidades da sexta geração foram encomendadas.

Vale destacar que apenas seis Phantom VI foram fabricados na década de 1980.

O novo modelo ostentou sistemas de aquecimento e de ar-condicionado na época do seu lançamento.

Além disso, era equipado com suspensões a ar e freios a tambor hidráulicos de alto pressão com dois cilindros mestres.

O Phantom VI foi fabricado entre 1968 e 1990.

Phantom VII

Phantom VII
Divulgação/Rolls-Royce
Phantom VII


A sétima geração do Phantom surgiu em meio a desafios na Rolls-Royce. 

A fabricante britânica enfrentava crises fiscais, a separação com a Bentley e a sua aquisição pela BMW.

O Phantom VII foi todo desenvolvido em segredo. O único pedido da alta cúpula da Rolls ao designer foi que o veículo tivesse rodas grandes.

Com o design semelhante a um cofre de banco, o Phantom VII tinha um motor de 6,75 litros, desta vez um V-12 biturbo.  

Somente 550 Phantom Coupés foram encomendados durante o seu período de fabricação, iniciado em 2006 e encerrado em 2016.

Phantom VIII

Phantom VIII
Divulgação/Rolls-Royce
Phantom VIII



De 2017 para cá, a Rolls-Royce tem oferecido ao mercado o Phantom VIII. O seu custo é de US$ 500.000 (cerca de R$ 2.7 milhões). 

Com um design revolucionário, a oitava geração conta com massageadores elétricos para os pés, bancos com aquecimento e painéis multimídia distribuídos no interior do veículo.

Além disso, os clientes da Rolls têm o direito de escolher o tamanho da carroceria do Phantom VIII

Ou seja, tudo ao gosto do freguês.

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!