
O Toyota Yaris, em suas versões hatch, sedã e Cross, recebeu duas estrelas na nova rodada de testes do Latin NCAP publicada em dezembro.
As unidades fabricadas no Brasil, Tailândia e Indonésia passaram por impacto frontal, lateral, teste de poste e análises de proteção infantil e de pedestres.
As notas ficaram entre 54% e 77% nos quatro pilares, o que não atende aos requisitos mínimos para uma terceira estrela exigidos pelo protocolo atual.
As três configurações tem em comum seis airbags e controle eletrônico de estabilidade de série, mas carecem de sistemas avançados obrigatórios para notas superiores, como frenagem autônoma disponível em todas as versões e interruptor para desativação do airbag do passageiro.
Estrutura e impacto frontal limitam hatch e sedã
As versões hatch e sedã tiveram 66% na proteção do ocupante adulto. Nos testes frontais, o programa apontou estrutura instável, incapaz de suportar cargas adicionais em acidentes mais severos.

O tórax do motorista recebeu classificação "marginal", e joelhos de ambos os passageiros podem atingir áreas rígidas atrás do painel. A área dos pés também foi avaliada como instável.
No teste de impacto lateral, a cabeça e a pelve tiveram boa proteção, enquanto tórax e abdômen ficaram apenas como adequados.
No teste de poste, o tórax manteve desempenho limitado, o que impediu o aumento da nota final.
Yaris Cross tem melhor comportamento na lateral, mas falha em requisitos-chave
O Yaris Cross registrou 77% para adultos e 69% para crianças, desempenho superior ao hatch e ao sedã, mas ainda insuficiente para três estrelas.

A estrutura foi considerada estável no teste de impacto frontal, com boa proteção para cabeça e pescoço.
No impacto lateral, houve proteção boa para todas as regiões, embora o teste de poste tenha mostrado baixa proteção para o tórax, fator que reduz a pontuação global.
O programa também destacou ausência de AEB obrigatório: embora o sistema exista como opcional, não cumpre os critérios de disponibilidade e instalação mínima.
Sistemas infantis e proteção ao pedestre
Os três modelos registraram entre 64% e 69% na proteção infantil. Em impactos frontal e lateral, os dummies de 1,5 e 3 anos voltados para trás ficaram totalmente protegidos.
Contudo, hatch e sedã falharam na instalação de sistemas de retenção infantil no banco dianteiro e na posição central traseira, enquanto o Cross apresentou falha na sinalização do airbag para SRIs voltados para trás.
Nenhuma das versões conta com desativação do airbag do passageiro como item padrão.
O hatch e o sedã não atendem ao regulamento UN127 para proteção de pedestres, com áreas de impacto na cabeça classificadas entre "marginal" e "adequada" e pontos "pobres" próximos aos pilares A.
No Cross, o veículo cumpre o regulamento, mas apresenta zonas fracas na borda do para-brisa e desempenho fraco para a parte superior da perna.
Nos três modelos, AEB urbano, interurbano e para pedestres não atendem aos requisitos para pontuação, e itens como limitador de velocidade e detecção de ponto cego não são oferecidos. O teste do alce registrou 85 km/h para hatch/sedã e 105 km/h para o Cross.
O que os resultados indicam para a linha Yaris
A Toyota mantém produção regional do Yaris com foco em mercados emergentes, mas o desempenho de duas estrelas revela limites técnicos da plataforma nas versões compactas.
O Cross, mais recente, melhora rigidez e comportamento lateral, porém continua aquém do padrão exigido para três ou quatro estrelas sob o protocolo atual, especialmente pela ausência de tecnologias avançadas como AEB de oferta plena.
Para avanços futuros, ajustes estruturais, revisão de pontos de impacto de pedestres e disponibilização de assistências ativas em todas as versões são aspectos que podem influenciar positivamente avaliações posteriores.