Aston Martin Valkyrie
Divulgação/Aston Martin
Aston Martin Valkyrie

A Aston Martin concluiu o primeiro ciclo de avaliação do Valkyrie adaptado ao regulamento Le Mans Hypercar (LMH).

Derivado do modelo de rua, o carro recebeu ajustes estruturais, mapas restritos de potência e novos parâmetros eletrônicos, e acumulou mais de 35.400 km em uso intensivo ao longo do ano.

O programa, conduzido pela equipe Aston Martin THOR,  se concentra na adequação do hipercarro ao limite de 500 kW previsto pelo LMH e na validação do chassi em fibra de carbono sob condições de longa duração.

A fabricante projeta incorporar parte dos "aprendizados" em atualizações planejadas para 2026.

Arquitetura e adaptações do V12

O Valkyrie de competição mantém o motor V12 aspirado de 6,5 litros como base, mas opera com limites eletrônicos impostos pelo regulamento.

Aston Martin Valkyrie
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Aston Martin Valkyrie

O conjunto, que na versão de rua supera 1.000 cv, trabalha com teto de 680 cv na categoria LMH.

O objetivo é garantir estabilidade entre projetos com arquiteturas distintas e permitir comparabilidade técnica entre fabricantes.

Além das restrições de potência, o mapeamento de torque, a resposta do acelerador e o gerenciamento térmico foram recalibrados para suportar ciclos prolongados de operação contínua.

Segundo a equipe técnica, o foco está em preservar eficiência, consumo e durabilidade, elementos que são essenciais para validar o conjunto antes das atualizações previstas.

A unidade permanece acoplada a uma estrutura central reforçada, que passou por ajustes no posicionamento de componentes, aumento de rigidez em pontos estratégicos e revisão dos dutos de refrigeração.

Essas mudanças atendem às demandas de operação contínua em ambientes de elevada carga aerodinâmica.

Chassi, aerodinâmica e partes compartilhadas com o modelo de rua

O projeto conserva a filosofia estrutural do Valkyrie homologado para vias públicas, com monocoque de fibra de carbono e proporções semelhantes às do hipercarro original.

Aston Martin Valkyrie
Divulgação/Aston Martin
Aston Martin Valkyrie

A versão LMH adota alterações no assoalho, nas entradas de ar e no sistema de refrigeração, mas mantém elementos fundamentais de geometria e distribuição de massas.

O pacote aerodinâmico foi ajustado para operar dentro dos limites definidos pelo regulamento, com redução de superfícies móveis e adoção de componentes padronizados.

As mudanças incluem modificações no difusor traseiro e nas seções laterais, para priorizar estabilidade e menor sensibilidade a variações de temperatura e desgaste dos pneus.

A Aston Martin aponta que a manutenção de partes compartilhadas reduz custos de desenvolvimento, facilita a produção de peças substitutas e acelera ciclos de validação, o que permite o comportamento do veículo seja analisado em cenários extremos ainda no primeiro ano do programa.

Programa industrial e próximos passos para 2026

Ao longo de sete etapas de testes e quase 35.400 km acumulados, o Valkyrie passou por avaliações de resistência estrutural, eficiência aerodinâmica e repetibilidade de comportamento.

Os dados coletados serão usados para ajustar componentes do trem de força, rever parâmetros eletrônicos e aprimorar a integração do chassi com o V12 limitado.

A fabricante pretende ampliar o conjunto de avaliações em 2026, com foco em durabilidade, otimização de consumo e análise de desgaste de sistemas auxiliares.

O plano é consolidar um pacote técnico que permita manter elementos derivados do hipercarro de rua em futuras atualizações, para reforçar a estratégia industrial de utilizar plataformas comuns.

A Aston Martin também estuda aplicar parte do aprendizado em projetos de série, especialmente em soluções de refrigeração, eletrônica embarcada e calibrações de motor.

O objetivo, segundo a montadora, é aproximar produtos de rua e programas de validação técnica, e manter ciclos de desenvolvimento integrados.

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