Por ser menor que outros hatchbacks como Volkswagen Gol e o próprio Fiat Palio , o Fiat Uno tem mais vocação urbana que os demais. Embora o 1.4 com Start/Stop consiga uma boa média de rendimento, faltava um motor mais econômico para deixar a receita mais interessante. E ele veio, com a nova linha Firefly , nas versões 1.0, de três cilindros, e 1.3, de quatro, que fazem o Uno subir algumas posições entre os carros mais econômicos do país.

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Visualmente, o Fiat Uno mudou pouco. Ganhou uma nova frente, que usa uma grade diferente, sem os famosos quadradinhos que surgiram no lançamento desta geração do compacto. As versões Sporting e Way tem novas rodas de liga leve e, no caso da versão mais esportiva, tem novas faixas na pintura. Por dentro, recebeu um novo quadro de instrumentos com uma pequena tela de LCD de 3,5 polegadas (a mesma da picape Toro ), que mostra o computador de bordo.

Para quem gosta de ficar conectado, a Fiat vai oferecer uma central multimídia com tela de 6,2 polegadas e câmera de ré. Infelizmente, não foi possível testar a novidade, que só foi mostrada em alguns dos carros parados na apresentação – os veículos de test-drive utilizavam o rádio Connect. Esse sistema de infotainment será vendido como acessório da Mopar , fora de todos os pacotes de opcionais oferecidos normalmente.

Urbano de respeito

O Fiat Uno precisava de um motor mais moderno. Veio na forma do novo FIREFLY nas versões 1.0 de três cilindros e 1.3 de quatro cilindros.
Divulgação
O Fiat Uno precisava de um motor mais moderno. Veio na forma do novo FIREFLY nas versões 1.0 de três cilindros e 1.3 de quatro cilindros.

Caiu alguma ficha na Fiat e entenderam que o Fiat Uno é um carro urbano. Com isso, pensaram em como melhorá-lo para a cidade. Recebeu direção elétrica de série, bem calibrada e que deixa o automóvel na mão o tempo todo, sem parecer mole demais. Se for manobrar no estacionamento, é possível usar a função City, que aumenta a leveza do volante em 50%. É uma opção bem vinda apenas para manobras, pois a leveza é tanta que pode atrapalharn o trânsito normal.

O principal do novo Uno são os motores. Temos o 1.0, de três cilindros, capaz de gerar 77 cv com etanol e 72 cv com gasolina, a 6.000 rpm. Equipa a versão de entrada Attractive e é uma das opções do aventureiro Way. A outra opção é o 1.3, de quatro cilindros, com potência de 109 cv com álcool e 101 cv com gasolina, também a 6.000 rpm. É o motor que está sob o capô da versão Sporting e que também pode ser utilizado no Uno Way.

Se você entende um pouco mais de mecânica e acompanhou as notícias antes do lançamento, deve ter visto por aí que a Fiat colocou duas válvulas por cilindro – o que deixa o 1.0 com 6V e o 1.3 com 8V, aocontrário dos concorrentes, que tem quatro válvulas por cilindro. A Fiat diz que fez essa escolha para dar preferência ao torque em baixas rotações, uma demanda maior para carros que passam a vida na cidade, como o próprio Fiat Uno.

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Acertaram em cheio neste ponto. Embora 1.0, de 77 cv, não seja tão potente quanto outros tricilindricos do mercado, ele tem 10,9 kgfm de torque a 3.500 rpm, com etanol, a maior força entre os 1.0 aspirados. Para comparação, o torque do Volkswagen Up!, com o 1.0 aspirado é de 10,4 kgfm com etanol, o mesmo que o novo 1.0 da Fiat consegue com gasolina. No 1.3, o torque é de 14,2 kgfm quando abastecido com etanol e 13,7 kgfm com gasolina .

É na prática que conseguimos ver como o motor é bom. O Fiat Uno com 1.0 é bem ágil graças ao torque, encarando até algumas subidas íngrimes com destreza. É surpreendente como se comporta bem em marcha lenta, sem as vibrações que encontramos no Up! . Isso deixa a convivência com o novo motor mais agradável, principalmente em momentos de congestionamento pesado. O câmbio manual, de cinco marchas, não é ruim, mas poderia ser  de seis e com engates mais justos e curtos.

