Flagrado em testes, o novo Volkswagen Jetta virá com design similar ao Virtus, mas ainda importado do México
Marcelo Felix/AutuBuzz
Flagrado em testes, o novo Volkswagen Jetta virá com design similar ao Virtus, mas ainda importado do México

Desde o começo do ano, a presença de alguns modelos camuflados tem sido uma constante no ABC paulista e no interior de São Paulo. Se você cruzar com um deles, e for do tipo sedã de médio porte, pode cravar que é a nova geração do Volkswagen Jetta, como esse das fotos enviadas pelo leitor de AutoBuzz, Marcelo Felix. O ritmo de testes está acelerado, pois a VW pretende lançar o modelo no segundo semestre, antes mesmo do Salão do Automóvel, entre os dias 8 e 18 de novembro.. A exemplo da VW, marcas como Citroën, Nissan, Kia e Mitsubishi apostam na recuperação deste segmento, que anda um tanto em baixa desde a ascensão dos SUVs.

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A cautela da VW diminuiu desde janeiro, quando o novo Volkswagen Jetta foi revelado no Salão de Detroit (EUA). Mesmo assim, a montadora procura disfarçar, pois ainda tem uma quantidade razoável do modelo anterior em suas lojas. Ela precisa gerenciar a esse estoque até a chegada da novidade, o que não vem sendo fácil desde a chegada do VW Virtus nacional, há menos de dois meses.

Explico: o Virtus tem porte quase idêntico ao do Jetta que está saindo de linha, o que leva muitos potenciais compradores de sedã a escolher a novidade derivada do Polo, com visual mais moderno. Em dois meses, o Virtus já vendeu mais de 4 mil unidades. O Jetta, em quase três meses, não passou de 1.500. O novo Jetta usará a mesma e moderna arquitetura MQB da família Polo, porém alongada. Ele é um pouco maior que o anterior, mas não muito (cresceu 3 cm em entre-eixos, indo a 2,68 m). O espaço interno melhorou, enquanto o porta-malas foi mantido em 510 litros.

A intensidade de testes se justifica pela necessidade de adaptar a suspensão do modelo, que virá do México (não será mais produzido no Paraná). E principalmente calibrar o motor 1.4 TSI flex de 150 cv, hoje usado apenas no Golf (o Jetta ainda usa motor só a gasolina). A grande dúvida é em relação ao câmbio que será utilizado. Fala-se em uma nova caixa de oito marchas, mas ela ainda não está disponível no Jetta mexicano, o que sugere a manutenção do tradicional câmbio automático de seis marchas. Não se sabe também se será mantido o motor 2.0 TSi de 211 cv na versão topo de linha.

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Os preços da novidade deverão ficar perto de R$ 100 mil, com um pacote de equipamentos bem recheado, incluindo um amplo teto solar visto no carro flagrado. Como a versão mais cara do Virtus custa R$ 80 mil (mesmo preço do atual Jetta de entrada), a ideia é afastar um pouco o sedã para uma faixa superior, mas suficiente para manter uma boa briga com Toyota Corolla, Chevrolet Cruze e Honda Civic. 

E como fica o segmento de sedãs médios? 

Toyota Corolla continua sendo o líder disparado de vendas do segmento de sedãs médios no mercado brasileiro
Renato Maia/Falando de Carros
Toyota Corolla continua sendo o líder disparado de vendas do segmento de sedãs médios no mercado brasileiro

O segmento de sedãs não foi muito afetado com a invasão dos SUVs, mas sofreu um pouco. Obviamente não foi dizimado como o dos hatches médios e das peruas, por exemplo. Mas a participação no bolo, que era de 8,8% em 2015, caiu para 8,3% no ano passado. Neste começo de ano está em meros 7,4%, sinal de que está perdendo clientes na base para os novos sedãs compactos como VW Virtus e Fiat Cronos.

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Um dos responsáveis pela queda de participação da categoria como um todo é o Honda Civic. Ele, que sempre brigou cabeça a cabeça com o Toyota Corolla pela liderança, não repetiu a boa disputa na atual geração, lançada em 2016. No ano passado vendeu quase 26 mil unidades, bem menos da metade do Corolla (66 mil). Neste início de ano foi superado pelo Chevrolet Cruze. O visual muito esportivo parece não ter caído no gosto do público mais conservador do segmento. Além disso, a Honda tem limitações de capacidade em suas fábricas, e privilegiou o SUV compacto HR-V, líder dessa tropa.

E onde entra o Jetta nessa disputa? O VW puxa a fila do segundo bloco da categoria, que não ameaça os três líderes. Em 2017 ele vendeu 7.669 unidades, seguido por Ford Focus (6.163), Nissan Sentra (3.861), Citroën C4 Lounge (3.313), Hyundai Elantra (2.158), Kia Cerato (1.604), Peugeot 408 (1.118), Renault Fluence (1.086) e Mitsubishi Lancer (416).

Com a chegada do novo Jetta no segundo semestre, a ideia é se descolar de vez desse bloco e tentar se aproximar de Civic e Cruze. O Corolla dita a regra por aqui, e se mantém no Top 10 de vendas mesmo às vésperas de uma nova geração, prevista para 2019. O visual elegante e não tão arrojado da nova geração do Jetta parece cair como uma luva para os clientes deste tipo de carro.

Outras movimentações no bloco de baixo vêm da Citroën, que acaba de lançar o C4 Lounge reestilizado e mais tecnológico. O modelo já está vindo da Argentina. A Kia, livre das cotas de importação, está aumentando o volume de vendas do Cerato mexicano. E a Mitsubishi vem ganhando espaço com o Lancer 2018, com a linha simplificada em apenas duas versões. O modelo já saiu de linha no Japão, mas continua sendo montado em Catalão, Goiás. Outro modelo que pode dar uma disparada é o Nissan Sentra, cuja nova geração chega em 2019.

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