Mercedes-Benz GLE esconde desempenho de esportivo por baixo das 2,2 toneladas
Cauê Lira/iG Carros
Mercedes-Benz GLE esconde desempenho de esportivo por baixo das 2,2 toneladas

O novo Mercedes-Benz GLE 2021 foi uma grata surpresa. Quem vê de fora um SUV com quase 5 metros de comprimento poderia imaginar um verdadeiro “banheirão”, pesado e difícil de guiar na cidade. Mas com boas sacadas de engenharia, o modelo se mostra à altura – se não superior – aos principais rivais. Entenda o motivo.

Bem, para começar, vamos situá-lo no mercado. O GLE parte de R$ 465.900 na versão de entrada, 400d turbodiesel. Nessa faixa de preço, os rivais Audi Q7 (R$ 439.990),e BMW X5 (R$ 507.990) também contam com dois assentos extras no porta-malas, mas bebem apenas gasolina. O Range Rover Velar tem preço similar (R$ 461.950), mas tem espaço para apenas cinco ocupantes, além de não ser diesel.

Portanto, o único rival direto do Mercedes-Benz GLE no Brasil é o Volvo XC90 D5 Inscription, que parte de R$ 442.950. Estes são os remanescentes de um segmento que já teve muitos veículos disponíveis, mas que as fabricantes estão decidindo ficar de fora no Brasil.

O GLE realmente parece um “trator”. A dianteira é bem alta, com faróis protuberantes e a grade dianteira com grande abertura. As rodas calçadas nos pneus 275/50 R20 da Bridgestone abusam de linhas retas e robustas, criando um jogo de luz e sombra bem interessante.

Para deixar o GLE ainda mais parrudo, a Mercedes-Benz incluiu rack de teto e um estribo para facilitar o acesso dos ocupantes. Particularmente, acho que este último aparato serve apenas para sujar a calça. É normal ver donos de GLC que removeram o estribo, e isso deverá se repetir no GLE .

Falando de proporções, o SUVão da Mercedes tem 4,92 metros de comprimento, 1,94 m de largura, 1,77 m de altura e incríveis 2,99 m de entre-eixos. Os ocupantes do banco traseiro terão uma verdadeira sala de estar, onde é possível cruzar as pernas para ficar mais confortável.

Apesar da tração 4x4, o túnel central do GLE é bem discreto, e não rouba espaço dos pés do quinto ocupante que irá sentado no meio. Também há saídas de ar-condicionado para os passageiros que vão atrás. A capacidade máxima do porta-malas é de 630 litros, com os dois bancos extras rebatidos.

As soluções inteligentes de conforto também facilitam a vida do motorista, que conta com regulagem elétrica para bancos e volante. Pelo head-up display , o GLE reproduz informações como velocidade e atuação do controle de cruzeiro adaptativo. Dessa forma, você não precisará tirar os olhos da estrada.

Há quem não goste da grande tela que compõe tanto a central multimídia quanto o cluster 100% digital, mas a disposição combina bem com o resto do interior do carro. Como o GLE já conta com entradas do tipo USB C, seguindo o padrão europeu, precisei conectar meu iPhone por um adaptador.

Você viu?

O modelo conta com função de espelhamento para celulares com sistema Android e iOS, onde o motorista poderá reproduzir aplicativos como Waze e Spotify. O sistema de som premium da Burmester Audiosysteme é interessante, mas bem que podia empolgar tanto quanto o desempenho do carro. Faltou um efeito mais evolvente, além de graves, agudos e médios encorpados.

No toque o GLE

Apesar do tamanho, o Mercedes-Benz GLE 2021 tem boa posição para dirigir
Divulgação
Apesar do tamanho, o Mercedes-Benz GLE 2021 tem boa posição para dirigir

A direção elétrica surpreende pela suavidade. O bom raio de giro de 12 metros permite manobras fáceis e rápidas para entrar naquela vaga mais chatinha no shopping. Destaque para a câmera 360°, que descomplica qualquer tipo de baliza.

Circulando pela cidade, percebo que o GLE, assim como seu rival sueco, demonstra excesso de zelo pelo motorista. Basta um motociclista passar à sua esquerda para que o veículo emita um alerta sonoro. Este ponto, claro, não é negativo, mas mostra como um SUV feito para as largas avenidas européias tem vida difícil em São Paulo.

O controle de cruzeiro adaptativo é outro destaque deste SUV premium. O GLE  faz boa leitura do trânsito, e se adequa às condições da pista como poucos. Mesmo nas ruas com faixas mais apagadas, o modelo foi capaz de detectá-las e se manter no eixo, tudo de forma autônoma. 

Disposição de brucutu

Quando o motorista quiser assumir, basta pisar no acelerador para despertar os 330 cv de potência e 71,4 kgfm de torque do motor 3.0 de seis cilindros em linha. O torque máximo surge em apenas 1.200 rpm, mostrando que este verdadeiro “brucutu” esconde muito fôlego. Nem é preciso provocá-lo muito para que ele dê um coice.

Segundo a Mercedes-Benz, o SUV com mais de duas toneladas pode atingir 100 km/h em 5,8 segundos – contra 7,8 s do XC90 – com velocidade máxima limitada eletronicamente em 240 km/h. O consumo de diesel, de acordo com o Inmetro, é de 8,7 km/l na cidade e 12,6 km/l na estrada. A autonomia máxima chega a 820 km de distância, com ajuda do tanque de 65 litros.

O Mercedes-Benz GLE 400d é um milagre da engenharia. É incrível que um modelo de 2.260 kg tenha vigor para acelerar como um esportivo legítimo. Apesar de achar o XC90 mais bonito, o GLE oferece mais prazer ao motorista. Briga boa para um futuro comparativo, não?

Ficha técnica

Motor: 3.0, diesel, seis cilindros em linha
Potência: 330 cv a 3.600 rpm
Torque: 71 kgfm a 1.200 rpm
Transmissão: automática de 9 velocidades
Suspensão: pneumática, braços sobrepostos (dianteira e traseira)
Freios: discos ventilados (dianteira e traseira)
Proporções:  4,92 metros de comprimento, 1,94 m de largura, 1,77 m de altura e 2,99 m de entre-eixos
Porta-malas: 630 litros (5 lugares), 120 litros (7 lugares)
Consumo: 8,7 km/l na cidade e 12,6 km/l na estrada
0 a 100 km/h: 5,8 segundos
Vel. Máx: 240 km/h

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