A pintura com acabamento feito à mão e os cromados “cromadíssimos” dão vida ao visual da Harley-Davidson CVO Limited
Guilherme Marazzi
A pintura com acabamento feito à mão e os cromados “cromadíssimos” dão vida ao visual da Harley-Davidson CVO Limited

Quem está familiarizado com a política de modelos da Harley-Davidson , sabe que a sigla CVO indica o “top dos tops” de suas motocicletas. Para quem ainda não sabe exatamente o que é a Custom Vehicle Operations , mas conhece um pouco do mundo dos automóveis, CVO está para Harley assim como AMG está para Mercedes-Benz , “M” está para os carros da BMW e STI está para Subaru . Entendeu?

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Para chegar na mais equipada e desejada Harley-Davidson da atualidade – e também a mais cara: R$ 157.300 –, a marca norte-americana pegou a sua motocicleta “normal” mais luxuosa, a Ultra Limited , que custa R$ 94.900, e a submeteu a uma radical customização de fábrica, equipando-a, inclusive, com alguns componentes produzidos artesanalmente, com exclusividade para esse modelo. O acabamento feito à mão da pintura é um exemplo, um dos que acaba explicando a enorme diferença de preços entre as duas versões da Limited .

 Na ocasião do lançamento da nova família de motores V2 da Harley, os Milwaukee-Eight , há dois meses, tive a oportunidade de viajar por dois dias com a Ultra Limited , que estreava o novo motor de 107 polegadas cúbicas (1.754 cm 3 ). Agora, rodando uma semana com a sua versão anabolizada, a CVO Limited com seu novo motor Milwaukee-Eight de 114 polegadas cúbicas (1.868 cm 3 ), realmente a diferença é bastante notável.

Confortável e ágil em movimento

 Com a adoção dos novos motores Milwaukee-Eight , as Harley ganharam muito em suavidade de funcionamento, não apenas no motor mas, principalmente, na troca de marchas. A motocicleta avaliada, no entanto, apesar de estar com apenas 14 km rodados quando a retirei, oferecia alguma dificuldade em achar o ponto-morto. Quem sabe justamente porque ainda estava pouco rodada.

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 Mais, no entanto, do que o maior desempenho, as motocicletas CVO da Harley – são apenas dois modelos, a Limited e a Street Glide – se destacam pelos equipamentos exclusivos. O equipamento de áudio, por exemplo, bem mais potente que o da Ultra, permite que possamos curtir uma música nos quatro alto-falantes a 120 km/h com uma qualidade que só acreditamos vendo. Ou melhor, ouvindo. O sistema de informação e entretenimento inclui navegador com GPS, conexão Bluetooth com o celular, comando por voz e até monitoramento da pressão dos pneus em tempo real, entre muitas outras coisas. Tudo bem, muitos automóveis já têm esses sistemas, mas são automóveis. Pelo tamanho, a CVO Limited é quase um.

 Independentemente de ser CVO ou não, as Limited são muito grandes e pesadas – a CVO pesa 16 kg a mais que a Ultra. Por esse motivo, rodar em meio ao trânsito das grandes cidades não é assim tão prazeroso. Tem hora que lamentamos não termos saído com um scooter. Mas também não é assim tão difícil trafegar entre os carros, mais fácil até que com as big trails equipadas com malas laterais. É que a CVO Limited , apesar das malas laterais, ainda assim é estreita o suficiente para passar com tranquilidade em corredores não muito estreitos. Só que não compensa arriscar a pintura feita à mão dessas belas malas, deforma que, na maioria do tempo, é mais prudente ficar bem quietinho e seguir o fluxo de carros.

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 Bastante ágil em movimento, o mesmo não se pode dizer em manobras parada, quando o peso real parece ainda maior. E montar e desmontar da moto passa a exigir cuidado pela presença do pequeno encosto para o piloto, à frente do espaço para o garupa.

 Uma coisa é boa na enorme Harley-Davidson CVO Limited : não precisa de chave, tem sensor de aproximação e tudo pode ser travado eletricamente, inclusive as malas. O fabricante diz que não dá para furtar uma Harley com esse sistema, mas, na dúvida, melhor travar também o guidão ao deixá-la estacionada. Alguém poderia querer dar umas “bandas” com essa delícia de motocicleta.

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