
Os emplacamentos de veículos caíram 5,9% em agosto frente a julho, totalizando 431.079 unidades, de acordo com balanço da Fenabrave divulgado nesta quarta-feira (03).
Apesar da retração, o mês registrou o melhor desempenho desde 2013 e o acumulado de 2025, com 3,22 milhões de unidades, é o mais alto desde 2014.
A queda mensal foi explicada pela menor quantidade de dias úteis — 21 em agosto contra 23 em julho. Mesmo assim, a média diária subiu para 20.527 veículos, superando a de julho (19.914).
Segundo o presidente da Fenabrave, Arcelio Junior, o ritmo de vendas aponta para a manutenção das projeções de crescimento anual, embora juros elevados e desaquecimento econômico possam limitar o avanço.
Segmentos em movimento
O destaque do mês foi o desempenho dos automóveis, que somaram 172,2 mil unidades, recuo de 5,2% em relação a julho, mas ligeira alta de 0,8% na comparação anual.
Já os comerciais leves, como picapes e furgões, caíram 12,5% em agosto. Caminhões e ônibus tiveram quedas mais fortes, acima de 15% sobre julho.
O segmento de motocicletas manteve fôlego: foram 185,4 mil emplacamentos, retração de 4% no mês, mas crescimento expressivo de 13,1% frente a agosto de 2024.
No acumulado, as motos já superam 1,4 milhão de unidades vendidas, alta de 12,3% em relação ao ano anterior.
Marcas e modelos mais vendidos
Entre os automóveis, o Volkswagen Polo liderou agosto com 12,9 mil unidades, seguido pelo Fiat Argo (10 mil) e pelo Toyota Corolla Cross (7,7 mil).

No segmento de comerciais leves, a Fiat Strada manteve folga na liderança, com 11,8 mil emplacamentos — mais que o dobro da segunda colocada, a VW Saveiro.
No acumulado de janeiro a agosto, Polo, Argo e T-Cross ocupam as três primeiras posições entre os carros, enquanto a Strada segue isolada entre os utilitários.
Desempenho por região
O Sudeste concentrou mais da metade das vendas nacionais de automóveis e comerciais leves em agosto, com 55,8% do total.
Sul (16,9%) e Nordeste (16,2%) vieram na sequência. Norte e Centro-Oeste ficaram abaixo de 10% cada.
Projeções e desafios
A Fenabrave manteve as projeções de crescimento para 2025 divulgadas em julho e fará nova revisão em outubro.
O setor aposta em fechar o ano com alta superior a 5%, mas alerta para riscos ligados ao crédito caro e à economia mais fraca.
Segundo Arcelio Junior, os resultados até agora dão confiança:
“O que nos anima é termos o melhor agosto em mais de uma década e o melhor acumulado desde 2014”, disse. Ainda assim, ponderou que “juros elevados e retração econômica podem afetar a demanda nos próximos meses”.