É verdade, a Renault resolveu vender a versão do Logan com maior vão livre do solo no Brasil. Trata-se do único sedã compacto do segmento cuja base da carroceria fica a mais de 18 cm do chão. Algo assim, poder parecer um pouco estranho, mas vamos lá ver como o sedãzinho se saiu no dia a dia.
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Além de mais alto, o Logan Intense 1.6 tem outras novidades. A principal delas é o câmbio automático, do tipo CVT, vindo do SUV Nissan Kicks. Entre prós e contras, foi uma evolução se comparado ao automatizado Easy-R, mas há ressalvas que veremos mais adiante. Nessa versão bem equipada, o sedã da Renault tem preço sugerido que parte de R$ 68.990.
Depois de conformado com o altura desse sedã (1,57 m, ou 10 cm a mais que um Chevrolet Prisma), você verá que a frente também mudou na linha 2020. Os faróis passaram a ter borda de LED como luz diurna e tanto a grade frontal quanto o para-choque receberam novos detalhes. Mas bem que a traseira também poderia ter recebido novidades, né?
De novo, no visual, só mesmo as rodas com acabamento diamantado, de aro 16, montadas em pneus 205/55R e as novas cores, como a Cinza Cassiopée da unidade avaliada, que combinou com o carro. Mas quem esperava por grandes novidades por dentro vai ter que se conformar apenas com o novo volante de três raios, que pode ser multifuncional somente por receber os comandos do controlador de velocidade de cruzeiro (“piloto automático”) nas versões mais equipadas.
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A central multimídia continua com o mesmo formato tendo como única diferença a compatibilidade com Android Auto e Apple Car Play. Sem mudanças também ficou o comando satélite, na coluna de direção, com o qual é possível controlar as principais funcões do sistema de som. Embora tenha adotado nova padronagem no revestimento dos bancos, o nível de acabamento do Logan nos pareceu igual ao anterior.
Pelo menos, o que não tinha que mudar mesmo não mudou, como o bom espaço interno, inclusive no porta-malas de cavernosos 510 litros. O único problema continua sendo os chamados “pescoços de ganso”, que oferecem risco de amassar a bagagem e ocupar um pouco de espaço, algo que uma articulação com molas a gás resolveria.
Como anda o Logan CVT
Embora seja uma evolução se comparado ao câmbio automatizado, o CVT é apenas uma solução que deixou o Logan mais confortável sem deixá-lo caro demais. Esqueça a questão do desempenho. A ideia é priorizar um rodar sem trancos entre as trocas mantendo o consumo de combustível em níveis civilizados.
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Acelere e verá que o carro custa um pouco para ganhar velocidade. E nem adianta muito tentar utilizar o modo de trocas sequenciais com toques na alavanca. O melhor é aceitar a pegada mais pacata do carro e seguir com o pé leve no acelerador. Conforme a fabricante, para ir de 0 a 100 km/h, o Logan Intense 2020 precisa de 11,2 segundos.
No dia a dia, a maior distância livre do solo ajuda a passar por valetas e lombadas, mas é preciso ter certa cautela com a oscilação na carroceria nas curvas e mudanças de trajetória por causa do centro de gravidade mais alto. Entretanto, nessa versão com câmbio CVT, o carro ganhou controle eletrônico de estabilidade, que entra em ação até ao passar por obstáculos.
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O nível de ruído incômodo é algo que ficou no passado do Logan, detalhe que é notado claramente nessa versão Intense CVT, que procura manter a rotação do motor no patamar mais baixo possível, o que ajuda a deixar o carro mais silencioso. Mas bem que o sedãzinho merecia uma direção com assistência apenas elétrica, o que o tornaria o volante mais leve nas manobras.
Contanto que se respeite a verdadeira vocação do Logan CVT de sedã pacato, o carro acaba sendo econômico no dia a dia. De acordo com dados do Inmetro, na cidade, o consumo fica em 7,9 km/l de etanol e 11,7 km/l com gasolina. Indo para a estrada, passa a ser de 9,1 km/l e 13,4 km/l, respectivamente.
Conclusão
O Renault Logan Intense 2020 é um carro interessante e único no segmento, mas, principalmente, para rodar sem pressa no meio dos obstáculos urbanos. O maior vão livre do solo deixou o carro mais valente, mas causa mais oscilação da carroceria. Bom é que com o câmbio CVT há controle eletrônico de estabilidade.
Ficha técnica
Preço: R$ 68.990
Motor: 1.6, quatro cilindros, flex
Potência: 118 cv (E)/ 115 (G) a 5.500 rpm
Torque: 16 kgfm a 4.000 rpm
Transmissão: automática, do tipo CVT, simula 6 marchas, tração dianteira
Suspensão: independente (dianteira), eixo de torção (traseira)
Pneus: 205/55 R16
Porta-malas: 510 litros
Dimensões: 4,35 metros (comprimento), 1,73 m (largura), 1,57 m (altura), 2,64 m (entre-eixos)
0 a 100 km/h: 11,2 segundos
Vel. Máx: 177 km/h
Consumo: 13,4 km/l (cidade), 11,7 km/l (estrada), com gasolina
Autonomia: 585 km (cidade), 670 km (estrada)