Muita gente quer um SUV. O segmento que mais cresce no Brasil e no mundo gerou uma corrida das fabricantes para encontrar formas de participar ainda mais. A Honda já tem dois utilitários esportivos por aqui, o HR-V e o CR-V . Queriam mais um e decidiram fazer algum tipo de derivado do Fit , dando origem ao WR-V, apresentado no Salão do Automóvel, em novembro último, e que chega às lojas em março.
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A fórmula do Honda WR-V irá fazer muita gente coçar a cabeça tentando entender. A marca trabalhará toda sua publicidade como se fosse um SUV compacto, posicionado abaixo do HR-V e logo acima do Fit. Porém, a familiaridade com o hatchback é grande demais para efetivamente tratá-lo como um novo produto, parecendo muito mais uma versão aventureira do Fit , da mesma forma que a Volkswagen faz com o CrossFox ou a Renault com o Sandero Stepway.
Quem viu o modelo no Salão do Automóvel percebeu. A lateral do carro é idêntica, usando as mesmas peças. Muda no design frontal, exclusivo para o WR-V , que tenta transmitir a sensação de robustez dos veículos off-road; e nas linhas traseiras, com novo para-choque e lanternas que invadem a tampa do porta-malas, no mesmo estilo que a nova geração do CR-V – a diferença é que a proporção do CR-V é muito diferente, deixando o conjunto mais harmonioso.
Quase um Fit
O parentesco entre WR-V e Fit continua em mais aspectos. As imagens publicadas pelo site Autoblog Uruguai revelaram que o interior será exatamente o mesmo. Tudo bem, tem diferenças: o acabamento em volta das saídas de ar é cromado e os bancos podem vir com dois tons. É uma das decepções, já que a Honda não mostrou a cabine em momento algum e o escondeu no modelo do Salão do Automóvel, com vidros escurecidos.
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Tem mais. Ficaram fazendo mistério com a motorização do aventureiro, embora todos os jornalistas do setor já tenham apotando para o uso do mesmo 1.5 i-VTEC de 116 cv e 15,3 kgfm de torque a 4.800 rpm, quando abastecido com etanol, exatamente o mesmo motor usado no Fit e também no sedã City (outro que usa a mesma plataforma do hatch). Nada de versão com câmbio manual, sendo equipado apenas com a transmissão CVT já usada nos outros veículos da marca.
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O que muda é a suspensão. Recebeu amortecedores com batente hidráulico e diâmetro de cilindro reforçado, nova barra estabilizadora, e novas buchas frontais. Essas alterações foram feitas para compensar o aumento do vão livre do solo, de 17,9 centímetros, o que aumenta os ângulos de ataque e saída para 21° e 33°, respectivamente. O eixo dianteiro usa suspensão MacPherson, enquanto o traseiro é equipado com eixo de torção.
As medidas são diferentes. O entre-eixos do WR-V é ligeiramente maior, de 2,55 m, contra os 2,53 m do Fit . O comprimento é o mesmo, de 4 metros. Muda para valer na altura e largura. São 1,6 m de altura e 1,73 de largura, um belo aumento em relação aos 1,53 m de altura e 1,69 de largura do Fit . Na prática, o espaço interno deve mudar (muito) pouco, já que a diferença no entre-eixos é mínima. As rodas também mudaram, calçando pneus 195/60 R16.
Preços ainda não foram divulgados, mas o Honda WR-V será posicionado acima do Fit e logo abaixo do HR-V . Espere por preços na casa dos R$ 60 mil, para competir com Renault Duster , Ford EcoSport (até que seja reestilizado) e os outros carros aventureiros – embora a Honda diga que não são seus concorrentes. A produção em Sumaré (SP) já foi iniciada, enquanto a fábrica em Itirapina segue parada.
*Viagem feita a convite da Honda do Brasil