Estamos vendo, lendo e ouvindo falar na Harley-Davidson Pan America já há algum tempo, e isso nos cria uma grande expectativa. Afinal, é a primeira motocicleta da marca que foge dos parâmetros centenários a que estamos acostumados. Exceto, é claro, da versão elétrica, que já experimentamos, mas que agora não tem mais a chancela H-D. Como será a Pan America?
Matei a curiosidade nesta semana, no primeiro contato com a nova motocicleta na pista da Capuava, interior paulista. No bom asfalto, a motocicleta é essencialmente “super” confortável e surpreende em temos de comportamento dinâmico.
Mas trata-se de uma big trail , que tem que ser perfeita também no fora de estrada. Uma terrinha ao redor da pista, no entanto, nos deu apenas uma ideia de como a nova motocicleta poderá se comportar fora do asfalto.
A nova Harley-Davidson Pan America ainda não chegou ao nosso mercado, mas a pré-venda já começa na próxima semana, a partir de 2 de maio. As motocicletas serão montadas em Manaus (AM) e começarão ser entregues aos novos proprietários em julho, em um primeiro lote de 120 unidades.
A Harley achou que não podíamos esperar mais todo esse tempo para conhecermos a nova Pan America, por isso trouxe seis unidades produzidas nos Estados Unidos e que foram “emprestadas” de sua filial no México, para que nós pudéssemos ter as primeiras impressões sobre o modelo.
Considerando que essas motocicletas eram usadas, do ano de 2021, logicamente só poderemos nos aprofundar nas avaliações quando recebermos as “nossas” Harley-Davidson Pan America.
A primeira impressão foi muito positiva. Pelas fotografias a motocicleta parecia ser bem maior do que realmente é, pois, ao vivo, ela até que é bem compacta.
Para amenizar uma característica comum às big trail , a grande altura do banco até o solo, a Pan America tem um sistema eletrônico chamado ARH – Adaptative Ride Heigth (altura de pilotagem adaptativa) – que abaixa automaticamente a suspensão traseira em 50 mm enquanto a motocicleta estiver parada.
Isso facilita montar e desmontar na motocicleta, além de permitir melhor apoio dos pés no chão em paradas. Além desse sistema, o banco da Pan America também pode ser regulado na altura. Ter a motocicleta “nas mãos” (os nos pés, para ser mais exato), na primeira vez em que montei nela, ajudou muito na boa primeira impressão.
O novíssimo motor V-Twin Revolution Max 1250 começa funcionar e também me parece bastante suave e silencioso. E vamos para a pista. Já nos primeiros metros, no asfalto, a sensação de grande conforto dinâmico seria confirmada depois de algumas voltas no circuito, assim como a excelente estabilidade e maneabilidade, contornando as curvas do circuito como se não fosse assim tão grande. Mas não é muito pesada: 258 kg, em ordem de marcha.
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O Revolution Max 1250 da Pan America é uma nova geração de motores, com muita tecnologia atual que já fazia parte de motores modernos de outros fabricantes.
Juntamente com ele, a Harley-Davidson faz muitas concessões que seriam mesmo necessárias para a nova motocicleta, como transmissão secundária por corrente e quadro aberto, com o motor fazendo parte da estrutura, mas a maior dessas concessões é ter que divulgar oficialmente, pela primeira vez, a potência exata do motor. Caso contrário não convenceria o público desse segmento.
Descrever todos os atributos e sistemas desse novo motor demandaria um longo capítulo à parte, mas é possível resumir alguns deles. A potência é de 150 cv a 9.000 rpm e o torque é de 13 kgfm a 6.750 rpm, com rotação máxima de 9.500 rpm.
Perto desse limite, o motor berra que até dá gosto. Com pistões com diâmetro de 105,0 mm e curso de 72,3 mm, o Revolution Max 1250 é um motor subquadrado, que prioriza o torque em baixas rotações. E isso foi facilmente notado na pista, sendo possível rodar forte sem ter que elevar muito a rotação do motor.
Com cilindrada exata de 1.252 cm 3 e taxa de compressão de 13:1, esse motor em “V” a 60 o é refrigerado a água , tem cabeçotes de quatro válvulas por cilindro com duplos comandos de válvulas variáveis (VVT) acionados por corrente (DOHC), tuchos hidráulicos e dupla lumagem (duas velas de ignição por cilindro), entre outras particularidades.
Quanto aos inúmeros sistema eletrônicos da motocicleta, aqueles que existem nas grandes big-trail de todas as marcas, pense que a Harley-Davidson Pan America vem com todos eles, desde modos de pilotagem (Sport, Road, Rain e Off Road), controles de tração e frenagem otimizados para curvas, controle de partida em rampas e monitoração da pressão dos pneus.
Dos sistemas de segurança, conforto e conveniência que conhecemos nas Harley, a Pan America tem todos, controlados por Bluetooth pelo painel de TFT, como música, chamadas telefônicas e navegação, esta última, no entanto, devendo ser carregada no celular do piloto. Para isso ele deve baixar aplicativo próprio da Harley-Davidson.
A iluminação da Harley-Davidson Pan America também tem seu toque de exclusividade: o sistema adaptativo Daymaker aciona as luzes de leds em sequência, com base na inclinação da motocicleta , não acendendo e apagando cada uma delas, mas intensificando gradualmente, de forma que a iluminação adicional seja progressiva.
A Harley-Davidson Pan America é oferecida, em seu país de origem, nas versões básica e Special, esta última com muitos itens adicionais. No Brasil, no entanto, apenas a versão mais equipada estará à venda, a Pan America Special , que tem apenas um item opcional, o regulador automático de altura ARH.
Com esse opcional, o preço oficial da Pan America será R$ 143.800, mas, como promoção de lançamento, as 120 primeiras unidades serão vendidas por R$ 139.995, na cor preta. As outras cores, com preços diferenciados porém não divulgados, são a azul e a cinza.