Ferrari Testarossa
Divulgação/Ferrari
Ferrari Testarossa


A Ferrari apresentou na terça-feira (09), em Milão, o 849 Testarossa, nova berlinetta híbrida plug-in que toma o lugar do SF90 Stradale. 

O cupê soma três motores elétricos a um V8 biturbo central-traseiro para entregar 1.050 cv. Segundo a marca, a proposta é unir desempenho extremo e uso cotidiano.

Com 50 cv a mais que o antecessor e vetorização de torque nas quatro rodas, o lançamento promete acelerações mais fortes; o spoiler ativo muda de posição em menos de 1 s.

Preço e início das entregas não foram informados, e dados de consumo e emissões seguem “em homologação”. Concorrentes já oferecem potência semelhante.

Motorização, desempenho e freios

O conjunto PHEV combina um V8 3,9 biturbo de 830 cv a três motores elétricos (um traseiro e dois dianteiros), somando 1.050 cv.

A transmissão é de dupla embreagem e 8 marchas, com tração sob demanda no eixo dianteiro. A Ferrari fala em 0–200 km/h em 6,35 s e máxima acima de 330 km/h.

Segundo a fabricante, o novo turbocompressor — o maior já usado num carro de série da marca — reduz o atraso de resposta e sustenta potência em altos giros.

Traseira da Ferrari Testarossa
Divulgação/Ferrari
Traseira da Ferrari Testarossa

Há ainda quatro modos no e-Manettino (eDrive, Hybrid, Performance e Qualify); no elétrico, a autonomia declarada é de até 25 km graças à bateria de 7,45 kWh.

A eletrônica central usa o sistema FIVE para estimar, em tempo real, parâmetros como velocidade e ângulo de guinada, refinando o controle de tração, o e-diff e o e4WD.

O ABS Evo, já visto em projetos de pista da marca, busca frenagens mais tardias e repetíveis.

Discos maiores, pinças traseiras redesenhadas e nova calibração de regeneração prometem melhor consistência em uso intenso.

De acordo com a Ferrari, o peso total se mantém no nível do SF90 Stradale, resultando na “melhor relação peso-potência” da linha.

Design e interior

Assinado pelo Centro de Estilo dirigido por Flavio Manzoni, o 849 Testarossa revisita protótipos dos anos 1970 e a “twin-tail” inspirada no 512 S.

Interior da Ferrari Testarossa
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Interior da Ferrari Testarossa

O desenho privilegia entradas e dutos funcionais, com maior fluxo para intercoolers e freios.

A Ferrari informa 415 kg de downforce a 250 km/h (25 kg a mais que no SF90) e melhora de 15% no arrefecimento.

O spoiler ativo alterna entre baixa resistência e alta carga em menos de 1 s, atuando em conjunto com as superfícies passivas do difusor traseiro.

O cockpit retoma a solução de “alavanca” no túnel e adota volante com comandos físicos, o que inclui o botão de partida.  Um novo HMI simplifica menus e concentra as funções no campo de visão do motorista.

Conectividade com Android Auto e Apple CarPlay é de série, assim como carregamento sem fio.

Entre os ADAS, há ACC com Stop & Go, frenagem autônoma com detecção de ciclistas, monitor de ponto cego, assistente e alerta de faixa, farol alto automático e leitura de placas.

Versão Assetto Fiorano e sustentabilidade

Opcional, o pacote Assetto Fiorano troca componentes por fibra de carbono e titânio e pode reduzir o peso em cerca de 30 kg, segundo a marca.

Ferrari Testarossa Assetto Fiorano
Divulgação/Ferrari
Ferrari Testarossa Assetto Fiorano

Aerofólios maiores, novos geradores de vórtice e ajustes de suspensão elevam a carga sem penalizar tanto o arrasto. Pneus Michelin Cup 2 específicos estão disponíveis.

O V8 passa a usar ligas secundárias de alumínio reciclado em peças fundidas, com meta de reduzir emissões na fabricação. Como nos demais modelos, o carro inclui programa de manutenção por 7 anos.

Para PHEVs, a marca oferece extensão de garantia de componentes híbridos — com possibilidade de substituição da bateria de alta tensão em prazos estendidos —, conforme cada mercado.

Mercado e concorrência

O 849 Testarossa volta a um nome icônico da marca e ocupa o topo da linha de V8s híbridos.

Pelo nível de potência e proposta, enfrenta superesportivos eletrificados como o Lamborghini Revuelto (1.015 cv) e modelos híbridos de McLaren e Porsche.

A leitura inicial aponta avanços sobre o SF90 em carga aerodinâmica, gerenciamento térmico e integração eletrônica.

Sem preço divulgado, o posicionamento deve espelhar o papel de halo car: baixa escala, alta margem e foco em pista — mas com a comodidade de rodar em modo elétrico por curtos trajetos urbanos.

Revisitando a sigla Testarossa e elevando números de potência e downforce, o novo híbrido da Ferrari mira consolidar a transição da marca para superesportivos eletrificados sem abrir mão do V8.

Se as cifras de fábrica se confirmarem em testes independentes, o 849 Testarossa tende a redefinir a referência entre os cupês híbridos de produção.

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