Dentro do seu carro, basta olhar em volta para ver que os veículos de duas rodas definitivamente se integraram à paisagem urbana, em meio ao trânsito das grandes cidades. As motocicletas, que já há décadas driblam os veículos maiores procurando maior agilidade nas tarefas cotidianas, estão, pouco a pouco, abrindo espaço para os novos veículos de duas rodas, aqueles que, além do charme de um visual mais caprichado, oferecem ao seu usuário uma versatilidade muito maior do que a das motocicletas. São os scooteres, cada vez mais em sintonia com a agitada vida urbana.
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O mais recente lançamento nesse segmento é o Honda SH 150i, scooter cheio de sacadas que vai mostrando sua funcionalidade a cada momento. Isso porque todos os scooteres se parecem muito, em uma rápida visualização exterior, mas cada um deles conta com algumas particularidades que os destacam. No caso do SH 150i, o visual não é novidade, uma vez que ele se confunde facilmente com o seu irmão maior e mais velho, o SH 300i, mas a boa notícia é que, com metade da cilindrada e um preço vantajoso em relação à concorrência, ele não fica devendo nada. Pelo contrário, tem um desempenho dinâmico praticamente igual ao do SH 300i, é ainda mais leve e ágil, favorecendo o uso urbano, e tem alguns itens de vantagem.
Os mais antenados a esse segmento certamente vão logo querer saber do porque de a Honda manter em produção dois scooteres de mesma cilindrada, o novo SH 150i e o gracioso PCX 150, que tanto sucesso faz. São conceitos basicamente diferentes de scooteres, o que leva ao consumidor analisar seus gostos, preferências e necessidades na hora de optar por um deles.
O novo Honda SH 150i tem uma geometria geral, tanto de ciclística quanto de posição de pilotagem, muito mais próxima das motocicletas, com o piloto ereto, com banco mais alto do que o da PCX. E essa diferença não afeta apenas a ergonomia, mas, principalmente, a estabilidade, o que significa maior segurança dinâmica. O maior responsável por isso são as rodas de 16 polegadas da SH, bem maiores do que as de 14 polegadas do PCX. Além da maior estabilidade, já que rodas maiores fornecem maior efeito giroscópico, que é o fenômeno da Física que mantém as motocicletas na vertical, quando em movimento, imagine que o mesmo buraco no nosso belo piso asfáltico é proporcionalmente menor se as rodas são maiores.
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As suspensões do Honda SH 150i também são mais parecidas com as de uma motocicleta do que com as de um scooter convencional, com cursos de 100 mm e 95 mm, respectivamente na dianteira e na traseira, esta última com cinco regulagem de dureza das molas. Os freios do SH 150i são a disco nas duas rodas, mas têm um importante diferencial em relação aos freios do PCX, que é o sistema ABS de dois canais. O PCX tem um sistema diferente, o CBS, que distribui automaticamente a frenagem nas duas rodas porém não tem efeito antibloqueio.
Mais difereças em relação ao SH 300i
Quanto à funcionalidade, a melhor comparação seria com o outro SH, o 300i. Logicamente o irmão maior tem mais força, mas cá entre nós, ela não faz falta no 150i, no uso urbano. E a maior leveza compensa na agilidade. Melhor ainda, o SH 150i tem o sistema Idling Stop, que desliga o motor automaticamente em paradas, como em um semáforo, e o religa instantaneamente ao menor movimento do acelerador. Isso só é possível porque o SH 150i tem um estator elétrico ligado permanentemente ao motor, que faz as vezes de motor de partida e também de alternador, recarregando a bateria. O motor maior do SH 300i não permite essa funcionalidade, uma vez que ele tem motor de partida convencional e alternador separados.
Uma outra funcionalidade do Honda SH 150i, que podemos chamar de excelente, é o sistema Smart Key. Não há chave, mas sim um sensor em forma de token que habilita todas as funções elétricas do scooter, inclusive as travas de guidão e da abertura do banco, quando este está a dois metros ou menos de distância. Embaixo do banco há um espaço para objetos que comporta um capacete, no anteparo frontal há um pequeno porta-luvas com tomada de 12 volts e uma alça para bolsas ou sacolas. O bagageiro é grande, bonito e ainda pode suportar um bauleto.
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A avaliação do novo scooter Honda SH 150i foi feita no Rio de Janeiro, em um percurso essencialmente urbano, mas que incluiu uma parada no alto do Parque da Tijuca, na Vista Chinesa, de onde temos uma bela vista da Cidade Maravilhosa. A estrada de serra estreita, sinuosa, com aclive acentuado e às vezes cheia de limo, serviu para mostrar que o SH 150i também é valente. E no também caótico trânsito carioca, sua agilidade foi demonstrada. Mas o veredito final foi ao final do dia, ao devolver o scooter e ir para o aeroporto: eu preferia mesmo continuar acelerando por 450 km até São Paulo.