Peugeot 208: desenho arrojado é o principal destaque, o que inclui filetes de LED até nos para-choques como se fossem garras de leão
Carlos Guimarães/iG
Peugeot 208: desenho arrojado é o principal destaque, o que inclui filetes de LED até nos para-choques como se fossem garras de leão

Depois de sete anos e meio do lançamento do Peugeot 208 nacional, o Brasil recebe a nova geração do hatch compacto, agora fabricado na Argentina e não mais em Porto Real (RJ), onde continuam sendo fabricados outros modelos da PSA, entre os quais o Citroën C4 Cactus e o SUV 2008. Logo mais, virão novidades. Mas vamos ao novo hatch que acaba de chegar, cujas primeiras impressões a reportagem de iG Carros mostra a seguir.

Pelo menos por enquanto, tivemos acesso à versão topo de linha Griffe (R$ 94.990), que vem com o mesmo motor 1.6 flex das demais, pioneiro a dispensar o famigerado tanque auxiliar de partida a frio, mas que ficou defasado em relação aos 1.0, turbo, de três cilindros, de alguns rivais do novo Peugeot 208 , como Hyundai HB20, Chevrolet Onix e VW Polo.

Em um carro que inspira modernidade, o motor 1.6 flex, aspirado, destoa do conjunto. Nem tanto pelo desempenho, mas pelo grau de eficiência. O bom é que o câmbio automático (Aisin TF-71 SC) de seis marchas, funciona bem, embora não tenha hastes atrás do volante para trocas sequenciais, feitas apenas pela alavanca. Depois de movê-la para o lado esquerdo, toques para trás passam uma marcha adiante e, para frente, reduzem.

Pode parecer estranho, mas é o ajuste certo porque, ao frear, o corpo tende a ir para frente, seguindo o movimento das reduções. Mesmo sem um motor moderno, o novo 208 mostrou ter um conjunto bem acertado. Um dos pontos que mais impressionam é o isolamento acústico. Pode acelerar que não há vibrações ou ruídos em excesso.

Além disso, a suspensão do novo hatch compacto trabalha bem, garantindo boa estabilidade nas curvas, embora o carro merecesse rodas de aro 17 no lugar das de 16 polegadas montadas em borrachudos pneus 195/55R 16.

Como não é um exemplo de eficiência, o motor 1.6 flex (o mesmo do 208 anterior) tem desempenho apenas razoável. Faz o carro acelerar de 0 a 100 km/h em medianos 12segundos, com máxima de 190 km/h. Conforme o Inmetro, o consumo de etanol é de 7,7 km/l na cidade e 9,3 km/l na estrada.

Se economizaram no motor e em alguns detalhes de acabamento, como a pintura fosca em algumas partes não aparentes (como o lado interno da tampa do porta-malas), em contrapartida, capricharam no quadro de instrumentos que fica bem diante dos olhos.

Conta com efeito 3D, que é interessante, mas não faz muita diferença na prática, além do aspecto futurista. E dá para personalizar a configuração das informações, mas faltou algo básico, como um ponteiro do pontagiros mais aparente.

Não há do que reclamar da posição de dirigir. Aliás, um dos pontos fortes do carro. O volante segue o padrão da dupla de SUVs 3008 e 5008, com as partes de cima e de baixo achatadas, Além disso, no painel ficam alguns comandos com desenho ousado, como se fossem teclas de um piano.

O aplique que imita fibra de carbono e o botão de partida também são destaques, assim como os bancos revestidos de couro que lembra Alcantara e com bons apoios laterais.

A central multimídia no meio de painel é compatível com Apple Car Play e Android Auto, tem tela de boa resolução, mas não conta com acesso à internet nativo nem pareamento sem fio, recursos que já estão aparecendo no segmento de compactos e que tendem a ser cada vez mais comuns. É um aspecto que a Peugeot deverá levar em consideração mais adiante, pelo menos.

Na questão do espaço interno, o novo 208 não é dos melhores. Atrás, o túnel da estrura que fica no assoalho é alto e atrapalha a acomodação de três ocupantes atrás. Além disso, para quem tem mais de 1,75 m de altura deve raspar a cabeça no teto.E no porta-malas vão apenas 265 litros de bagagem. 

No caso da versão topo de linha avaliada, outro aspecto que chama atenção é o pacote de itens tecnológicos. Entre outros itens, há câmera com visão superior em 360° e o pacote semiautônomo de segurança, que inclui alerta de mudança involuntária de faixa, alerta de colisão, frenagem autônoma de emergência e assistente de farol alto com ajuste automático de facho.

Conclusão

O Peugeot 208 não terá vida fácil diante dos rivais. irá se apoiar nas questões do design arrojado, no aspecto moderno do cluster digital e no bom acerto do conjunto, apesar do motor 1.6 menos eficiente do que deveria. Também não é dos mais espaçosos e os preços podem assustar.

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Ficha técnica

Preço: R$ 94.490 (Griffe)

Motor: 1.6, quatro cilindros, flex

Potência: 118 cv (E) / 115 cv (G) a 5.750 rpm

Torque: 15,5 kgfm  a 4.000 rpm

Transmissão: Automático, 6 marchas , tração dianteira

Suspensão: Independente, McPherson (dianteira) / Eixo de torção (traseira)

Freios: Discos ventilados (dianteiros) / tambores (traseiros)

Pneus: 195/55 R16

Dimensões: 4,06 m (comprimento) / 1,74 m (largura) / 1,45 m (altura), 2,54 m (entre-eixos)

Tanque: 47 litros

Porta-malas: 265 litros

Consumo etanol: 7,7 km/l (cidade) / 9,3 km/l (estrada)

Consumo gasolina: 11  km/l (cidade) / 13,2 km/l (estrada)

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