“Corcel cor de mel, Mustang cor de sangue”. A canção que fez sucesso no Brasil da década de 60 foi escrita por Marcos Valle. E falava de dois ícones da Ford. O Mustang já era conhecido no mundo todo e, àquela altura, um sonho de consumo por aqui. Mas, e o Ford Corcel?
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Já o Ford Corcel chegava em nosso mercado com traços do primo norte-americano. Não é difícil notar algumas similaridades entre eles. O desenho das laterais, lanternas traseiras e o icônico cavalinho, presente nos dois modelos.
O exemplar da matéria, vale observar, parece recém-saído da concessionária. A cor amarela chama a atenção pela rua e é um dos expoentes de sua época. No interior, o acabamento honesto e trazendo apenas o necessário. Aliás, cabe uma observação referente ao termômetro no quadro de instrumentos, que sumiu de muitos carros atuais.
O desempenho, com bons números para o período, é fruto do motor de 1,4 litro, com 72 cv e 11,5 kgfm de torque. Não é nenhum foguete, mas garantia agilidade no trânsito do dia-a-dia e também nas estradas.
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GT
Em uma época com poucos representantes legítimos da esportividade, surge o Corcel GT. Este trazia um belo pacote estético, com teto revestido de vinil e uma faixa no centro do capô e na lateral. O motor era o quatro cilindros, 1.4, com 80 cv de potência (12 cv a mais que a versão convencional de 1969). Neste pacote, ele acelerava de 0 a 100 km/h em 18 segundos. Inimaginável para um esportivo nos dias de hoje, não? Ao final de 1971, o Corcel GT ganharia o motor de 85 cv de potência, com mais fôlego para os amantes da velocidade.
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Guiar um clássico nacional é sempre divertido. Ele nos transporta para um lugar único no tempo. Recomendo a experiência. Com o Ford Corcel não foi diferente. O acerto desse exemplar é tão bom que nem parece ter quarenta anos de vida. E que venham mais quatro décadas para o veterano!