A Jeep decide entrar para valer na briga entre os SUVs médios com a nova geração do Compass . E a versão básica Sport (R$ 99.990) é a que tem melhor relação entre custo e benefício, incomodando mais concorrentes como o Hyundai ix35 , que tem exatamente o mesmo preço, mas sem o mesmo nível de equipamentos de série. Há também o Kia Sportage (R$ 112.990), porém, na versão mais em conta, não vem com itens como os controles eletrônicos de estabilidade e tração, de série no SUV da marca americana.
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De fato, um dos pontos fortes do Compass é a lista de equipamentos. Ainda entre os destaques estão: computador de bordo com tela TFT de 3,5 polegadas, volante multifuncional, central multimídia com tela sensível ao toque de 5” e com entrada USB e conexão Bluetooth, câmera de ré, sensor de estacionamento traseiro, navegador por GPS, rodas de liga leve 17”, iluminação diurna em LED e sistema ISOFIX para assentos infantis. Entretanto, na versão Sport , são apenas dois airbags frontais, obrigatórios por lei.
Mas rodando com o carro, tanto na cidade quanto na estrada, fica claro que capricharam no isolamento acústico, uma vez que o nível de ruído se mantém sempre em padrões civilizados, mesmo se você resolver esticar um pouco mais a rotação do motor nas trocas de marcha. Por outro lado, terá que fazer as mudanças na própria alavanca no console central. E, dependendo os aclives que enfrentar pelo caminho, vai ser preciso fazer uma redução ou outra, já que as relações de quinta e sexta são um pouco longas, priorizando a redução de consumo.
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Aliás, o consumo do Compass Flex não é dos melhores. Pelos números oficiais do Inmetro, o carro faz 10,5 km/l na estrada e 8,1 km/l na cidade, com gasolina. Se abastecido com etanol, o rendimento passa para 7,2 km/l e 5,5 km/l, respectivamente, praticamente o mesmo do Hyundai ix35 , que marca 7,2 km/l e 6 km/l. Em contrapartida, o motor 2.0 Tiger Shark responde bem o pisar no acelerador, sem mostrar aspereza. Rende 166 cv e razoáveis 20,5 kgfm de torque a 4.000 rpm, o suficiente para fazer ultrapassagens com certa margem de segurança.
Mais detalhes sobre o Compass no dia a dia
No piso mal conservado da maioria das vias da cidade de São Paulo, o Compass mostra que consegue absorver bem as irregularidades do piso, mas o ajuste da suspensão da versão Sport, mais voltada para o conforto, acaba deixando a carroceria inclinar um pouco mais do que deveria nas curvas ,ou fazer a parte de baixo do para-choque dianteiro raspar de vez em quando em algumas valetas e lombadas. Porém, como os ângulos de ataque (15,8) e saída (30,8) são bons, assim como a distância livre do solo (20,7 cm), andando bem devagar, consegue-se passar até por trechos de terra com alguns obstáculos.
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Outro ponto positivo do carro é a leveza da direção nas manobras, assim como o volante de três raios, revestido de couro, com boa empunhadura. Contudo, o diâmetro de giro poderia ser menor para facilitar as manobras em trechos apertados. São 11,2 metros, o que é melhor que os longos 12,2 m da picape Fiat Toro , que tem a mesma base do Compass . Porém, no rival ix35 são 10,6 m, ou 60 cm a menos de raio, o que pode evitar o trabalho de ficar indo para frente e para trás até conseguir estacionar.
Entre prós e contras, o espaço interno do Compass está entre os pontos fortes do carro, tanto para os cinco ocupantes quanto no porta-malas de 465 litros. Além disso, há bons porta-objetos por todos os lados, inclusive sob o assento do passageiro da frente, onde podem ser guardadas bolsas, sacolas e mochilas. O acabamento da versão Sport é simples, mas de bom gosto, com tecido nos bancos e nas laterais das portas. E na parte de ergonomia não há do que reclamar, ao contrário, foi bem resolvida, com comandos bem localizados e fáceis de serem acionados.
Se a ideia é levar um SUV médio para casa, o Compass Sport com motor 2.0 flex deve, definitivamente, ser considerado na sua lista de opções. Tem uma das melhores relações entre custo e benefício do segmento, conta com bom espaço interno e conjunto moderno. Apenas poderia ser um pouco mais econômico, ter menor raio de giro e exige certa cautela por causa da suspensão mais voltada para o conforto. De resto, é um carro que agrada em cheio.
Ficha Técnica
Preço: R$ 99.990
Motor: 2.0, quatro cilindros, flex
Potência: 166 cv a 6.200 rpm
Torque: 20,5 kgfm a 4.000 rpm
Transmissão: Automático, CVT, tração dianteira
Suspensão:Independente (dianteira e traseira)
Freios: Discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira
Pneus: 225/60 R17
Dimensões: 4,42 m (comprimento) / 1,82 m (largura) / 1,64 m (altura), 2,64 m (entre-eixos)
Tanque : 60 litros
Consumo: 10,5 km/l (cidade) /8,1 km/l (estrada) com gasolina
0 a 100 km/h: 10,6 segundos
Vel. Max: 192 km/h