O setor automotivo foi sempre muito incentivado no Brasil. Na época do Plano Real que recuperou a economia brasileira na década 90, por exemplo, a criação do “carro popular” marcou uma nova era da indústria, começando com o relançamento do VW Fusca.
Era tempo da Autolatina , aliança que reunia a VW e a Ford, no País e eu pude participar deste evento que teve grande repercussão: a ressuscitação do Fusca . Em agosto de 1993, o então presidente Itamar Franco, autor da ideia, reinaugurou a linha de montagem do Fusca na fábrica da VW , em São Bernardo do Campo, no ABC paulista.
Lá foi produzido o apelidado “Fusca Itamar”, um modelo básico com motor 1600 cc a álcool que produzia 58,7 cavalos. Ele acelerava de 0 a 100 km/h em longos 14,3 segundos e tinha velocidade máxima de apenas 140 km/h.
Interessante é que nessa visita, o presidente usou um “Carro dos Sonhos”: um Super Fusca conversível. Para a cerimônia, a VW encomendou junto à Sulam, empresa especializada em veículos especiais, a transformação de duas unidades do Fusca conversível.
Uma delas foi comprada pelo próprio presidente e está no memorial Itamar Franco, em Juíz de Fora (MG). A outra ficou no acervo da fabricante. Um detalhe: a VW nunca fez um Fusca conversível no País.
Vale destacar que, em 1994, o Governo federal baixou o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para 0,1% para incentivar os carros populares . O preço final estabelecido foi no máximo US$ 6,8 mil (naquele ano R$ 1 valia exatamente US$ 1).
Atualmente, os carros 1.0 estão longe de serem um veículo popular tanto em preço como em tecnologia. A proposta desta coluna é mostrar lendários e históricos veículos da nossa indústria. Mas, também relembrar exemplos do passado, que podem incrementar o mercado de autos.