A motocicleta desta semana é muito especial na minha história. Não exatamente esta, um belíssimo exemplar de alta qualidade, em sua época, mas modelos de menores cilindradas que ainda circulavam por aí quando comecei a pilotar motos.
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Antes que as cinquentinhas japonesas chegassem, as marcas das pequenas motocicletas da molecada eram principalmene Leonette e Mondial , a primeira pacatona, mas a outra com o ar agressivo de uma motocicleta de competição, mesmo com um pequeno motor de 49 cm 3 .
Naquela história que já contei dezenas de vezes, na prova de rua de Ribeirão Preto em 1969, estava eu ao lado da poderosa Ducati 250 Mark3 quando alguns meninos da minha idade chegaram correndo para ver a motocicleta que conquistou a vice-liderança na prova.Mas esfriaram quando chegaram perto: “é só uma Mondialzinha!”, gritou um deles indo embora rapidamente. Fiquei chateado pela desmoralização da Ducati.
Mas a Mondial não era qualquer coisa. Nos anos 50, a Mondial utilizava mais tecnologia em suas motocicletas do que as atualmente bem conhecidas Ducati e MV Agusta.
Fundada em 1948 pelos irmãos Boselli, de Milano, que até a Segunda Guerra fabricavam triciclos de entrega e depois passaram a produção de motocicletas de alto desempenho destinadas à competição, a FB Mondial fabricava modelos de pequena e média cilindrada de alta qualidade, utilizando motores quatro tempos, enquanto MV e Ducati produziam motocicletas baratas com motores dois tempos.
Com produção limitada, alguns modelos eram feitos artesanalmente, não passando 2.000 unidades por ano. Mesmo pouco conhecida atualmente, a marca Mondial detém uma série de grandes feitos em sua curta história, como os campeonatos mundiais de 1950, 1951 e 1952, na categoria 125, e de 1957, nas categorias 125 e 150.
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Dizem até que em 1949, quando a MV Agusta resolveu produzir motocicletas com motores de quatro tempos, eles compraram uma Mondial para servir de parâmetro. Foi a Mondial, também, que criou o primeiro motor com comando de válvulas desmodrômico, sem, contudo, nunca chegar a produzi-lo em série, o que foi feito pela Ducati. Do outro lado do mundo, Soichiro Honda, em 1957, também utilizou uma Mondial 125 cedida pelo fabricante para aperfeiçoar seus modelos de competição.
A Mondial produziu motocicletas de 1948 até 1960 e, a partir de então, passou a montar apenas quadros e suspensões, utilizando motores de terceiros, em especial o Sachs. Encerrou suas atividades em 1979, ressurgiu em 1999, adquirida por um grupo italiano, foi à falência e renasceu, mais uma vez, em 2005, produzindo a superesportiva Piega 1000, que utilizava um motor Honda. Dizem que esse acordo só foi possível graças àquela motocicleta que a Mondial forneceu a Soichiro Honda em 1957.
Pilotando a Mondial Turismo Veloce Sport 1957
Esta Mondial TVS de 1957 é um achado. Além da pequena produção, na época, poucos são os colecionadores que se aventuram a restaurar uma motocicleta como essa. Os detalhes desta FB Mondial Turismo Veloce Sport têm uma riqueza de acabamento dificilmente encontrado em motocicletas italianas, principalmente de baixa cilindrada.
A mesa superior de alumínio e o componentes do guidão são um exemplo disso, mas em todos os aspectos a qualidade era nitidamente superior à das marcas rivais conterrâneas. O motor monocilíndrico quatro tempos de 174,12 cm 3 (65,0 x 52,5 mm) tem a característica marcante do comando único no cabeçote de alumínio, acionado por corrente externa, o que lhe dá essa aparência peculiar.
Com porte equivalente a modelos atuais de menores cilindradas, a Mondial TVS não é confortável, para os padrões atuais. Baixa, com o banco estreito e o guidão de competição, é necessário um pouco de tempo para se acostumar com ela. Isso sem falar dos comandos trocados, a alavanca de câmbio no pé direito e o freio traseiro no pé esquerdo.
Mesmo assim, é um privilégio poder conhecer as reações dessa motocicleta. O motor ronca gostoso e empurra bem, com bastante vitalidade em acelerações, e os freios devem ser acionados com delicadeza. Acima dos manetes, duas alavancas, uma do afogador e outra do avanço.
À frente do piloto, há o pequeno velocímetro embutido na carcaça do farol e o seletor de acendimento do farol, com a chave de ignição bem ao estilo dos anos 50. A Mondial 175 TVS é bem diferente da maioria das motocicletas antigas que conhecemos, mas certamente faria muito sucesso em qualquer tipo de encontro de colecionadores.
