Ford GT40 foi o responsável por frear o domínio da Ferrari nas 24 horas de Le Mans, e venceu a prova entre 1966 e 1969
Renato Bellote
Ford GT40 foi o responsável por frear o domínio da Ferrari nas 24 horas de Le Mans, e venceu a prova entre 1966 e 1969

Quero começar a primeira coluna do ano desejando um feliz 2024 a todos os leitores. Sem dúvida nenhuma mais uma etapa se inicia e com ela novos desafios e também novas oportunidades para contar histórias de modelos que marcaram época tanto nas ruas quanto nas pistas.

E é justamente sobre um ícone do automobilismo que eu vou falar nesta primeira coluna do ano. Na década de 60, a Ferrari foi uma das maiores vencedoras da tradicional prova das 24 Horas de Le Mans . Enzo Ferrari investia grandes somas no desenvolvimento de carros de corrida e, como ele mesmo costumava dizer, vendia carros de rua para financiar as provas , especialmente na Europa.

Mas foi aí que a Ford entrou na jogada. Inicialmente, como conta a história do filme Ford versus Ferrari , a marca norte-americana tentou comprar a Ferrari para se tornar seu braço no automobilismo . Logicamente recebeu uma negativa e, talvez, uma porta na cara. Por essa razão eles resolveram "se vingar" dos italianos criando seu próprio bólido.

Para isso contaram com a genialidade de Carroll Shelby , um texano apaixonado por velocidade e também por resultados nas pistas. Curiosamente, dentro e fora dos Estados Unidos. Vale lembrar que a sua criação, o AC Cobra , foi uma junção de duas ideias muito interessantes, ou seja, o baixo peso europeu com a brutalidade do V8 de bloco grande norte-americano.

O resultado não poderia ter sido melhor. Foram três vitórias consecutivas da Ford sobre a Ferrari na tradicional prova de Endurance . Dessa forma o GT 40 entrou para história de maneira definitiva como um dos maiores monstros do automobilismo mundial e sua fama deu origem a várias recriações mundo afora.

É o caso deste exemplar que mostro hoje na coluna. Ele foi montado de maneira artesanal e traz muitos detalhes interessantes que nos remetem ao clássico das pistas. Esta configuração com o motor entre-eixos é uma das melhores em termos de distribuição de peso. Por ali temos um propulsor V8 com 5 litros e os corpos de borboleta individuais, devidamente injetados e entregando mais de 300 cv .

A dirigibilidade nos leva diretamente para a década de 60 . Ele é baixo , barulhento e exige atenção constante. Nesse caso temos também a visibilidade um pouco mais baixa dos retrovisores e a visão do motor de dentro do habitáculo. Mas a satisfação é muito grande e o ronco do motor invade as ruas e também gera uma satisfação enorme no motorista. Aumente o som por aí.

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