Logo no primeiro contato com o Fiat Mobi , em uma volta em São Paulo, ficou claro que o carrinho de 3,59 metros de comprimento (um Volkswagen Up! tem 3,65 m) é bem parecido com o irmão maior Uno em movimento. Fica difícil não associar um carro ao outro quando ambos contam com mesmo conjunto mecânico e algumas peças de acabamento idênticas, entre as quais volante, alavanca de câmbio, comandos do ar-condicionado, rádio e até o contagiros no quadro de instrumentos.
Na versão Way On avaliada, até a diferença de peso é pouca, de apenas 14 kg (966 kg no Mobi e 980 no Uno ). Com isso, se pudesse dirigir de olhos vendados ficaria praticamente impossível notar em qual dos dois carros estaria. Quer mais semelhança? O preço: R$ 39.300 no Mobi Way e R$ 40.090 no Uno Way 1.0 . A lista de itens de série dos dois também é bastante parecida. Ambos contam com ar-condicionado, direção hidráulica, vidros elétricos dianteiros e rodas de aro 14 com pneus 175/65R.
As diferenças ficam por conta do tamanho, do desenho e dos novos detalhes que a Fiat inclui no Mobi , como a tampa traseira de vidro, o compartimento de 14 litros no porta-malas (Cargo Box) e do interessante sistema Live On , que transforma o celular no multimídia do carro, mas que vai estar disponível apenas em junho. Portanto, exceto por esse último item, o Uno acaba sendo mais vantajoso, já que vem com mais espaço interno, tanto para os ocupantes quanto as suas respectivas bagagens (entre-eixos de 2,38 metros no Uno e 2.30 metros no Mobi e uma diferença de 25 litros a mais no porta-malas do Uno em relacão ao irmão menor).
O jeito mais descolado do Mobi pode atrair mais o público jovem, mas as diferenças de comportamento em relação ao Uno são muito sutis. Pelo menos enquanto os dois tiverem o mesmo motor. Isso porque o Uno deverá estrear o novo 1.0, de três cilindros, até o fim do ano, antes de ser instalado no Mobi, que vai recebê-lo apenas em 2017. Até lá, a sensação de “déjà vu” é inevitável ao assumir o volante do Mobi.
O motor 1.0, de 75 cv e 9,5 kgfm de torque a 3.850 rpm não é um dos que contam com mais fôlego no segmento de compactos. Como o Mobi é um pouco mais leve que o Uno , alongaram a relação do diferencial (4,20: 1 ante 4,37: 1 no Uno ), além de terceira, quarta e quinta marchas em busca de melhores índices de consumo. E conseguiram resultados apenas plausíveis. Com gasolina, 9,2 km/l na cidade e 13,3 km/l na estrada, números que passam para 8,4 km/l e 11,9 km/l, respectivamente, com apenas etanol no tanque, de acordo com a fabricante.
Assim como no Uno , o Mobi tem o curso da alavanca de câmbio longo entre um engate e outro. Isso acaba deixando o motor perder giro e a sair da faixa ideal de utilização com facilidade, o que prejudica o desempenho. Além disso, a carroceria inclina mais do que o ideal nas curvas, o que acaba atrapalhando na estabilidade.
Em contrapartida, o conjunto de suspensão consegue absorver bem as irregularidades do piso, o que contribui com o conforto no dia a dia, principalmente no piso mal conservado da maioria das vias do Brasil. O volante é o mesmo do Uno, tem boa empunhadura e pode ter os principais comandos do som concentrados no lado direito como opcional. Faltou apenas a regulagem de profundidade, mas a ergonomia é boa, com comandos bem localizados e fáceis de serem acionados.
Assim que o carro chegar na redação para uma avaliação mais detalhada no dia a dia vai ser possível passar por uma série de situações do cotidiano que não aparecem durante as primeiras impressões ao dirigir. Por enquanto, confira abaixo o video oficial de lançamento do Mobi e a galeria de imagens acima.
Ficha técnica
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Motor: 1.0, flex, 4 cilindros Comprimento: 3,59 m
Potência: 75 cv a 6.250 rpm Largura: 1,68 m
Torque: 9,9 kgfm a 3.850 rpm Altura: 1,55 m
Câmbio: Manual, 5 marchas, tração dianteira Entre-eixos: 2,30 m
Peso: 940 kg Porta-malas: 215 litros