Honda Civic LX 2021: o canto do cisne

Sedã feito no Brasil se despede deixando boas lembranças antes da chegada das versões importadas

Foto: Carlos Guimarães
Honda Civic LX: rodas pintadas de tom escuro e sem faróis auxiliares na versão mais simples LX

Por ironia do destino, a última versão do Honda Civic nacional que avaliei foi a mais em conta. Como estamos falando de um carro que está se despedindo da linha de montagem no Brasil , a ideia aqui é apenas citar os prós e contras de um dos maiores sucessos da marca no país e relembrar o quanto a 10ª geração do modelo foi marcante.

Para começar, pelo menos na versão LX , o Honda Civic nem é mais encontrado nas lojas e não tem mais o preço divulgado no site da fabricante. Porém, pela tabela de novembro, o carro aparece custando R$ 117.900.

Entre os itens de série, há central multimídia com tela de 7 polegadas, ar-condicionado digital, freio de estacionamento eletrônico, seis airbags e controles de estabilidade e tração.

Logo ao me acomodar no banco do motorista noto que no painel de instrumentos as marcações digitais tanto do marcador de combustível quanto do medidor de temperatura são vermelhas e não brancas, como nas versões mais equipadas.

É uma das poucas diferenças do Civic mais em conta para os demais. Outra é a partida, que é convencional e não por botão. Mas dai em diante o que interessa mesmo é o quanto o carro é bem acertado e vai fazer falta.

Um dos pontos que mais ficaram na memória de quando a atual geração do Honda Civic foi lançada são as questões da rigidez torcional e da estabilidade . Lembro que o lançamento, em julho de 2016, foi no interior de São Paulo e que incluiu um teste drive em um dos trechos mais sinuosos e bons de dirigir, nos arredores de Amparo e Serra Negra.

Ainda havia a versão Sport, com câmbio manual, e o carro surpreendeu nas curvas, transmitindo sempre segurança e facilidade em corrigir eventuais desvios de trajetória.

E na versão LX 2021 avaliada, embora tenha rodado apenas em trechos urbanos, em baixa velocidade, veio a lembrança do que o Civic é capaz. Ao passar pelo piso mal conservado, tampas de bueiro, ou obstáculos, a solidez da estrutura é sentida pelo conforto a bordo.

O motor 2.0 Flex One é outro destaque do Honda . Consegue girar alto, atingindo 155 cv a 6.300 rpm e 19,5 kgfm a 4.800 rpm sem vibrações e conseguindo empolgar quem está ao volante.

Claro que com câmbio CVT essa história muda um pouco, ainda mais se for na versão LX, sem as hastes atrás do volante oara trocas sequenciais. De qualquer forma, acelerar o Civic é bom para quem gosta de dirigir.

Foto: Divulgação
Repare nas entradas escondidas atrás do console central, um dos pontos característicos da 10ª geração do Civic

Ok, vamos ao que não vai fazer tanta falta assim no Civic da 10ª geração que deixa de ser feita no Brasil. Sim, a entrada USB escondida atrás do console central. Você tem que ter certa paciência e alguma habilidade em se contorcer para conseguir acessá-la. Além disso, a central multimídia ficou bem ultrapassada.

Em contrapartida, não falta espaço, com entre-eixos de bons 2,70 metros de comprimento e porta-malas de cavernosos 525 litros. O desenho de notchback é outro ponto alto do Honda Civic que se despede e consegue aliar bom desempenho sem gastar muito combustível. Pelos dados do Inmetro, faz 10,5 kml de gasolina na cidade e 13 km/l na estrada, com apenas gasolina no tanque.

Conclusão

O Honda Civic de 10ª geração que deixa de ser fabricado no Brasil vai deixar saudades, mas continuará sendo bem valorizado no mercado de seminovos. Agora resta aguardar pela versão importada que tem um visual um pouco mais comportado e vai custar bem mais caro que o nacional.

Não apenas porque virá do Canadá e pela cotação do dólar nas alturas, mas também pelo fato de que não deverá ser trazido nas versões básicas, apenas mais mais equipadas, já que o terreno nos sedãs médios virou um mercado de nicho por aqui.

Ficha Técnica

Honda Civic LX 2021

Preço: a partir de 117.900

Motor: 2.0. quatro cilindros, flex

Potência: 155 cv (E) / 150 cv a 6.300 rpm 
Torque: 19,5,4 kgfm (E) / 19,3 kgfm 6.300 rpm  
Transmissão: automática do tipo CVT
Suspensão: independente (dianteira), multilink (traseira)  
Freios: discos ventilados (dianteira), discos sólidos (traseira)  
Dimensões: 4,64 m (comprimento), 1,80 m (largura), 1,43 m (altura), 2,70 m (entre-eixos)  
Porta-malas: 517 litros  
Tanque: 56 litros  
Consumo: 10,5 km/l na cidade e 13 km/l na estrada com gasolina

 0 a 100 km/l: 10,9 s

Vel. Max: 195 km/h