A motocicleta desta semana é muito especial na minha história. Não exatamente esta, um belíssimo exemplar de alta qualidade, em sua época, mas modelos de menores cilindradas que ainda circulavam por aí quando comecei a pilotar motos.
Antes que as cinquentinhas japonesas chegassem, as marcas das pequenas motocicletas da molecada eram principalmene Leonette e Mondial, a primeira pacatona, mas a outra com o ar agressivo de uma motocicleta de competição, mesmo com um pequeno motor de 49 cm 3 .
Naquela história que já contei dezenas de vezes, na prova de rua de Ribeirão Preto em 1969, estava eu ao lado da poderosa Ducati 250 Mark3 quando alguns meninos da minha idade chegaram correndo para ver a motocicleta que conquistou a vice-liderança na prova. Mas esfriaram quando chegaram perto: “é só uma Mondialzinha!”, gritou um deles indo embora rapidamente. Fiquei chateado pela desmoralização da Ducati.
Mas a Mondial não era qualquer coisa. Nos anos 50, a Mondial utilizava mais tecnologia em suas motocicletas do que as atualmente bem conhecidas Ducati e MV Agusta.
Fundada em 1948 pelos irmãos Boselli, de Milano, que até a Segunda Guerra fabricavam triciclos de entrega e depois passaram a produção de motocicletas de alto desempenho destinadas à competição, a FB Mondial fabricava modelos de pequena e média cilindrada de alta qualidade, utilizando motores quatro tempos, enquanto MV e Ducati produziam motocicletas baratas com motores dois tempos.
Com produção limitada, alguns modelos eram feitos artesanalmente, não passando 2.000 unidades por ano. Mesmo pouco conhecida atualmente, a marca Mondial detém uma série de grandes feitos em sua curta história, como os campeonatos mundiais de 1950, 1951 e 1952, na categoria 125, e de 1957, nas categorias 125 e 150.
Dizem até que em 1949, quando a MV Agusta resolveu produzir motocicletas com motores de quatro tempos, eles compraram uma Mondial para servir de parâmetro. Foi a Mondial, também, que criou o primeiro motor com comando de válvulas desmodrômico, sem, contudo, nunca chegar a produzi-lo em série, o que foi feito pela Ducati . Do outro lado do mundo, Soichiro Honda, em 1957, também utilizou uma Mondial 125 cedida pelo fabricante para aperfeiçoar seus modelos de competição.
A Mondial produziu motocicletas de 1948 até 1960 e, a partir de então,passou a montar apenas quadros e suspensões, utilizando motores de terceiros, em especial o Sachs. Encerrou suas atividades em 1979, ressurgiu em 1999, adquirida por um grupo italiano, foi à falência e renasceu, mais uma vez, em 2005, produzindo a superesportiva Piega 1000, que utilizava um motor Honda .
Dizem que esse acordo só foi possível graças àquela motocicleta que a Mondial forneceu a Soichiro Honda em 1957. Pilotando a Mondial Turismo Veloce Sport 1957. Esta Mondial TVS de 1957 é um achado. Além da pequena produção, na época, poucos são os colecionadores que se aventuram a restaurar uma motocicleta como essa.
Os detalhes desta FB Mondial Turismo Veloce Sport têm uma riqueza de acabamento dificilmente encontrado em motocicletas italianas, principalmente de baixa cilindrada. A mesa superior de alumínio e o componentes do guidão são um exemplo disso, mas em todos os aspectos a qualidade era nitidamente superior à das marcas rivais conterrâneas.
O motor monocilíndrico quatro tempos de 174,12 cm 3 (65,0 x 52,5 mm) tem a característica marcante do comando único no cabeçote de alumínio, acionado por corrente externa, o que lhe dá essa aparência peculiar. Com porte equivalente a modelos atuais de menores cilindradas, a Mondial TVS não é confortável, para os padrões atuais.
Baixa, com o banco estreito e o guidão de competição, é necessário um pouco de tempo para se acostumar com ela. Isso sem falar dos comandos trocados, a alavanca de câmbio no pé direito e o freio traseiro no pé esquerdo.
Mesmo assim, é um privilégio poder conhecer as reações dessa motocicleta. O motor ronca gostoso e empurra bem, com bastante vitalidade em acelerações, e os freios devem ser acionados com delicadeza. Acima dos manetes, duas alavancas, uma do afogador e outra do avanço.
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À frente do piloto, há o pequeno velocímetro embutido na carcaça do farol e o seletor de acendimento do farol, com a chave de ignição bem ao estilo dos anos 50. A Mondial 175 TVS é bem diferente da maioria das motocicletas antigas que conhecemos, mas certamente faria muito sucesso em qualquer tipo de encontro de colecionadores.