Fazia tempo que não apareceria um hatch com uma pegada realmente esportiva no Brasil e preço acessível. A Renault tomou a iniciativa ao aproveitar a tradição da divisão Sport, criada em 1976, colocando seus engenheiros franceses para trabalhar em uma saborosa receita apimentada no Sandero RS, versão vendida por apetitosos R$ 62.510 já com as belas rodas de aro 17. Portanto, esqueça tudo o que já sabe sobre o Sandero . O RS é um carro que merecia até um outro nome.
Como todo esportivo de verdade, porém, não há como fugir de alguns itens que podem causar certo desconforto no dia a dia, como a suspensão mais firme, que não consegue absorver bem as irregularidades do piso, mas, em contrapartida, garante uma inclinação da carroceria nas curvas 32% menor que na versão Dynamique 1.6 . E o pacote de mudanças estruturais foi completo, inclusive nos freios, que receberam novos componentes que resistem bravamente ao superaquecimento, mesmo com uma tocada mais animada.
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Preparacão do chef, bem temperada
A receita dos chefs da Renault Sport também incluiu um tempero especial no sistema de escapamento, com dupla saída e que é capaz de mudar de ronco com o acionamento da tecla R.S no painel, que também deixa o acelerador mais sensível com a mudança no mapeamento da central eletrônica do motor. Se o juízo deixar, também é possível desligar o controle eletrônico de estabilidade deixando apertada o botão com alguns segundos.
Por falar em motor, trata-se de um 2.0 flex, de 150 cv com uma pitada de pimenta e que funciona em conjunto com o câmbio manual de seis marchas, com relações e engates curtos, como todo autêntico esportivo. Como há boa dose de torque (20,9 kgfm a 4.000 rpm), dá para pular de quarta para sexta sem perder muita agilidade no trânsito e com ganhos no consumo e nível de ruído.
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Até mesmo o sistema de direcão é diferente no RS em relação às demais versões do Sandero . Tem assistência eletrohidráulica e ajuste tão apetitoso quanto os pratos do famoso chef Alain Ducasse. Consegue ser comunicativa em velocidade, transmitindo segurança e o que acontece entre os pneus e o asfalto. Para dar um toque de sofisticação, instalaram o volante revestido de couro do Clio RS europeu, com costuras vermelhas e com os comandos do piloto automático e do Bluetooth.
Faltaram apenas alguns detalhes, como os vidros elétricos sem o comando do tipo “um toque”, o que acaba obrigando a apertar os botões das janelas até fecharem completamente. Mas não se esqueceram de instalar bancos com largos apoios laterais, faixas que remetem aos modelos de competição e com a inscricão R.S nos encostos de cabeça. Ok, não são autênticos modelos da Recaro, como os que instararam em modelos como Gol GTI e Kadett GS , no início dos anos 90, mas bem melhores que o de esportivados que foram lançados ultimamente.
Bom também é que a central multimídia vem de série, funciona bem com qualquer celular e conta com GPS. Também não está entre as que têm melhor resolução de tela, nem a velocidade mais alta de processamento, mas conta com um pacote suficiente de recursos para não decepcionar. Além disso, o RS tem o bom espaço do Sandero , tanto para os cinco ocupantes quanto no porta-malas, de 320 litros.
Entre os rivais, o RS tem o Peugeot 208 GT , que tem motor 1.6 turbo flex, de 173 cv, mas custa R$ 79.490, uma diferença de consideráveis R$ 16.980, afora o acerto mais voltado ao uso cotidiano do GT do que para quem pode, até, levar o carro para um track day, o que acontece com o RS .
Ficha Técnica
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Preço: R$ 62.509 (com as rodas de aro 17 opcionais)
Motor: 2.0, quatro cilindros, flex,
Potência: 150 cv a 5.750 rpm
Torque: 20,9 kgfm a partir de 4.000 rpm
Transmissão: Manual, de seis marchas, tração dianteira
Suspensão:Independente (dianteira) / eixo de torção (traseira)
Freios: Discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira
Pneus: 205/45 R17
Dimensões: 4,07 m (comprimento) / 1,73 m (largura) / 1,50 m (altura), 2,59 m (entre-eixos)
Tanque : 50 litros
Consumo: 8,3 km/l (cidade) /10,8 km/l (estrada) com gasolina
0 a 100 km/h: 8 segundos
Vel. Max: 202 km/h