Eficiência energética é a palavra do momento para qualquer carro novo no Brasil. Quando o regime automotivo Inovar-Auto começou a funcionar em 2012, ele exigia que os veículos melhorassem 12,08% em sua eficiência. O Grupo PSA vem trabalhando nisso com a adoção do motor 1.2 PureTech, agora disponível para o Citroën C3 em suas versões mais em conta, com preço a partir de R$ 46.490.
Esse novo motor chega para aposentar o antigo 1.5, em um movimento semelhante ao que foi feito pela Peugeot com o compacto 208 . No hatchback da Peugeot , o teste do Inmetro registrou 15,1 km/l na cidade e 16,9 km/l na estrada, com gasolina, rendimento que faz com que seja o carro flex mais econômico do país . O C3 não supera essa marca, mas chega perto: 14,8 km/l na cidade e 16,6 km/l na estrada, tornando-se o segundo flex com melhor rendimento do Brasil.
Fiz um breve test-drive com o C3 , saindo do Instituto Mauá de Tecnologia, em São Caetano do Sul (SP). Foi um trajeto curto, de 60 km, pela Rodovia Anchieta até a Estrada Velha de Santos. Perto da hora do almoço e sem ocorrências que travassem o trânsito, foi possível manter o C3 rodando em velocidade constante. No fim do teste, o computador de bordo marcava 16,9 km/l, reforçando que seu forte é a economia de combustível.
O motor 1.5 não deixa nenhuma saudade. O PureTech, com três cilindros, gera 90 cv a 5.750 rpm e 12,95 kgfm a 2.750 rpm de torque com etanol, um pouco menos do que os 93 cv e 14,2 kgfm do 1.5. Compensa na eficiência: é 32% mais econômico e emite 32% menos CO2, de acordo com a fabricante. Isso é obtido com redução de atrito dos cilindros, duplo comando no cabeçote e uso de materiais mais leves e resistentes.
A eficiência não está só no consumo. O C3 se mostrou ágil até os 3.200 rpm, acima disso fica um pouco mais lento para acelerar, exigindo mais trocas de marcha para uma retomada. Funciona muito bem em baixa velocidade, como pude ver nos trechos perto da Estrada Velha, onde a velocidade é de 40 km/h. É bem confortável, com uma suspensão bem ajustada e muito silêncio a bordo – os novos coxins são tão eficientes que é difícil diferenciar o nível de vibração do motor tricilíndrico em relação ao antigo 1.5.
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Não é um carro livre de defeitos. Os pedais do acelerador e freio ficam próximos demais, um problema para quem tem pés grandes, enganchando um deles embaixo de um dos pedais. Enquanto a Peugeot acerta com maestria o ajuste da direção elétrica, a Citroën ainda não achou o ponto. Não é tão leve quanto antes, mas ainda parece anestesiada e com um pequeno ponto morto (aquele trecho em que viramos o volante e as rodas não acompanham). Mas não é nada muito grave.
Um argumento que a Citroën usa para provar que C3 vale a pena é o seu custo de manutenção. Um levantamento feito pela JATO Dynamics usando valores de combustível, seguro, revisão e pneus mostra que o C3 1.2 custa R$ 0,56 por quilômetro rodado, o menor valor do país, ainda conforme a marca francesa.
A versão básica Origine , por R$ 46.490, vem razoavelmente equipada, com direção elétrica, ar-condicionado, computador de bordo, volante com regulagem de altura e profundidade e espelhos com ajuste elétrico.
Por mais R$ 3.500, a versão Attraction (R$ 49.990) adiciona vidros elétricos nas quatro portas, luzes diurnas de LED e a rádio com Bluetooth. No C3 Tendance topo de linha (R$ 52.690), fica apenas o sensor de estacionamento, alarme volumétrico e o para-brisa Zenith, que se estende até parte do teto. Central multimídia? Só no pacote opcional com ar-condicionado digital, por R$ 1.850 e apenas disponível da versão Attraction para cima.
O Citroën C3 1.2 dá ótimos argumentos para continuar a ser o carro mais vendido da marca no Brasil e pode conquistar quem quer gastar pouco na manutenção a longo prazo. No entanto, só deve agradar mesmo quem já estava de olho no hatchback, pois o investimento inicial pode pesar.
Ficha Técnica | |
Preço | R$ 46.490 a R$ 52.690 |
Motor | 1.2, três cilindros em linha, 12V, comando duplo, flex |
Potência (E/G) | 90/84 cv a 5.750 rpm |
Torque (E/G) | 13/12,2 kgfm a 2.750 rpm |
Transmissão | Manual, 5 marchas, tração dianteira |
Suspensão | Independente McPherson (dianteira) / eixo de torção (traseira) |
Freios (D/T) | Discos ventilados / tambores |
Rodas | 195/60 R15 |
Dimensões | 3,94 m (comprimento / 1,70 m (largura) / 1,52 m (altura) / 2,46 m (entre-eixos) |
Tanque | 55 litros |
Consumo (E/G) | 10,6 km/l (cidade) e 11,3 km/l (estrada) /14,8 km/l (cidade) e 16,6 km/l (estrada) |