Honda WR-V tem visual que dá ideia de robustez, mas não chega a ser um utilitário esportivo de verdade
Carlos Guimarães/iG
Honda WR-V tem visual que dá ideia de robustez, mas não chega a ser um utilitário esportivo de verdade

Bem que a Honda fez de tudo para convencer a todos que o WR-V é um SUV compacto, mas depois de ter ficado um par de dias com o carro dá para dizer que não, trata-se apenas um Fit com algumas adaptações na suspensão e com visual de apelo aventureiro. Com preço bem acima do ideal, o modelo parte de R$ 79.400 e pode chegar a R$ 83.400, o que acaba ficando a apenas R$ 3.400 do HR-V LX CVT mais em conta. Mesmo assim, pelos números de vendas do Renavam (Registro Nacional de Veículos), o novo modelo teve boas vendas logo no primeiro mês nas lojas, com 1.854 unidades vendidas em abril, mais do que as 1.846 do Fit.

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O principal mérito do WR-V é a suspensão que consegue absorver as irregularidades do piso. Chegamos a elogiar esse aspecto do carro depois das primeiras impressões ao dirigir. E agora, no dia a dia nas ruas mal conservadas da capital paulista, o carro mostrou que é valente em enfrentar obstáculos urbanos, como valetas e lombadas. Entretanto, o ajuste fica apenas superior ao do Honda Fit e não chega no mesmo patamar de um SUV de verdade. Portanto, vale ter certa cautela em querer enfrentar trechos de terra.

Visto de traseira, o WR-V tem apenas detalhes diferentes do Fit, como a disposição das lanternas e a barra cromada
Carlos Guimarães/iG
Visto de traseira, o WR-V tem apenas detalhes diferentes do Fit, como a disposição das lanternas e a barra cromada

De resto, a semelhança com o Fit é evidente. Basta dar a partida e começar a dirigir. A única diferença é que, por conta dos pneus 195/60R, tiveram que reajustar a programação do modulo de controle do câmbio CVT, priorizando o torque. Com isso, o carro passou a ter um pouco mais agilidade nas acelerações, mas sem empolgar. Além disso, não há como evitar o aumento significativo do nível de ruído ao pisar com mais vontade no acelerador. Deram uma melhorada no isolamento acústico, o que amenizou ligeiramente o barulho que se ouve ao volante, mas ainda não está num patamar civilizado. Para ter silêncio, apenas pisando de leve no pedal da direita.

O desempenho também não é o forte do WR-V. O carro tem fôlego apenas razoável. De acordo com os números da fabricante, vai de 0 a 100 km/h em nada empolgantes 12,3 segundos e atinge 168 km/h. Por isso, nas retomadas, é bom ter cautela, o que significa que vale calcular uma boa margem de segurança nas ultrapassagens e acelerações. Além disso, nas curvas, não há controle eletrônico de estabilidade para evitar derrapagens indesejáveis. E o centro de gravidade mais alto acaba exigindo ainda mais atenção, uma vez que a carroceria tende a inclinar mais que o ideal. Porém, sem exageros, o WR-V roda com conforto e consegue se sair bem em qualquer situação.

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O jeito parrudo do WR-V ajuda a transmitir uma ideia de robustez. Vem com frente exclusiva, com novos faróis, grade e capô, tudo desenvolvido para o modelo com apelo aventureiro. O resultado agrada, ao contrário da traseira, que nada mais é do que a do Fit um novo detalhe nas lanternas e uma espécie de anteparo embutido no para-choque, que ainda vem com refletores, popularmente conhecidos como “olhos de gato”. Além disso, instalaram protetores emborrachados nos para-choques e frisos nas bases das portas e uma barra cromada na tampa do porta-malas.

Como é por dentro e a conclusão

Por dentro, o WR-V quase não tem diferenças em relação ao Fit, que está prestes a receber uma série de mudanças no Japão, já no mês que vem e que serão adotadas no Brasil a partir do segundo semestre. As novidades no modelo com apelo aventureiro ficam por conta apenas de detalhes, como a padronagem de tecido dos bancos e das laterais das portas. A ergonomia é boa, com comandos bem localizados e fáceis de serem acionados. Apenas a central multimídia poderia ter funcionamento mais intuitivo e prático.

Na questão do espaço interno, assim com o Fit, o WR-V conta com a versatilidade do sistema de bancos dobráveis e rebatíveis, o que torna possível até levar uma bicicleta, deixando apenas os bancos da frente para serem ocupados. Sem rebater qualquer assento, o porta-malas tem razoáveis 363 litros. E há como os cinco ocupantes viajarem sem aperto nos bancos revestidos de tecido de bom gosto, porém, simples.

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Se estiver disposto a pagar o preço salgado do WR-V terá uma espécie de Fit com uma suspensão capaz de enfrentar trechos esburacados com valentia e um visual que transmite certa robustez. Mas não espere que o carro seja capaz de fazer o que um SUV de verdade é, ou seja, nada de enfrentar trilhas ou obstáculos em trechos de terra. Fique apenas com as valetas e lombadas do asfalto.

Ficha técnica

Preço:  a partir de R$ 79.400

Motor: 1.5, quatro cilindros,  flex

Potência: 116 cv a 6.000 rpm

Torque: 15,3 kgfm a  4.800 rpm

Transmissão:  Automático, CVT, tração dianteira

Suspensão:Independente (dianteira) e eixo de torção (traseira)

Freios: Discos ventilados na dianteira e tambores na traseira

Pneus: 195/60 R16 

Dimensões: 4,00 m (comprimento) / 1,70 m (largura) / 1,60 m (altura), 2,56 m (entre-eixos)

Tanque : 45 litros

Porta-malas: 363 litros

Consumo: 11,7 km/l (cidade) /12,4 km/l (estrada) com gasolina

0 a 100 km/h: 12,3 segundos 

Vel. Max: 168 km/h


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