Peugeot 206
Divulgação
Peugeot 206

Lançado na Europa em 1998 e vendido aqui a partir de 1999, o Peugeot 206 marcou presença no Brasil ao combinar design assinado pela Pininfarina e acerto dinâmico acima da média.

Produzido em Porto Real (RJ) desde 2001, o modelo ganhou ampla gama de versões, reestilização em 2004 e encerrou a trajetória nacional em 2009.

A história do 206 no Brasil começa com lotes importados e se consolida com a produção local, quando a Peugeot passa a disputar volume entre compactos.

A virada de 2004 introduz motor 1.4 flex e visual revisto; depois vêm perua SW (inclusive Escapade) e câmbio automático em versões 1.6. O ciclo fecha com a transição para o 207 em 2008/2009.

Nesta reportagem, o  Portal iG Carros apresenta mais um capítulo da série “Geração sobre rodas”, revisitando a trajetória da 206 — da estreia em 1998 à descontinuação.

Estreia e nacionalização (1999–2003): chegada, acerto e consolidação

O 206 desembarcou por aqui em 1999, inicialmente importado da França e, na sequência, da Argentina.

A proposta unia dimensões de hatch compacto e uma lista de itens competitiva, mirando rivais como Volkswagen Gol, Fiat Palio, Ford Fiesta e Renault Clio.

No início, a gama brasileira girava em torno do 1.6 8V a gasolina e das versões Passion, Soleil e Rallye.

Em 2000, o catálogo ganhou o 1.6 16V (110 cv), que puxou o desempenho para cima e reforçou a imagem de “bom de dirigir”.

Peugeot 206
Divulgação/Peugeot
Peugeot 206

A virada industrial ocorreu em 2001, com a nacionalização em Porto Real (RJ).

A produção local permitiu ampliar a oferta: além do 1.6 16V, o mercado recebeu o 1.0 16V de origem Renault e a série Selection, mantendo preços competitivos.

Ainda nessa fase, o desenho com faróis afilados e traseira alta, assinatura da Pininfarina, tornou-se um diferencial estético do segmento.

O acerto de suspensão priorizou estabilidade, sem abrir mão do conforto para uso urbano diário.

Reestilização e motores flex (2004–2006): facelift único, 1.4 e novas versões

Em 2004, veio a única reestilização nacional do 206. Os faróis passaram a ter lente lisa de policarbonato, as lanternas foram redesenhadas e o emblema do leão cresceu, migrando de posição na tampa traseira — mudanças visuais que atualizaram o projeto sem descaracterizá-lo.

A Peugeot encerrou o 1.0 e apostou no 1.4 flex (80/82 cv), vendendo-o no “território” de preço dos 1.0 concorrentes.

A estratégia elevou o custo-benefício: mais motor por cifra semelhante, sem perder o foco em economia.

As versões adotaram nova lógica de acabamento: Sensation (base), Presence (intermediária) e Feline (topo).

A esportiva Rallye seguiu até 2006, sempre associada aos motores 1.6 e a detalhes de pegada mais dinâmica.

Peugeot 206
Divulgação/Peugeot
Peugeot 206

Enquanto isso, a linha europeia ganhava derivados como o conversível 206 CC e, globalmente, evoluía a oferta de potências — no Brasil, algumas configurações chegaram via importação em tiragens pequenas, mantendo o 206 em evidência entre entusiastas.

Derivados, câmbio e despedida (2005–2009): SW, Escapade, automático e transição ao 207

A família cresceu em 2005 com a perua 206 SW produzida localmente. Espaçosa para o porte, ela mirou clientes familiares e, logo depois, deu origem à Escapade, com suspensão elevada e apliques plásticos, surfando a tendência aventureira.

Peugeot 206 SW
Reprodução
Peugeot 206 SW

Em 2007, a versão Feline 1.6 recebeu câmbio automático de quatro marchas (AL4) com função Tiptronic e piloto automático, opção voltada a ampliar o apelo urbano. A série Moonlight, com teto solar elétrico, adicionou charme ao catálogo.

No mesmo período, a Allure combinou motor 1.6 e rodas de 15”, enquanto o 206 SW manteve boa presença regional, sobretudo entre quem precisava de porta-malas maior sem migrar para SUVs então mais caros.

A despedida começou em 2008, quando a marca lançou na América Latina o 207 — uma reestilização profunda do 206 — e manteve o veterano por um tempo como opção de entrada.

Em novembro de 2009, o 206 saiu de linha em Porto Real, após uma década no mercado brasileiro.

Legado e por que ainda importa

O 206 elevou o patamar de design entre compactos e consolidou a fábrica de Porto Real. As soluções de acabamento, a posição de dirigir baixa e o conjunto de suspensão firme ajudaram a formar uma base fiel de fãs.

A estratégia do 1.4 flex em preço de 1.0 mostrou um caminho de valor que vários rivais seguiriam. As séries especiais (Rallye, Quiksilver, Moonlight) e a SW/Escapade deram fôlego comercial e diversidade real de público.

Mesmo após o fim da produção nacional, o modelo manteve presença forte no mercado de usados, graças ao desenho marcante e ao custo de entrada relativamente acessível nas versões 1.4 e 1.6.

Globalmente, o 206 pavimentou a ascensão da marca na virada dos anos 2000 e, em competições, deu vitórias à Peugeot no WRC — referência que ajudou a construir sua aura entre os entusiastas, ainda que esses carros de corrida não tenham ligação direta com os vendidos aqui.

    Comentários
    Clique aqui e deixe seu comentário!
    Mais Recentes