Carrol Shelby foi um gearhead de carteirinha. Correu com vários tipos de carros, disputou provas e longa e curta duração e venceu as 24 Horas de Le Mans. Sua experiência na Europa mostrou que a América precisava de um carro pequeno e que fosse divertido de guiar.
Shelby partiu inicialmente do clássico AC Ace, originalmente com motor de seis cilindros em linha como todos os roadsters ingleses, pensou em apimentar a receita do modo norte-americano: com um V8. Afinal, o Corvette já tinha mostrado que por lá o público torcia o nariz para outras configurações mecânicas.
Mas qual V8 poderia ser utilizado nesse projeto? Carroll Shelby pensou em procurar a Chevrolet, mas um concorrente do Corvette estava nascendo e não seria boa ideia fornecer motores. Foi então que sua parceria com a Ford nasceu e gerou muitos frutos, inclusive nas pistas e corridas de endurance.
O projeto da matéria de hoje é totalmente diferente. As réplicas e recriações do Shelby Cobra são equipadas com motores V8. E isso faz todo sentido, afinal está ligado à origem do modelo, como na história contada nos parágrafos anteriores.
Mais detalhes do Shelby Cobra
Mas a ideia foi criar algo diferente. E com quatro cilindros. Os mais puristas – e alguns pilotos de teclado também – torcem o nariz. Mas a ideia evoluiu e o Duratec recebeu uma turbina e baixa pressão, apenas 0,6 bar, para alegrar os passeios de final de semana.
O carro foi todo feito de maneira artesanal. É o caminho mais árduo. Dificuldades diversas e orçamento extrapolado foram problemas que surgiram pelo caminho. Mas após oito oficinas o novo mecânico afinou a máquina, que entrega 205 cv na roda, algo em torno de 240 cv no motor.
Parece pouco, mas a receita deu certo. Melhor equilíbrio e baixo peso fazem dele algo bem acertado para andar. A turbina enche com força após os 3 mil giros e cola o corpo no banco. Realmente algo diferente do convencional, mas que faria Carroll Shelby se divertir ao volante.