A nova geração do Corolla chega com nova plataforma, motor bem diferente do anterior e outro desenho, baseado no Camry. Mas a Toyota não muda o tempero que faz parte da receita de sucesso do carro, cujos ingredientes incluem bons índices de confiabilidade e custos em geral bem competitivos.
LEIA MAIS: Toyota Corolla vs Honda Civic: Veja qual deles desvaloriza mais
Porém, confesso que esperava mais do Toyota Corolla da nova geração quando o assunto é economia de combustível e sofisticação. Dos três, é o sedã que tem o acabamento mais simples, além de ter a menor autonomia na estrada e faltaram itens mais sofisticados, como sistema stop/start para ajudar a conter o consumo. Em contrapartida, vem com mais itens de segurança e comodidade dos três e tem custos gerais compatíveis com os do Cruze, conforme o site carros na web.
Levando em conta a versão topo de linha Altis 2.0 (R$ 124.990), preço do Toyota é R$ 10 mil menor que o do Civic Touring, de 134.900. E fica apenas um pouco acima do preço do Chevrolet Cruze Premier (R$ 122.790), que tem alguns opcionais que são de série nos rivais.
A briga entre os três é bem acirrada. E mais ainda entre Corolla e Cruze, com o Civic um pouco na frente como carro em si, sem contar o preço e os custos maiores do Honda. Embora os valores de seguro e IPVA sejam bem parecidos entre o GM e o Toyota, este último tem garantia de cinco anos, ante três do Chevrolet. Aliás, apesar do Toyota não ser o mais econômico dos três, o motor 2.0, de ciclo Atkinson tende a ser mais durável que os turbinados dos rivais da Honda e GM.
Nesse tipo de motor aspirado do Toyota, as válvulas de admissão ficam abertas por mais tempo, o que não apenas permite aproveitar melhor a energia da queima do combustível, mas também gera menos desgastes das peças ligadas ao pistões e bielas. Bem diferentes, os rivais Honda Civic e Chevrolet Cruze têm motores turbinados, que conseguem render melhor em rotações baixas, mas estão sujeitos a maiores esforços de funcionamento.
Novo Corolla diante dos outros dois rivais
Acelere o Corolla é verá que os níveis de vibração e ruído poderiam ser menores. Fazendo o mesmo tanto no Civic quanto no Cruze, a sensação é que ambos são mais refinados que o rival da Toyota. Mas o Honda é o que se mais se destaca no quesito desempenho, com o melhor conjunto. Na aceleração de 0 a 100 km/h, o Civic precisa de 8,6 segundos, ante 9 s do Cruze e 9,6 s do Corolla. E as máximas também são maiores no Honda e no GM do que no Toyota (221 km/h no Civic, 214 km/h no Cruze e 199 km/h no Corolla).
Se o câmbio do Honda não fosse um pacato CVT, a esportividade do Civic viria ainda mais à tona. No Toyota, o câmbio automático também é do tipo com relações de marcha continuamente variáveis, mas a primeira tem engrenagens convencionais e não polias e correias. Isso dá um impulso inicial maior. E no Cruze a caixa é uma confusa automática convencional, de seis marchas, com conversor de torque, mas sem hastes no volante para trocas sequenciais, ao contário dos outros dois rivais.
LEIA MAIS: Toyota responde perguntas de potenciais clientes sobre o Corolla híbrido
Afora o câmbio, o conjunto do Honda é mais voltado para quem curte mesmo dirigir. Dos três, é o único com suspensão traseira do tipo multibraço, que ajuda a manter o carro estável em uma tocada mais animada nas curvas. O Civic também tem a melhor relação peso potência do trio, com 7,7 kg/cv, ante 7,9 kg/cv do Corolla e 8,6 kg/cv do Cruze, outro ponto que contribui com a agilidade do carro em qualquer situação.
Embora seja o mais caro dos três e tenha os maiores custos gerais, Civic tem a maior autonomia e o menor consumo, conforme dados do Inmetro. Com gasolina, faz 11,8 km/l na cidade e 14,4 km/l na estrada, ante 11,1 km/l e 14,2 km/l do Cruze e 11,6 km/l e 13,9 km/l do Corolla. Mas é bom lembrar que o Toyota é o único com versão híbrida flex, que custa o mesmos R$ 124.990 do Altis e pode fazer 21 km/l na cidade.
De qualquer forma, o Civic leva uma vitória apertada diante dos dois rivais. Poderia ser mais folgada se não fosse o preço e os custos gerais maiores. Entretanto, o Honda consegue aliar melhor desempenho com menor consumo e bom espaço interno. Os três têm o mesmo entre-eixos de 2,70 m, mas o porta-malas do Civic é o maior, com cavernosos 517 litros ante 470 l do Corolla e 440 litros do Cruze.
