Renault Kwid Outsider: aventura interessante

Versão com apelo aventureiro do subcompacto tem visual mais descolado, mas continua bem simples. A partir de R$ 43.990, até que vem bem equipado

Foto: Carlos Guimarães/iG
Apenas o Renault Kwid Outsider vem com calotas pintadas de preto, anteparos nos para=choques, entre outros itens

A Renault escolheu os personagens da animação "Caverna do Dragão" para promover a nova versão do Kwid com visual aventureiro. O filme publicitário foi um sucesso, mas será que no dia a dia o carrinho convence? Bem, antes de mais nada, saiba que por menos de R$ 43.990 (preço da novidade), você não encontrará quase nada nas lojas no Brasil, hoje em dia.

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A questão do baixo custo foi levada à sério no projeto do Kwid. Os vidros são mais leves, as rodas são presas por três para-fusos (com calotas plásticas), existe apenas uma lâmina no limpador de para-brisa e a economia chega até na fiação dos vidros elétricos dianteiros, acionados por dois pequenos botões no painel, prejudicando a ergonomia.

Mas nem tudo é despojado no Kwid Outsider. A central multimídia de série funciona bem e tem câmera de ré. Além disso, os detalhes alaranjados no volante, na manopla da alavanca de câmbio e nas bordas dos bancos de tecido dão um tom de exclusividade que agrada. Mas o pouco que se tem de capricho fica por aí.

Há que se considerar que instalaram quatro airbags (dois frontais e dois laterais), ancoragem ISOFIX para cadeiras infantis e faróis de neblina, tudo de série nessa nova versão Outsider, que ainda conta com outros itens, como barras na capota e anteparos nos para-choques.

Seguindo o Mestre dos Magos 


Foto: Divulgação
É tudo simples por dentro. Mas, repare nos detalhes alaranjados e na central multimídia, simples, mas que funciona bem.

Ao se acomodar no Kwid não há como fazer ajustes na posição de dirigir. Pelo menos, o volante é leve e a alavanca de câmbio tem engates fáceis, inclusive, acima da média dos modelos da Renault. Entretanto, o pedal da embreagem chega a cansar a perna no anda e para do trânsito.

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Também é bom se acostumar em andar mais perto do carona. O espaço é apertado para cinco ocupantes e no porta-malas vão razoáveis 290 litros. Em se tratando de um carro feito para ser barato, não há como evitar plástico duro no painel e ter que travar as portas o tempo todo, já que não há sistema que o faça assim que o veículo entra em movimento.

Se por um lado a boa altura livre do solo (18 cm) ajuda bastante o carro a passar incólume por valetas, lombadas e outros obstáculos urbanos, por outro é preciso ter certa cautela ao contornar curvas, principalmente em piso molhado. Lembre-se: os pneus são estreitos (165/70R 14) e não há controles eletrônicos de estabilidade e tração.

Foto: Divulgação
Interior é apertado, mas tem detalhes exclusivos nos bancos com apoios de cabeça interiços

O motor 1.0, de três cilindros, é uma versão simplificada do SCe que equipa a dupla Logan e Sandero. Tem duplo comando no cabeçote, mas sem variador de fase. Rende modestos 70 cv e 9,8 kgfm a altos 4.250 rpm, outro motivo para manerar nas ultrapassagens. Por ser leve (meros 806 kg), o Kwid até que sai bem no trânsito do dia a dia. Mas, na estrada, siga os conselhos do Mestre dos Magos e vá devagar com o andor.



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Como parte da simplicidade do projeto, ao acelerar, é inevitável que o nível de ruído suba consideravelmente. Em contrapartida, mesmo com tanque pequeno (38 litros), o subcompacto da Renault tem boa autonomia (teoricamente, até 547,2 km) por gastar pouco combustível. De acordo com os números do Inmetro, o carrinho faz 14,4 km/l de gasolina (rodoviário) e 14,1 km/l (cidade), números que passam para 10 km/l e 9,6 km/l com etanol, respectivamente.

Conclusão

Nem com os poderes de Sheila você vai encontrar um carro zero quilômetro no Brasil que custe o mesmo (ou menos) que o Kwid e ofereça o mesmo nível de itens de série.

Porém, saiba que o carrinho tem lá suas limitações e exige certa cautela, principalmente na estrada, com piso molhado. Também não espere algo que fique próximo de um bom espaço interno.

Ficha técnica

Preço: R$ 43.990

Motor:  1.0, três cilindros, flex

Potência:  70 cv (E) / 66 cv (G) a 5.500 rpm

Torque:  9,8 kgfm (E) / 9,4 kgfm (G) a 4.250 rpm

Transmissão:  Manual, cinco marchas, tração dianteira

Suspensão: Independente, McPherson (dianteira) / Eixo de torção (traseira)

Freios:  Discos ventilados (dianteiros) / Tambores (traseiros)

Pneus:  165/70 R14

Dimensões: 3,68 m (comprimento) / 1,58 m (largura) / 1,47 m (altura), 2,42 m (entre-eixos)

Tanque: 38 litros

Porta-malas: 290 litros 

Consumo etanol: 10,3 km/l (cidade) / 10,8 km/l (estrada)

Consumo gasolina: 14,9 km/l (cidade) / 15,6 km/l (estrada)

0 a 100 km/h: 14,7 segundos 

Velocidade máxima: 156 km/h