A vocação urbana influencia na suspensão, ajustada para absorver a irregularidade das ruas brasileiras. Isso deixa o Uno bem mais confortável do que o Up! , que tem uma configuração mais dura. Por outro lado, a carroceria inclina muito mais mais no compacto da Fiat do que no da Volkswagen , algo que pode ser sentido em curvas de maior velocidade em estradas. Não é nada realmente perigoso, apenas passa a sensação de que é melhor não abusar demais do pequeno.

Se quiser mais segurança, é possível adquirir o pacote de opcionais Tech, que inclui o rádio Connect com conexão Bluetooth e entrada USB, além do sistema da Bosch que adiciona controle eletrônico de estabilidade, tração e assistência de partida em rampas. O equipamento é o mesmo utilizado em diversos carros da Volkswagen e da Ford – o pacote AdvanceTrac de vários modelos da Ford, incluindo Ranger , utiliza essa peça da Bosch.

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A melhoria na economia é bem clara. Os dados do Inmetro dizem que, com o motor 1.0, o compacto faz 9,2 km/l na cidade e 10,4 km/l na estrada, com etanol. Se usar gasolina, o rendimento passa para 13,1 km/l (cidade) e 15,1 km/l (estrada). Após o curto test-drive feito na região do Lago da Pampulha em Belo Horizonte (MG), o computador de bordo marcava 14,8 km/l, uma média bem acima da divulgada pelo sistema de etiquetagem do Inmetro. Melhor ainda se considerarmos que o ar-condicionado estava ligado o tempo todo e fiz as trocas de marcha um pouco depois do recomendado pelo computador de bordo.

E o 1.3?

O contato com a versão 1.3 do Fiat Uno deveria ser tão curta quanto com o 1.0, se eu não tivesse dado um jeito de pegar tanto a versão manual quanto a automatizada. Com o motor mais forte, o Uno fica mais esperto para ultrapassagens e retomadas, apesar de ser muito difícil de acreditar que ele acelera de 0 a 100 km/h em 9,8 segundos como a Fiat diz. É ágil e o carro é leve, mas não é para tanto.

Continua econômico, embora não tanto quanto a versão 1.0. Os dados oficiais dizem que rende 9,1 km/l na cidade e 10,1 km/l na estrada, quando abastecido com etanol. Com gasolina, faz 12,8 km/l (cidade) e 14 km/l (estrada). O baixo valor é alcançado com o uso de Start/Stop de série no motor 1.3, desligando o motor quando o carro está parado no trânsito, ligando novamente ao aliviar o pedal do freio. O equipamento funciona até mesmo nas versões com câmbio manual.

Apenas as versões com este motor podem receber a caixa automatizada Dualogic. Assim como no Uno anterior, a troca de marchas é feita através de botões no console central, onde normalmente estaria a alavanca. Embora a Fiat tenha tentado melhorar sua resposta, ainda é um câmbio lento para trocar as marchas e indeciso sobre qual velocidade usar. Felizmente, é possível melhorar o desempenho com o uso da função Sport ou fazendo trocas manuais com as hastes atrás do volante.

É inegável como o Fiat Uno melhorou com os novos motores. A partir de R$ 41.840, vira uma escolha interessante para quem não gosta muito do Up! e quer um carro compacto. O problema para a fabricante é que fica ainda mais difícil justificar a oferta do Mobi , quando a própria tem uma opção mais equipada, econômica e espaçosa logo acima. Talvez isso se resolva com o lançamento da versão Drive, do Mobi , que irá utilizar o mesmo motor 1.0 tricilindrico. Até lá, o Uno é uma compra muito melhor. Veja como ficaram os preços da linha 2017.

Fiat Uno Attractive 1.0 R$ 41.840

Fiat Uno Way 1.0 R$ 42.970

Fiat Uno Way 1.3 R$ 47.640

Fiat Uno Sporting 1.3 R$ 49.340

Fiat Uno Way 1.3 Dualogic R$ 51.990

Fiat Uno Sporting 1.3 Dualogic R$ 53.690 


*Viagem feita a convite da Fiat do Brasil

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