O que falta também para o Civic é uma central multimídia de fato moderna, completa, eficiente e fácil de usar. Nesse aspecto o Cruze se sobressai. Em se tratando de tecnologia, o GM vence fácil. Tem acesso à internet via 4G (mediante um plano de R$ 30 por mês por 3 Gb), OnStar (serviço de concierge, entre outros), além de ser o único a poder vir com itens como sistema que gira o volante sozinho na hora de estacionar e GPS com atualização do trânsito em tempo real, com tela de alta resolução.
Na linha 2020 do Civic Touring, entre as poucas novidades, destacam-se carregador de celular por indução e a câmera que capta imagens do lado direito do carro toda vez que o pisca é ligado, o que não se mostrou muito útil no dia a dia.
O Corolla vira o jogo a seu favor na briga com o Cruze por vir de série com itens de segurança e comodidade como controlador de velocidade de cruzeiro adaptativo, assistente de farol alto e alertas de colisão iminente e de mudança de faixa, esses dois últimos, opcionais no Cruze.
LEIA MAIS: Por que o Corolla vende mais que os rivais?
O que não poderia faltar no Corolla, porém, são os sensores nos para-choques para facilitar nas manobras de estacionamento e o alerta de ponto cego, bem como saídas de ar para o banco traseiro. Mesmo assim, o Toyota consegue reunir um pouco mais equipamentos realmente importantes para manter a segurança e a comodidade no dia a dia que o Cruze.
Conclusão
O Honda Civic é ligeiramente melhor que os outros dois sedãs rivais deste comparativo, mas é o mais caro e os tem maiores custos de seguro e IPVA. Consegue tem o melhor desempenho e o menor consumo, além de porta-malas bem maior que dos rivais, algo importante para quem busca um sedã médio. Tem o desenho mais arrojado, com faróis de LED. Entretanto, poderia ter uma central multimídia mais moderna e fica devendo mais itens de tecnologia ligada à segurança e comodidade.
Você viu?
LEIA MAIS: Toyota Corolla: confira preços, equipamentos e versões do modelo 2020
O novo Corolla deverá continuar sendo um sucesso de vendas, mas decepcionou nas questões de consumo, autonomia e refinamento, o que inclui melhor isolamento acústico e de vibrações. E o Cruze tem como destaque o acesso à internet a bordo e a melhor central multimídia do trio, com larga margem de vantagem, em todos os aspectos.
Ficha técnica
Chevrolet Cruze Premier
Preço: a partir de R$ 122.790
Motor: 1.4, quatro cilindros, turbo flex
Potência: 153 cv (E) / 150 cv (G) a 5.200 rpm
Torque: 24,5 kgfm (E) /24 kgfm (G) a 2.000 rpm
Transmissão: automática, de seis marchas
Suspensão: independente McPherson (dianteira), eixo de torção (traseira)
Freios: discos ventilados (dianteira), discos sólidos (traseira)
Pneus: 215/50 R 17
Dimensões: 4,67 m (comprimento), 1,81 m (largura), 1,48 m (altura), 2,70 m (entre-eixos)
Porta-malas: 440 litros
Tanque: 52 litros
Consumo: 7,6 km/l na cidade e 9,9 km/l na estrada (etanol), 11,1 km/l na cidade e 14,2 km/l na estrada (gasolina)
0 a 100 km/h: 9s
Vel. max:214 km/h
Ficha Técnica
Honda Civic Touring 1.5 Turbo
Preço: a partir de 134.900
Motor: 1.5, quatro cilindros, turbo, gasolina
Potência: 173 cv a 5.500 rpm
Torque: 22,4 kgfm a 1.900 rpm
Transmissão: automática do tipo CVT, simula sete marchas
Suspensão: independente (dianteira), multilink (traseira)
Freios: discos ventilados (dianteira), discos sólidos (traseira)
Dimensões: 4,64 m (comprimento), 1,80 m (largura), 1,43 m (altura), 2,70 m (entre-eixos)
Porta-malas: 517 litros
Tanque: 56 litros
Consumo: 11,8 km/l (cidade) km/l e 14,4 km/l (estrada) com gasolina
0 a 100 km/l: 8,6 s
Vel. Max: 221 km/h
Ficha técnica
Toyota Corolla Altis 2.0
Preço: a partir de 124.990
Motor: 2.0, quatro cilindros, flex
Potência: 177 cv (E) / 169 cv (G) a 5.750 rpm
Torque: 21,4 kgfm a 4.400 rpm
Transmissão: automático, do tipo CVT, simula 10 marchas , tração dianteira
Suspensão: Independente, McPherson (dianteira) / braços sobrepostos (traseira)
Freios: Discos ventilados (dianteiros) / discos sólidos (traseiros)
Pneus: 225/545 R17
Dimensões: 4,63 m (comprimento) / 1,78 m (largura) / 1,46 m (altura), 2,70 m (entre-eixos)
Tanque: 50 litros
Porta-malas: 470 litros
Consumo etanol: 8 km/l (cidade) / 9,7 km/l (estrada)
Consumo gasolina: 11,6 km/l (cidade) / 13,9 km/l (estrada)
0 a 100 km/h: 9,6 s
Velocidade máxima: 199 km/h