Bem que a avaliação do Renault Duster renovado poderia ter acontecido em uma situação mais favorável. No meio da pandemia do novo coronavírus ficou difícil ir mais longe com o carro, que melhorou bastante na comparação com a linha anterior. Se o momento não é tão propício para andar por aí, as novidades no SUV vieram em boa hora e vão ajudar a manter o apelo no modelo diante do rivais, reforçando ainda mais a imagem de robustez de sempre.
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Basta dar uma olhada por fora do carro para notar a evolução. Agora o Renault Duster está com para-brisa um pouco mais inclinado e ganhou novos detalhes o visual, que deixaram o SUV com aspecto mais moderno e sofistificado, embora ainda tenho mantido o jeito rústico. Mas isso é proposital e condiz com a valentia em enfrentar piso irregular e até alguns obstáculos em trechos fora de estrada, mesmo sem tração 4x4.
A versão que avaliamos é a topo de linha Iconic, que tem preço sugerido de R$ 87.490, valor que dá direito a uma lista recheada de equipamentos e inclui câmeras com multivisões, alerta de pontos cegos, sensor de luminosidade, chave presencial do tipo cartão, rodas de liga leve de 17 polegadas com acabamento diamantado e apoio de braço entre os bancos dianteiros. Como opcional, pode ter apenas bancos de couro (R$ 1.700) e o chamado Pack Outsider (proteção frontal, farol de longo alcance, alargador de para-lama, friso robusto para porta, barra de teto preta e retrovisor externo preto).
As mudanças no desenho do Renault Duster agradaram e ainda incluem outros pontos principais, como a linha de cintura mais alta, o que tornou os vidros laterais menores, contribuindo com um estilo mais arrojado. Bom também é que as maçanetas passaram a ficar mais fortes e, na traseira, o destaque fica por conta das novas e polêmicas lanternas, uma vez que se parecem bastante com as do rival Jeep Renegade, com LED no lugar das lâmpadas convencionais.
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Por dentro, a evolução do Duster fica ainda mais evidente. De fato, o SUV estava precisando de mais capricho no interior e agora parece outro carro. É tudo novo, começando pelo painel, com acabamento de plástico, mas com detalhes acetinados e de uma textura de bom gosto, que impede o refleto e com certa maciez. Além do cluster, o volante também mudou, igual ao da dupla Logan e Sandero, passando a ser multifuncional.
Mas a nova central multimídia EasyLink é o grande destaque. Tem 8 polegadas, com pareamento de celular . Entre os recursos mais interessantes da versão Outsider, a Renault instalou quatro câmeras (uma em cada aresta do veículo) que ajudam na hora de manobrar.
Também conta com diversas novas funções individuais, que permitem incluir uma foto de cada usuário. E ajuda o motorista a dirigir o mais economicamente possível, com dicas da maneira de condução do carro e dando pontuação conforme o desempenho de cada um.
Como anda o Duster Iconic
O que fica mais claro ao volante da versão renovada do Renault Duster é que o carro passou a ficar mais confortável, seja pela maior solidez da carroceria, cuja rigidez torcional aumentou 12%, mas também pelo acerto da suspensão e da nova direção com assistência elétrica, que torna mais fáceis as manobras em baixa velocidade a mantém a segurança conforme o ponteiro do velocímetro vai ganhando altitude.
Pode passar por buracos ou piso irregular que o carro absorve bem os obstáculos, evitando solavancos e mantendo o nível de ruído em patamares civilizados. Outro ponto importante é que o SUV ganhou controle eletrônico de estabilidade em todas as versões, o que contribui com a questão da segurança. Pena que faltou oferecer mais do que os dois airbags obrigatórios por lei. Poderia estar disponível, pelo menos como opcional, um pacote com bolsas laterais e de cortina.
Para quem vai andar com o carro mais cheio, inclusive no espaçoso porta-malas de 475 litros, deverá sentir falta de mais força no motor 1.6 flex, de 120 cv e apenas razoáveis 16,2 kgfm de torque a altos 4.000 rpm, que funciona com câmbio automático, do tipo CVT. E trata-se da única opção de motor para o Duster, que acabou não tendo nenhuma versão com o esperado 1.3 turbo, feito em parceria com a Mercedes .
A chegada do novo motor deverá ficar apenas para o Captur renovado, que será diferente (e mais simples) que o vendido na Europa. No Brasil, o novo SUV não chegará antes de 2021, ainda mais agora que todos os planos de lançamentos estão sendo revistos por causa da pandemia. Sem o novo motor, o Duster fica com um consumo um pouco acima do ideal na estrada.
Conclusão
O Renault Duster evoluiu bastante, mas ainda continua com seu jeito rústico de sempre, o que não é ruim, já que tem entre os principais atrativos a relação custo e benefício e a robustez. Entre as mudanças, destaca-se o maior nível de sofisticação e segurança, mais notadamente pelo controle eletrônico de estabilidade.
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Chega como uma opção interessante para quem precisa de espaço e valentia em pisos irregulares. Mas é bom ir com cautela por causa da falta de força do motor 1.6 com o carro lotado. De qualquer forma, mesmo com qualidades, terá que superar o momento desfavorável para deslanchar nas vendas.
Ficha Técnica - Renault Duster Iconic 1.6
Preço: a partir de R$ 87.490
Motor: 1.6, quatro cilindros, flex
Potência: 120 cv (E) / 118 cv (G) a 6.250 rpm
Torque: 16,2 a 3.850rpm
Transmissão: Automático, CVT , tração dianteira
Suspensão: Independente, McPherson (dianteira) / Eixo de torção (traseira)
Freios: Discos ventilados (dianteiros) / tambores (traseiros)
Pneus: 215/60 R17
Dimensões: 4,38 m (comprimento) / 1,83 m (largura) / 1,69 m (altura), 2,67 m (entre-eixos)
Tanque: 50 litros
Porta-malas: 475 litros
Consumo etanol: 7,2 km/l (cidade) / 7,8 km/l (estrada)
Consumo gasolina: 10,7 km/l (cidade) / 11,1 km/l (estrada)
0 a 100 km/h:13,8 segundos
Velocidade máxima: 153 km/h