O mercado brasileiro recebe mais uma fabricante de motocicletas para complicar a vida do usuário na hora de escolher a sua: a Zontes. Essa marca chinesa chega agora, por meio da JTZ , que já comercializa por aqui a Suzuki, Haojue, Kymco (scooters) e Hisun (quadriciclos) . É uma empresa nova, com apenas 20 anos desde sua fundação.
A apresentação para a imprensa especializada foi há uma semana, na sede da companhia em Jundiaí, SP, quando pude conhecer os três novos modelos, a crossover Zontes T310, a streetfighter Zontes R310 e a cruiser Zontes V310 .
Todas compartilham o motor monocilíndrico de 312 cm3 de cilindrada , resfriado a água, com quatro válvulas e dois comandos no cabeçote. É um propulsor bonito, e também propenso à rotações mais altas, uma vez que tem relação superquadrada (pistão com diâmetro de 80 mm e virabrequim com curso de 62 mm), o que prioriza a potência cujo valor máximo declarado pelo fabricante é de 35,5 cv a 8.600 rpm . A eficiência teórica pode ser medida pela muito boa potência específica de 113,14 cv/litro. O torque máximo é de 3,06 kgfm.
O sistema de lubrificação desse motor utiliza cárter seco, ou seja, o óleo não é armazenado na parte inferior do motor (cárter) mas sim em um reservatório separado. O câmbio de todas também é o mesmo, de seis marchas com embreagem deslizante anti-travamento em reduções bruscas de marcha.
Elas dividem também o mesmo painel de instrumentos de TFT colorido com quatro formas de apresentação diferentes, dois modos eletrônicos de pilotagem (econômico e esportivo), monitoração da pressão dos pneus, conexão Bluetooth, dois pontos USB, botões iluminados nos punhos do guidão, manetes ajustáveis, iluminação por leds, sistema Keyless com chave presencial, trava elétrica do guidão, e abertura elétrica do bocal de abastecimento de combustível.
A bateria da Zontes é de íon-lítio, de forma que, para uma eventual necessidade de recarga, acompanha a motocicleta um carregador compatível com esse tipo de bateria.
A avaliação com as três motocicletas foi bem curta, um pouco mais detalhada com a versão T310 e limitada ao interior da empresa com a R310 e a V310 . Com a crossover o test-drive foi feito na rua, com trechos onde foi possível dar uma “esticada” para verificar na prática o que o motor promete na teoria. Realmente, ele responde melhor em rotações mais altas, mas uma vibração de média frequência incomoda um pouco a pilotagem.
Esse sintoma pode não estar presente em todas as unidades produzidas e isso só poderemos verificar futuramente, com maior tempo de uso. O mesmo pode-se dizer dos freios, dois discos com ABS duplo que não passaram uma boa segurança de frenagem.
O câmbio parece ter um bom escalonamento , mas com engates um tanto imprecisos. No entanto, isso acontece em outras motos com mais tempo de mercado, como, por exemplo, a Honda CG .
A Zontes T310 tem alguns diferenciais em relação às outras duas, como a bolha frontal com regulagem elétrica de altura, protetores de mãos no guidão e preparação para fixação de baú no bagageiro traseiro.
Com uma experimentação bem mais limitada, a versão naked esportiva R310 apresentou o mesmo feeling de motor, mas com um modo de pilotagem menos confortável do que a T310, devido à maior esportividade.
Mas foi a custom V310, no entanto, que mostrou o melhor conjunto, tanto de suavidade de funcionamento quanto de condução, mesmo não sendo a minha preferência essa posição mais relaxada e com as pernas avançadas. A Zontes V310 tem as pedaleiras do piloto reguláveis em três níveis. Surpreendeu.
A Zontes V310 é a única das três que tem suspensão traseira com dois amortecedores, compatível com a proposta da motocicleta . As outras duas têm o conjunto do tipo mono amortecido. A suspensão dianteira é igual para as três, de bengalas invertidas e com curso de 140 mm.
As motocicletas estarão disponíveis na rede Suzuki a partir da primeira semana de abril. A Zontes T310 e a Zontes V310 custam R$ 27.990 e a Zontes R310 é vendida por R$ 26.990.