O Honda Fit tem sua legião de fãs e para manter a clientela a marca japonesa deixa a linha 2018 um pouco mais equipada, principalmente a versão topo de linha EXL (R$ 80.900), que pode acabar concorrendo com alguns dos hatches compactos, como o novo VW Polo Highline (R$ 74.490, com todos os opcionais), Fiat Argo Precision (R$ 67.800) e Peugeot 208 Griffe (R$ 70.490). Mas será que o modelo da marca japonesa justifica o preço mais alto na comparação com os rivais?
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Tudo bem, há boas novidades no Honda Fit 2018 topo de linha. Uma das principais fica por conta do controle eletrônico de estabilidade (VSA), os faróis com LED e os retrovisores rebatíveis. Mas ainda existem detalhes que poderiam mudar, como o computador de bordo que informa apenas autonomia e não o consumo. Ou a tela da nova central multimídia que fica (muito) difícil de ser ser visualizada se bater a luz do sol. Faltou também um motor mais moderno e melhor isolamento acústico.
Basta acelerar com um pouco mais de vontade para que o ronco do 1.5 –VTEC comece a invadir o interior do carro. Trata-se de um motor que já merecia ser atualizado, não apenas para ficar mais eficiente, mas também para acompanhar a evolução dos conjuntos dos principais rivais, uma vez que alguns já contam com recursos como injeção direta e sobrealimentação.
Na prática, o conjunto mecânico do Fit sem mudanças reflete num desempenho apenas morno, que exige certa cautela nas ultrapassagens. São apenas razoáveis 15,3 kgfm de torque, força que aparece apenas em altos 4.800 rpm. Portanto, se precisar de um pouco mais de agilidade é melhor selecionar o modo esportivo e usar as hastes atrás do volante para simular 7 marchas para fazer o ponteiro do contagiros ganhar altitude. Mas, o efeito disso não empolga. O carro é para ser guiado sem pressa.
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O que anima é que agora é possível contar com a segurança do controle de estabilidade, que evita derrapagens e desvios de trajetória em pisos escorregadios, por exemplo. Bom também é que o LED nos faróis ilumina melhor o caminho na comparação com as lâmpadas convencionais. Outro ponto que agrada é que todos os vidros elétricos passaram a contar com recurso do tipo “um toque”, tanto para subir quanto descer. Entretanto, o apoio de braço entre os bancos dianteiros fica muito recuado e senti falta de um limpador de para-brisa acionado por sensor.
De resto, ao volante do Fit EXL 2018 você não vai notar quase nenhuma diferença de comportamento dinâmico na comparação com o anterior. Talvez note que a direção elétrica foi recalibrada e um pouco mais direta, agora com sistema sem escovas. Trocando em miúdos, há que se recohecer que o Fit é um carro fácil de manobrar em qualquer situação, com câmera de ré e sensor no para-choque traseiro, que foi redesenhado, assim como o dianteiro e a grade frontal.
Mas torça para que o pneu não fure. Isso porque o estepe é do tipo temporário, de medida bem menor os pneus originais (135/80R 15 ante 185/55R 16). Várias fabricantes vêm adotando esse tipo de estepe e alegam que representam vantagens como maior leveza (o que, teoricamente, reduz o consumo), menor custo de reposição e economia de espaço. Entretanto, dependendo da situação, é um inconveniente ter que rodar até 80 km/h e dirigir com bastante cautela em curvas e pisos escorregadios. Durante a avaliação do carro, tivemos que usá-lo. Não houve problemas porque seguimos os padrões necessários. Mas e os motoristas incautos?
Mais equipamentos por dentro
Logo de cara, no caso da versão topo de linha EXL, o que chama atenção é a nova central multimídia. Afora as informações da tela ficarem quase invisíveis dependendo de como o a luz do sol bate no painel e das entradas USB ficarem escondidas depois do porta-objetos, atrás da alavanca de câmbio, o sistema funciona bem. Foi desenvolvido no Brasil e com lógica intuitiva. É compatível com Android Auto e Apple Car Play e tem GPS com gráficos de boa resolução.
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O sistema de ar-condicionado digital, com comandos sensíveis ao toque é outra novidade, mas bem que podiam ter incluído ajuste de meio em meio grau, independente, para motorista e passageiro, algo que já se tornou comum há um bom tempo em carros na mesma faixa de preço do Fit topo de linha. Por outro lado, outros itens, como volante revestido de couro e o sistema de bancos dobráveis e rebatíveis agradam. Este ultimo é um dos principais trunfos do modelo da Honda, por aproveitar bem o espaço interno e tornar prático levar os mais variados tipos de objetos.
Conclusão
É evidente que inclusão de novos equipamentos na linha 2018 é positiva, mas o carro ainda é bem caro pelo o que oferece, principalmente com a chegada de novos hatches compactos mais caprichados, como o Volkswagen Polo Highline, versão topo de linha que acaba de chegar com conjunto bem moderno e eficiente e equipamentos de última geração, alinhado com o que é oferecido na Europa. E custa em torno de R$ 5 mil a menos que o Honda, mesmo equipado com todos os opcionais disponíveis, até rodas de aro 17 e quadro de instrumentos digital e configurável.
Mas o Fit tem seu público fiel, atraído pela versatilidade e outros fatores como a confiabilidade mecânica e o bom valor de revenda. No Japão, a quarta geração do Honda está em desenvolvimento e deverá ter (finalmente) novos motores, como o 1.0, de três cilindros, turbo, com injeção direta. Além disso, será mais leve que o atual, que foi lançado em 2014.
Ficha Técnica
Preço: R$ 80.900 ( versão EXL)
Motor: 1.5 , quatro cilindros, flex
Potência: 116 cv a 6.000 rpm
Torque: 15,3 kgfm a 4.800 rpm
Transmissão: Câmbio automático, CVT, tração dianteira
Suspensão:Independente (dianteira) e eixo de torção (traseira)
Freios: Discos ventilados na dianteira e tambores na traseira
Pneus: 185/55 R16
Dimensões: 4,10 m (comprimento) / 1,69 m (largura) / 1,54 m (altura), 2,53 m (entre-eixos)
Tanque : 45 litros
Porta-malas: 363 litros
0 a 100 km/h: 12 segundos
Vel. Max: 172 km/h