Por baixo da cara parecida com a do Jetta, o Volkswagen Passat mostra ótimos atributos, como o conforto e sofisticação
Nicolas Tavares/iG Carros
Por baixo da cara parecida com a do Jetta, o Volkswagen Passat mostra ótimos atributos, como o conforto e sofisticação

Para bem e para mal, o Volkswagen Passat tornou-se um carro bem menos chamativo em sua oitava geração. Mudou muito pouco por fora em relação ao modelo anterior e sofre pela polêmica decisão de seguir à risca a identidade visual da marca. Não que o sedã grande seja realmente igual aos outros modelos da fabricante sediada em Wolfsburg (Alemanha), mas a semelhança é grande. E o preço que parte de R$ 164.890 pode complicar a vida do sedã se forem considerados os fortes rivais do segmento de sedãs de luxo, incliusive de marcas de prestígio, como Audi, BMW e Mercedes-Benz.

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Olhe para a frente do Volkswagen Passat na foto acima. Tem um ar de Jetta, não é? E também de Voyage, de Gol, de Saveiro... A identidade de design da fabricante acaba levando a essa semelhança. Dependendo da velocidade, dificilmente alguém reconhecerá o modelo. Por outro lado, isso pode ser uma boa qualidade para quem quer circular por aí com mais discrição, principalmente por oferecer um bom nível em comparação com os rivais de luxo.

O carro ganhou novos faróis, um pouco mais finos, e com uma linha de LED na parte inferior, desenhados de forma a harmonizar com a grade frontal, mais larga e com hastes cromadas finas. O capô foi encurtado e com posição mais baixa. O para-choque dianteiro mudou um pouco mais, com luzes de neblina menores e hastes que passam por toda a peça. A traseira teve uma revitalização mais profunda, trocando o visual mais arredondado por linhas retas, como as lanternas (parecidas com a do Golf).

Releve o design externo. É na cabine que o Passat mostra a que veio e recebeu uma atualização muito necessária. Aproveitaram as saídas de ar para criar um estilo para todo o painel, com linhas cromadas que vão praticamente de porta a porta. Só é interrompida pelo relógio analógico posicionado acima do console central. Recebeu um volante mais fino e com acabamento que combina couro com peça plástica em black piano. O salto na qualidade é muito aparente.

Conforto e tecnologia

Como grande parte dos carros da Volkswagen, o Passat passou a utilizar a plataforma modular MQB. Isso permitiu que crescesse 7,9 centímetros no entre-eixos, para um total de 2,79 metros. Puxou o comprimento para 4,76 m, um aumento de 3,3 cm. Reflete no espaço interno, consideravelmente maior e com área livre de sobra até para quem viajar nos bancos traseiros.

Conforto não falta. Os bancos são macios e há um cuidado singular. Afinal, quantos carros tem porta-luvas com refrigeração e acabamento de veludo? Há ar-condicionado de três zonas (com saída para os passageiros traseiros) e apoio de braço e porta-copos escondido no encosto do passageiro central. Quem for nos assentos da frente pode aquecer os bancos ou usar o massageador no apoio lombar.

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Em sua versão básica, vem tão bem equipado quanto um sedã mais baixo, com central multimídia Discovery Media com tela de 6,5 polegadas e navegação por GPS, rodas de liga leve 18”, volante multifuncional, função start-stop, abertura do porta-malas por sensor embaixo do para-choque traseiro, lanternas traseiras em LED, banco do motorista com ajuste elétrico, sensor de estacionamento dianteiro e traseiro, seis airbags (frontais, laterais e de cortina) Opcional, só o teto solar (por R$ 5.800).

Fica interessante na versão Highline, agora vendida por preço único e com apenas o teto solar como opcional. Ganha os faróis em LED com assistente de farol alto e luzes de condução diurna, controle de cruzeiro adaptativo com função de frenagem de emergência, e o painel de instrumentos digital Display Active. A tela da central multimídia cresce para 8 polegadas, recebe sensor de chuva e crepuscular.

Visto de traseira, o novo Passat se parece bem com o da geração anterior, embota tenha ficado mais elegante
Nicolas Tavares/iG Carros
Visto de traseira, o novo Passat se parece bem com o da geração anterior, embota tenha ficado mais elegante

O painel Display Active é um destaque à parte. É baseado na tecnologia Virtual Cockpit da Audi, usada no A4, TT e, recentemente, no A3 Sedan topo de linha. Trata-se de uma tela TFT de 12,3 polegadas que substitui todos os contadores do painel de instrumentos. É composto pelo velocímetro e conta-giros, cada um posicionado nas pontas da tela, enquanto a área no meio é dedicada a informações do computador de bordo ou da central multimídia. Se colocar na função do GPS, por exemplo, todo o centro da tela mostra o mapa do navegador. É um pouco menos funcional do que o sistema da Audi – no modelo de luxo, se apertar um botão, os contadores ficam pequenos para dar foco ao mapa.

É equipado com o motor 2.0 turbo, de 220 cv  e 35,7 kgfm de torque a 1.500 rpm, combinado ao câmbio DSG de dupla embreagem. Esse é exatamente o mesmo conjunto utilizado no Golf GTI. Assim que a turbina enche, o sedã ganha muito fôlego, já que o torque aparece cedo. Não tem um apelo esportivo, só que não deixa na mão em nenhuma retomada. Como visa mais o conforto à bordo, sua suspensão tem uma calibragem voltada para absorver o solo ruim.

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Mas o preço...

Se compararmos design e números crus, o Volkswagen Passat perde muito de seu apelo. O Ford Fusion, seu principal rival e líder entre os sedãs grandes, parte de R$ 124.700, uma diferença de R$ 40 mil. Mesmo se considerarmos o 2.0 EcoBoost mais básico, por R$ 128.700, o Passat é 36 mil mais caro. Nem a comparação entre o topo de linha ajuda o modelo da Volkswagem, que custa R$ 177.432, quase R$ 19 mil acima.

Um bom ponto positivo é que o Passat pode servir de alternativa mais em conta ao Audi A4. Com a mesma plataforma e equipamentos semelhantes, fica mais fácil escolher o carro da Volkswagen pelas diferenças de motor e preço. O A4 usa um 2.0 TFSI de 190 cv, mais fraco do que o Passat, melhorando apenas no A4 Ambition, com 252 cv. Só que também é bem mais caro, já que começa por R$ 159.900, mas com muito menos equipamentos, vendidos como opcionais.

No final das contas, o Volkswagen Passat tem um apelo para quem quer um sedã muito bem equipado, que ande bem e que seja bem discreto – talvez você viva em uma área onde aparecer com um Volkswagen é bem mais seguro do que um Audi ou BMW. O visual sóbrio tem o seu charme, embora seja um ponto ruim para gostar de chamar a atenção quando compra um carro por mais de R$ 150 mil.

Ficha Técnica

Preço:  a partir de  R$ 164.890

Motor: 2.0, 16V, quatro cilindros em linha,  turbo

Potência: 220 cv a 4.500 rpm

Torque: 35,7 kgfm a 1.500 rpm

Transmissão: Automatizada, dupla embreagem, seis marchas, tração dianteira

Suspensão: Independente, McPherson (dianteira)/ multibraço (traseira)

Freios: Discos ventilados (dianteiros) / discos sólidos (traseiros)

Pneus: 235/45 R18

Dimensões: 4,76 m (comprimento) / 1,83 m (largura) / 1,45 m (altura), 2,79 m (entre-eixos)

Tanque : 70 litros

Porta-malas: 506 litros

Consumo (gasolina): 10,4 km/l (cidade) / 12,9 km/l (estrada) 

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