O clássico está até no nome da Harley-Davidson Road King Classic
“Harley é tudo igual”, pode dizer um desavisado, que não notou, ou ainda não entendeu as sutilezas de cada modelo da marca norte-americana de motocicletas ao olhar para a Road King Classic. Há muitas diferenças entre as três famílias de motos, a Sportster, com modelos mais básicos equipados com motores de 883 ou 1.200 cm3; a Dyna, com estrutura similar, de dois amortecedores traseiros externos, porém mais encorpadas, menos simplistas e com motores de 1.585 cm3; e a Softail, de amortecedor traseiro central, não aparente, e que reúne os modelos de maior porte, mais cheios de equipamentos e com motores de 1.690 cm3.
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Esta última família inclui também as Touring, mais adequadas para a estrada, com os novos motores Milwaukee Eight de 1.745 cm3, e as CVO, que são as Touring especialmente preparadas e equipadas com os motores Milwaukee Eight de 1.868 cm3. Deu pra perceber a “escalada” de modelos e especificações entre as motocicletas da linha? É, existe um “harleymaníaco” para cada uma delas. E se você não estiver satisfeito com a receita que a Harley preparou para você, sempre há a customização. Bem, se não é “tudo igual” e cada Harley é uma Harley, vamos descobrir “qual é” a da Harley-Davidson Road King . O nome é bastante sugestivo: “rei da estrada”. Não seria “rainha”?
Vossa excelência
Como acontece com toda grande estradeira, mesmo das marcas japonesas, elas vão cada vez mais incorporando equipamentos de conforto e conveniência, até chegar naqueles exageros que são as Limited, só faltando mesmo uma banheira jacuzi na mala traseira. Mas a essência das grandes touring não se vai, apenas fica escondida atrás de equipamentos de áudio, navegadores e grandes malas.
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E é aí que entra a Road King Classic: definida como uma touring, é a mais tradicional da família, sem carenagem, sem equipamentos de áudio ou navegadores, rodas raiadas com pneus de faixas brancas, um para-brisa removivel e com o grande velocímetro sobre o tanque de combustível.
Nas outras versões das Touring, a carenagem agrega também o painel com velocímetro e outros relógios, enquanto que o grande círculo sobre o tanque se torna o bocal de abastecimento, prático porém sem o charme da pequena tampa cromada lateral da Road King Classic. Um outro charme é a falsa tampa do lado esquerdo do tanque, que na verdade é o marcador de nível de combustível. Já vi frentista de posto de gasolina torcer o coitado até arrancar, achando que fosse a tampa do tanque.
Outra característica da Road King são as bolsas laterais de couro, de fechos rápidos imitando fivelas. Mais bonitas que as malas rígidas da Limited, só que não podem ser trancadas.
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Sem tanto aparato, a Road King é a mais ágil das Touring, estreita o suficiente para não travar no trânsito urbano pesado sem perder o conforto na estrada, mesmo em viagens mais longas. É, também, juntamente com a Heritage e a Deluxe, a Harley que mais manteve o jeitão das grandes motocicletas dos anos 40, exatamente como gostam os harleiros mais tradicionais. A Harley-Davidson Road King Classic custa a partir R$ 76.400.