Sedãs grandes de luxo, a categoria favorita daqueles que venceram na vida e torram dinheiro sem consultar o saldo pelo aplicativo. Afinal, após um dia estressante cuidando da filial de uma grande multinacional, nada melhor que voltar para a casa a bordo de uma verdadeira suíte premium com um motorista particular. De todos os carros que já passaram por nossa redação, poucos são melhores para andar no banco de trás. O Toyota Camry é um deles.
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Com um modelo tão requintado em nossa garagem, me sinto à vontade para colocar o estagiário no banco do motorista e curtir o Toyota Camry do banco traseiro. Um dia de patrão! O bom espaço interno permite que eu cruze as pernas sem encostar no assento dianteiro, além do apoio de braço central que, além de deixar a viagem ainda mais confortável, acrescenta conveniências interessantes.
A partir dos comandos do console, o passageiro do banco de trás pode escolher se quer ouvir música pelo Bluetooth, auxiliar ou mudar para estações de rádio, além do volume do áudio. A Toyota também lembrou de incluir encosto reclinável elétrico para os passageiros das extremidades do Camry, além de controles climáticos (com apenas uma zona). Próximo ao túnel central, há duas entradas USB para que os passageiros carreguem seus celulares.
O Camry também traz cortinas para as janelas, com ativação elétrica na traseira. Não faltam mimos para quem vai sentado no banco de trás, ainda mais nas viagens longas em rodovias bem pavimentadas. A suspensão é independente McPherson na dianteira e multibraço na traseira, proporcionando uma condução macia e direta.
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Enquanto curtia o bom isolamento acústico da cabine, o estagiário Guilherme Menezes que estava ao volante fez uma colocação interessante: “apesar de curtir o downsizing dos modelos turbinados mais recentes, ainda prefiro o ronco e o torque em baixa de um motorzão V6”.
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De fato, o principal rival do Camry já se rendeu ao downsizing . O Honda Accord passa a contar com o mesmo motor 2.0 turbo de quatro cilindros do Civic Type-R, desenvolvendo 256 cv de potência e 37,7 kgfm de torque. O Camry tem 310 cv e os mesmos 37,7 kgfm de torque, porém oriundos de um motor 3.5 V6.
Cheguei a ficar uma semana com o Honda Accord no ano passado e ele demonstrou ser um carro muito mais truculento e esportivo que o suavíssimo Camry. Nesse ponto, vejo que é hora de assumir o volante e comprovar se os números realmente importam neste jogo de desempenho.
A verdadeira proposta do Camry
A Toyota declara que o Camry vai de 0 a 100 km/h em 7 segundos, enquanto o Accord pode aferir a mesma velocidade em 5,7 s. Apesar do peso aproximado (ambos na faixa dos 1.600 kg), o sedã da Honda é bem mais veloz graças ao câmbio automático de dez marchas. No Camry são apenas oito, mostrando que são sistemas de comportamentos muito distintos.
Por conta da frente baixa, é preciso passar com suavidade para não raspar em lombadas. Apesar dos 4,88 metros de comprimento, o Camry ainda possui bom raio de giro para manobras, contando também com o auxílio da câmera de ré. O porta-malas de 593 litros tem capacidade para levar a bagagem de uma família grande.
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O Toyota Camry não faz de sua proposta um segredo. Trata-se de um carro executivo que também pode servir bem para uma família. Apesar de ser bem equipado, não traz assistente de permanência em faixa, alerta frontal de colisão e sensor de fadiga - equipamentos que marcam presença no Accord. O sedã da Toyota parte de R$ 206.200.
Toyota Camry XLE
Preço: R$ 206.200
Motor: 3.5 V6, gasolina
Potência: 310 cv a 6.600 rpm
Torque: 37,7 kgfm a 4.700 rpm
Transmissão: automática, oito velocidades
Suspensão: Independente (dianteira), multilink (traseira)
Freios: discos ventilados (dianteira), sólidos (traseira)
Dimensões: 4,88 m (comprimento), 1,84 m (largura), 1,45m (altura), 2,82 m (entre-eixos)
0 a 100 km/h: 7 segundos
Vel. Máx: 225 km/h
Consumo: 8,3 km/l (cidade), 11,5 km/l (estrada)