Apesar de ter chegado apenas na versão topo de linha e importado do México, o Nissan Kicks mostra que não é apenas mais um SUV com desenho atraente no mercado. Pelos dados mais recentes divulgados pela Fenabrave (Federação dos Distribuidores de Veículos), da primeira quinzena de agosto, o carro já é o quarto modelo mais vendido do segmento, superando o Renault Duster
e atrás apenas de Honda HR-V
, Jeep Renegade
e Ford EcoSport.
E isso tem suas razões. Algumas delas iG Carros
constatou dirigindo o carro no dia a dia.
Logo de cara, agrada o volante multifuncional com desenho parecido com o do superesportivo GT-R . Tem boa empunhadura e comandos iluminados à noite. Bem que alguns deles poderiam ter botões um pouco maiores. Mas, no geral, é um ponto positivo do Nissan Kicks . A direção com assistência elétrica também está na lista do que o carro tem de bom. Leve nas manobras e precisa em velocidades mais altas, vai bem assim como a suspensão bem calibrada, que garante boa estabilidade nas curvas e consegue absorver as irregularidades do piso, contanto que você não ouse a pegar um trecho de terra com obstáculos. O habitat natural do carro é no asfalto.
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Como não poderia deixar de ser, o câmbio CVT contribui com o conforto pela suavidade de funcionamento. Se você pisar de leve no acelerador o Kicks roda em silêncio, com o contagiros marcando algo em torno dos 2.000 rpm perto dos 100 km/h, economizando combustível. O baixo peso na comparação com os principais rivais, aliás, ajuda a gastar menos e a ter certa agilidade. Pesa 1.142 kg ante 1.265 do HR-V e 1.393 do Renegade . Mas ao pisar um pouco mais forte no pedal da direita o nível de ruído sobe bastante e o desempenho não acompanha na mesma proporção.
Portanto, na cidade, no dia a dia, o Kicks se sai bem, contanto que você saiba dosar a pressão no acelerador. O carro não é dos mais adeptos a uma pegada mais esportiva. Mesmo porque, o 1.6 rende razoáveis 114 cv e 15,5 a 4.000 rpm e o máximo que o câmbio CVT pode fazer para ajudar a dar mais fôlego é manter o nível de rotação do motor em patamares mais altos desligando o overdrive , o que é feito apertando um botão meio escondido na própria alavanca de câmbio. Não há hastes atrás do volante para trocas sequenciais. Entretanto, a posição de dirigir é boa, com regulagem de altura tanto do banco do motorista quanto do volante.
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O que também agrada no Kicks é a visibilidade, tanto pela área envidraçada quanto pelos retrovisores externos, com bom ângulo de visão, mas sem recolhimento automático. No espelho interno, nada de sistema antiofuscante, apenas o simples botão dia/noite, como existe em qualquer carro popular, algo que não combina muito com uma versão topo de linha com parte do painel revestido de couro com costura aparente, partida por botão e ar-condicionado digital.
Para um SUV que quer um lugar de destaque na lista dos mais vendidos também faltou um freio de estacionamento elétrico, como existe tanto no HR-V quanto no Renegade , os líderes de vendas. Entretanto, o Kicks tem espaço considerável para cinco ocupantes e suas bagagens no porta-malas de 432 litros. Outro detalhe que merece um ponto positivo é o quadro de instrumentos configurável do lado esquerdo. É possível mostrar apenas o conta-giros ou uma série de outras informações do computador do bordo, de maneira fácil, rápida e útil. Bom também é que a câmera de ré mostra o carro, inclusive, visto de cima, o que ajuda nas balizas.
Mais na cidade do que na estrada
Porém, mais uma vez o Kicks mostra que se sai melhor mesmo em ambiente urbano. Além de ter desempenho apenas razoável, o tanque de combustível é um dos menores do segmento, com apenas 41 litros, o que limita a autonomia, principalmente com apenas etanol no tanque. De acordo com os números da fabricante, o carro faz 9,6 km/l na estrada, o que dá uma autonomia teórica em torno de somente 390 quilômetros.
Com desenho acertado, leve e com boa agilidade e conforto no dia a dia na cidade, o Kicks vai precisar ganhar versões mais em conta para sustentar uma boa posição no mercado. Isso vai acontecer apenas quando o carro passar a ser fabricado em Resende (RJ), o que está previsto apenas para o ano que vem. Por enquanto, o Nissan vai ganhando notoriedade durante as Olimpíadas, já que a marca japonesa é uma das principais patrocinadoras do evento e o SUV foi o escolhido para ficar em destaque não apenas em peças publicitárias, mas circulando pelo Rio de Janeiro graças a uma frota do departamento de marketing.
Ficha Técnica
Preço: R$ 89.990
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Motor: 1.6, quatro cilindros, flex
Potência: 114 cv a 5.750 rpm
Torque: 15,9 kgfm a partir de 4.000 rpm
Transmissão: Automático, do tipo CVT tração dianteira
Suspensão:Independente (dianteira) / eixo de torção (traseira)
Freios: Discos ventilados na dianteira e tambores na traseira
Pneus: 205/55 R17
Dimensões: 4,29 m (comprimento) / 1,76 m (largura) / 1,59 m (altura), 2,61 m (entre-eixos)
Tanque : 41 litros
Consumo: 11,4 km/l (cidade) /13,7 km/l (estrada) com gasolina
0 a 100 km/h: 12 segundos
Vel. Max: 175 km/h