Não quer pagar mais de R$ 100 mil em um legítimo SUV? Ok, então existem algumas opções no mercado que podem satisfazer pelo menos os menos exigentes. Uma das melhores hoje em dia é o Fiat Pulse Drive 1.3 CVT (R$ 96.975).
O carro já começa bem na missão de fazer as vezes de um SUV de verdade logo de cara. Capô alto, faróis e lanternas de LED, para-choques e retrovisores pintados na mesma cor da carroceria, rodas de liga-leve de aro 16 , vão livre do solo de 18,8 cm, entre outros itens fazem parte do pacote de série e acabam sendo um bom cartão de visitas.
A questão do capô alto é um pouco polêmica, uma vez que, se por um lado deixa o Pulse com um aspecto mais robusto, por outro prejudica a visibilidade nas manobras de estacionamento. De qualquer forma, pelo o que notamos, não deverá ser à toa que versão intermediária será a mais vendida do novo modelo da Fiat .
Assim como fora, o Pulse Drive 1.3 CVT também agrada por dentro, embora o ideal seria que a dose de plástico fosse um pouco menor. Mesmo assim, a lista de equipamentos de série acaba compensando essa sensação de despojamento.
Há central multimídia com tela de 8 polegadas sensível ao toque e com pareamento sem fio, volante multifuncional com botão Sport (que muda as respostas do motor e do câmbio), computador de bordo, ar-condicionado digital, controlador de velocidade de cruzeiro ("piloto automático"), entre outros.
Mas faltou a regulagem de profundidade do volante nessa versão Drive 1.3 CVT do Pulse , que também não vem com espelho retrovisor fotocrômico, nem hastes atrás do volante para trocas de marchas sequenciais, ou revestimento de couro nos bancos . Porém, incluíram encosto de braço central com porta-objetos e saídas de ar para quem vai sentado atrás.
O espaço interno é apenas razoável, principalmente no banco traseiro , onde quem for no meio de dois outros passageiros das pontas vai ficar apertado. O porta-malas leva medianos 370 litros, mas pode ser a capacidade aumentada ao rebater os encostros dos bancos traseiros bipartidos em 1/3 e 2/3.
Entretanto, assim como nas demais versões do Pulse , é preciso de acostumar com tantos comandos diferentes, com botões praticamente iguais, reunidos em um único espaço, uma questão de ergonomia que poderia ser revista pela Fiat.
E como anda o Pulse 1.3 CVT?
Se acha que o visual esportivo dessa versão intermediária do Pulse condiz com o desempenho, esqueça. A vocação do Drive 1.3 CVT é manter o rodar confortável e sem muita pressa. Não adianta tentar forçar a barra do conjunto mecânico, o carro vai bem ao pisar mais de leve no acelerador.
São 107 cv e não muito animadores 13,2 kgfm de torque a altos 4.000 rpm, números suficientes para acelerar de 0 a 100 km/h em pacatos 11,4 segundos. Mas, no trânsito, o Pulse 1.3 CVT cumpre seu papel.
Na estrada, basta não esperar tanto fôlego nas retomadas . O bom é que a suspensão absorve bem as irregularidades do piso e, como o carro conta com controles eletrônicos de estabilidade e tração, eventuais desvios de trajetória são evitados de certa forma, contanto que não haja exageros.
Na comparação com as versões turbinadas do Pulse , a 1.3 aspirada, com caixa CVT, se mostra mais econômica, o que é um alívio em tempos de preços dos combustíveis nas alturas. De acordo com dados do Inmetro, o carro faz 9,2 km/l na cidade e 10,4 km/l em trechos rodoviários com etanol, marcas que melhoram para 12,9 km/l e 14,3 km/l com gasolina, respectivamente.
Ao rodar no dia a dia, o isolamento acústico do Pulse 1.3 CVT pareceu ser aceitável e a direção com assistência elétrica funcionou a contento, leve nas manobras e com peso adequado, conforme o ponteiro do velocímetro vai ganhando altitude.
Com diâmetro de giro de 10,5 m, o Fiat também se mostrou fácil de ser manobrado, mesmo em espaços apertados. E mesmo com freios a tambor na traseira, o sistema nos pareceu bem dimensionado para a proposta do carro.
Conclusão
Não vai ser à toa que a versão Drive 1.3 CVT do Fiat Pulse será a mais vendida. O carro conta com um pacote interessante de equipamentos de série, visual caprichado e consumo menor do que o 1.0 turboflex, por menos de R$ 100 mil. Mas não espere demais quando o assunto é desempenho e espaço interno.
Ficha técnica
Motor: 1.0, turboflex
Potência: 130 cv a 5.750 rpm
Torque: 20 kgfm a 1.700 rpm
Transmissão: CVT, simulando 7 marchas
Freios: discos ventilados (dianteira), discos sólidos (traseira)
Dimensões: 4,10 m de comprimento, 1,58 m de altura, 1,78 m de largura e 2,53 m de entre-eixos
Porta-malas: 370 litros
Consumo: 12 km/l na cidade e 14.6 km/l na estrada com etanol e 12,9 km/l na cidade e 14,3 km/l na estrada, com gasolina