Toyota Corolla GLi: versão mais em conta  tem seus méritos, mas poderia gastar menos combustível e ter acabamento mais caprichado
Cauê Lira/iG Carros
Toyota Corolla GLi: versão mais em conta tem seus méritos, mas poderia gastar menos combustível e ter acabamento mais caprichado

O Toyota Corolla é praticamente hors concours no mercado nacional, emplacando mais que todos os rivais somados. Essa história de sucesso começou em 2009, quando o sedã médio finalmente ultrapassou o principal rival, o Honda Civic, para nunca mais abandonar a liderança da categoria. De lá para cá, o Corolla passou por outras duas gerações, mantendo-se impávido ante uma indústria que só evoluiu. O Civic aposta no estilo e o Jetta na esportividade, mas nenhum deles chega perto do sedã médio da Toyota em vendas.

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Já submetemos o Corolla Altis a dois desafios. Primeiro, o modelo 2.0 Dynamic Force enfrentou Cruze Premier e Civic Touring em uma briga acirrada que resultou na vitória do Honda. Em seguida, trouxemos o modelo 1.8 híbrido para um embate contra o Volkswagen Golf GTE , onde o Toyota se mostrou uma compra mais racional. Eis que chega o momento de saber se o Corolla GLi também pode ser surpreendente.

Nessa versão, as rodas são aro 16’’ com acabamento exclusivo, e o ar-condicionado traz os convencionais “botões de fogão” analógicos. Não há faróis de neblina, apliques cromados e bancos revestidos inteiramente de couro. A ausência destes itens poderia descaracterizar a atmosfera “premium” de seu habitáculo, mas a Toyota não escorregou.

O painel é revestido por material macio de ótima qualidade, acabamento que se repete nas quatro portas. Apesar da aparência simples acentuada pelo revestimento monocromático, o Corolla não perdeu a aura de “carrão de luxo” que sempre fez sua fama. Sem controles de piloto automático, o volante multifuncional conta com comandos “unilaterais” de áudio.

A central multimídia de oito polegadas ainda peca pela falta de uma interface mais interessante e rápida, mas na maior parte do tempo, o motorista deverá utilizar o espelhamento do celular via Android Auto e Apple CarPlay para reproduzir apps como Waze, Google Maps e Spotify.

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Na parte de segurança, o Corolla traz sete airbags (frontais, laterais, cortina e joelhos do motorista), controle de estabilidade e tração e assistente de partida em rampa, além de fixação Isofix para ancoragem de cadeirinhas de bebê. Isso reforça suas qualidades familiares, uma vez que o sedã se mostra capaz de levar quatro adultos e uma criança com conforto.

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Biotônico

Foi justamente com o carro cheio que realizamos parte do nosso teste. Com cinco adultos a bordo, o câmbio CVT fez o motor 2.0 Dynamic Force gritar para manter rotações elevadas, mas ainda assim, o Corolla não fraquejou. Mesmo nas subidas, os 177 cv de potência entregues a 6.600 rpm se fizeram presentes, mesmo que a marcação do computador de bordo exibisse média de 6,8 km/l com etanol.

O mérito do desempenho honesto fica por conta da nova caixa de câmbio continuamente variável, com um conjunto de engrenagens que atua como primeira marcha em arrancadas. Na versão GLi, o Corolla não conta com aletas para trocas de marcha atrás do volante, recurso que só aparece nas versões XEi e Altis.

Atkinson

Olhando de frente, a central multimídia parece ser flutuante. De lado, há um
Divulgação
Olhando de frente, a central multimídia parece ser flutuante. De lado, há um "tubo" que não agrada no visual

O Corolla é o único da categoria a contar com motor de ciclo Atkinson. Neste arranjo, as válvulas de admissão ficam abertas por mais tempo, permitindo melhor aproveitamento da queima do combustível e redução do desgaste de peças ligadas aos pistões e bielas.

Na comparação com o GLi anterior, o Corolla também ficou mais confortável. Para começar, os pneus estretos e altos que calçam as rodas aro 16’’ (nas medidas 205/55) são bem mais macios, melhorando a absorção dos impactos causados pelas lunares ruas brasileiras. A suspensão traseira com arranjo do tipo multibraço (antes eixo de torção) ajuda a aliviar os buracos, mas implica na rolagem da carroceria bem acima do ideal. Os rivais Cruze, Civic e Jetta são melhores de curva.

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Conclusão

Por R$ 101.990, o Corolla é a entrada mais em conta na categoria dos modelos médios da Toyota. Ainda que não tenha o fôlego dos rivais turbinados, o sedã da Toyota mostra que ainda é digno de atenção. Além do requinte, e pelo histórico de seus clientes fiéis, o modelo costuma ter os melhores valores de seguro e manutenção de sua categoria.

Toyota Corolla GLi
Preço: R$ 101.990
Motor: 2.0, quatro cilindros, flex  
Potência: 177 cv (E) / 169 cv (G) a 5.750 rpm  
Torque: 21,4 kgfm a 4.400 rpm  
Transmissão: automático,  do tipo CVT, simula 10 marchas , tração dianteira  
Suspensão: Independente, McPherson (dianteira) / braços sobrepostos (traseira)  
Freios: Discos ventilados (dianteiros) / discos sólidos (traseiros)  
Pneus: 205/55 R16  
Dimensões: 4,63 m (comprimento) / 1,78 m (largura) / 1,46 m (altura), 2,70 m (entre-eixos)  
Tanque: 50 litros  
Porta-malas: 470 litros  
Consumo etanol: 8 km/l (cidade) / 9,7 km/l (estrada)  
Consumo gasolina: 11,6 km/l (cidade) / 13,9 km/l (estrada)  
0 a 100 km/h: 9,6 s
Velocidade máxima: 199 km/h

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