Toyota Mirai é o primeiro carro de rua movido a hidrogênio
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Toyota Mirai é o primeiro carro de rua movido a hidrogênio

Esse tema foi muito bem debatido na 30ª edição do Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva (Simea), realizado na semana passada em São Paulo (SP) com o recorde de 900 inscritos. "O Brasil e o futuro sustentável da mobilidade" foi o escopo dos 60 trabalhos técnicos apresentados ao longo de dois dias, além dos dois painéis com 23 palestrantes e moderadores.

O presidente do Simea, Gastón Perez, foi enfático ao afirmar que enquanto outros países têm apenas uma carta na mão para combater os efeitos do gás carbônico (CO2), principal responsável pela elevação da temperatura média da Terra e as consequentes mudanças climáticas, o Brasil conta com o equivalente a várias outras cartas. Ele citou algumas como motor flex com etanol, biodiesel, biogás e a energia elétrica gerada por fontes limpas, o que torna viável a produção de hidrogênio verde. Este é considerado o combustível definitivo e o mais adequado com que o planeta poderá contar nas próximas décadas.

O próprio etanol pode ser ponto de partida para pelo menos uma década à frente gerar, por meio de pilha eletroquímica a hidrogênio no veículo, a eletricidade para o motor elétrico deste, tendo como subproduto apenas água. Essa é uma tecnologia inicialmente ainda bem cara, mas que já está sendo estudada pela Universidade de São Paulo.

Não se trata da única opção para obter hidrogênio. A eletrólise da água é outro ponto de partida, mas exige grande quantidade de energia que não poderá vir de fontes fósseis como petróleo e gás. Energia eólica e solar, além da hidráulica em que o País já investe há décadas por meio de represas, são as soluções adequadas.

Como se abordou no Simea, em curto prazo será fundamental regular um mercado de créditos de carbono, prestes a se tornar realidade. Finalmente o motorista conseguiria reverter para o seu bolso a contribuição ao clima do planeta, escolhendo o combustível na hora de abastecer seu veículo com motor a combustão. Já existe tecnologia para isso. Falta só a vontade política. Assim o País conseguirá uma transição viável e inteligente para a mobilidade sustentável que muitos almejam.

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