
Todas as picapes médias passaram por alguma mudança neste ano, desde novas gerações como no caso da Mitsubishi L200 Triton , como apenas reestilizacões para Ford Ranger e Chevrolet S10 . Apenas duas caminhonetes ainda deviam algum tipo de alteração. Agora, com o lançamento da Volkswagen Amarok reestilizada, falta só a Nissan Frontier (prevista para o ano que vem). A picape da martca alemã recebeu uma frente que lembra muito a irmã menor Saveiro , o mesmo interior do Golf e mais equipamentos, a partir de R$ 113.990.
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No caso da Volkswagen Amarok, a mudança de meio de vida é, até o momento, apenas visual. Isso porque a picape manteve toda a mecânica, usando o motor 2.0 turbodiesel, de 140 cv e 34,7 kgfm de torque e câmbio manual de seis marchas para os modelos de entrada. Os mais equipados seguem com o 2.0 diesel, com dois turbos, nas configurações de 180 cv e 40,8 kgfm, quando combinado à transmissão manual, e 42,8 kgfm nas versões mais caras com câmbio automático de oito marchas. Todas as versões têm tração 4x4 4Motion.
Do lado de fora, as novas linhas são caracterizadas pelo uso de uma nova grade, com hastes mais grossas. É o mesmo estilo utilizado na Saveiro reestilizada, que foi lançada no primeiro semestre. Os faróis estão integrados à nova grade, formando uma linha única. Os faróis de neblina, antes redondos, agora tem um formato retangular. A única alteração na parte traseira foi no desenho interno das lanternas.
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Foi o interior que a picape mudou de verdade. Reaproveitaram o design utilizado no Golf e que, aos poucos, está sendo levado para outros carros da Volkswagen – Gol e Voyage receberam as mesmas linhas internas. Isso faz com que a Amarok passe a impressão de ser uma versão picape do Golf pelo acabamento. As linhas são mais angulares, com formato retangular para as saídas de ar. O painel de instrumentos é o mesmo, com velocímetro e conta-giros analógico e uma tela central para o computador de bordo.
Um pouco mais equipada
De série na versão básica S Cabine Simples, a Amarok vem com dois airbags, controle de estabilidade e tração, assistente de partida em rampas, bloqueio eletrônico de diferencial, controle automático de descida, direção hidráulica, ar-condicionado, faróis de neblina e rodas de aço 16” com pneus de uso misto. Essa é a que custa R$ 113.990. A configuração com cabine dupla custa R$ 126.990 e, além dos bancos e portas traseiras, adiciona ancoragem ISOFIX para cadeirinhas infantis. Ambas contam com o motor 2.0 turbodiesel de 140 cv.
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Logo acima está o modelo SE, por R$ 130.990, equipado com o 2.0 biturbo, a diesel de 180 cv e 40,8 kgfm. Troca as rodas de aço por liga leve de 16 polegadas, recebe rádio com Bluetooth e MP3 e alarme. Se pagar R$ 148.990, leva para casa a Amarok Trendline. Nela, o motor 2.0 a diesel gera 42,8 kgfm e recebe caixa automática de oito marchas. Passa a contar com computador de bordo, piloto automático, rodas de liga leve 17”, sensor de estacionamento dianteiro e traseiro, central multimídia Composition Media e paddle-shifts atrás do volante para trocas de marcha.
No topo da linha estão duas configurações da Volkswagen Amarok Highline. A primeira, por R$ 167.990, ganha câmera de ré, airbags laterais para motorista e passageiro dianteiro, faróis bixenon com luzes de iluminação diurna (DLR) em LED, sensor de chuva e crepuscular, bancos dianteiros em couro com ajustes elétricos, retrovisores laterais elétricos e central multimídia Discover Media com navegação por GPS. Ocupando o lugar que era da versão Ultimate está a nova Highline Extreme, por R$ 177.990, com detalhes exclusivos de design como rodas de liga leve 20", tapete com o logo Extreme e santantônio esportivo. Terá também a versão V6, mas apenas no segundo semestre do ano que vem, como modelo 2018.
Leve diferença

Na prática, a Amarok continua a mesma que já conhecemos. Seu torque em baixa rotação é bom e continua a ser uma das picapes mais valentes tanto no asfalto quanto na terra, pelo uso da tração 4x4 em tempo integral – as outras tem tração dianteira e, quando necessário, podemos acionar o modo de tração nas quatro rodas. Durante o test-drive feito de São Paulo até o Haras Tuiuti, o computador de bordo marcava 9,5 km/l, uma média interessante ao considerar os 2.036 kg da caminhonete.
É uma picape muito estável. A Volkswagen fez um teste do alce com os jornalistas: Aceleramos até 80 km/h e tivemos que desviar de um alce (ou outro animal) que aparece de repente da pista. O controle de estabilidade segurou a caminhonete como deveria, sem transmitir insegurança.
O que torna a Volkswagen Amarok um modelo bem diferenciado é o seu conforto. Picapes médias tendem a pular, devido ao ajuste da suspensão. Não é bem um defeito, e sim uma caracteristica, já que são preparadas para andar forte em pistas acidentadas. Na caminhonete da marca alemã, isso acontece muito menos, tornando-a muito mais agradável para o uso urbano e rodoviário. Outra boa surpresa é a qualidade do isolamento acústico. Mesmo quando estamos pisando fundo, o som do motor não invade demais a cabine.
Porém, algumas críticas andam de carona na caçamba da Amarok. Apesar do alto preço, é menos equipada do que a concorrência – algumas das rivais contam com assistentes de saída de faixa e de frenagem autônoma, piloto automático adaptativo, sensor de ponto cego e outros equipamentos de segurança. A direção é hidráulica em todas as versões e, embora seja muito bem ajustada, ainda fica a sensação de que poderia ser elétrica.
O grande problema é que a novidade da nova linha da Volkswagen Amarok, o novo motor V6 diesel, só estará disponível no Brasil em 2017 – a previsão é que seja lançado até o fim do 1º semestre. Enquanto não chega, a picape média dá a impressão de que poderia ter mudado um pouco mais para fazer frente à concorrência. A Amarok nunca foi a campeã de vendas e, se não se arriscar um pouco mais, vai ser difícil brigar pelas vendas.