Quer um SUV compacto com câmbio manual que não passe muito dos R$ 100 mil? Então é bom não demorar para ir atrás do Nissan Kicks Sense 1.6 manual (R$ 109.290), que junto com o Renault Duster Zen (R$ 100.290) são os únicos do segmento com esse tipo de transmissão, já que os rivais VW T-Cross (R$ 109.590) e Chevrolet Tracker (R$ 113.490) passaram a ser apenas automáticos a partir da linha 2022.
Com o lançamento da linha 2022, em fevereiro do ano passado, o Nissan Kicks passou a ter aspecto mais moderno, como a frente reestilizada e os retoques na traseira, que ganhou uma barra entre as lanternas. Mas, na versão mais em conta Sense , manteve as calotas plásticas de aro 16 com o mesmo desenho antes das mudanças. Por dentro, a principal evolução fica por conta da central multimídia que foi incluída entre os itens de série.
O jeito simples do Kicks Sense também é notado pelos bancos de tecido, embora com costura aparerente e de bom gosto. E, claro, pela avalanca do câmbio manual de cinco marchas, algo quase em extinção entre os SUVs compactos atualmente. Porém, para quem não liga de trocar de marcha , mesmo no anda e para do trânsito congestionado, o modelo da Nissan pode ser uma boa pedida.
Isso porque, para começar, as relações de marcha se mostram bem escalonadas e tem engates fáceis e precisos. A sensação de estar no comando ajuda nas ultrapassagens, aproveitando a certa leveza do SUV da marca japonesa, que pesa 1.104 kg, o que dá uma relação entre peso e potência de razoáveis 9,7 kg/cv, o que contribui com o desempenho , mesmo sem muito fôlego debaixo do capô.
São modestos 15,5 kgfm a altos 4.000 rpm,mas esticando as marchas é possível acelerar de 0 a 100 km/h em 11,3 segundos, um pouco antes dos 11,8 s da versão equivalente com caixa automática CVT . Na questão do consumo, porém, no cômputo geral, a versão manual acaba gastando um pouco mais, levando em conta os dados do Inmetro.
Com gasolina, o Kicks manual pode fazer 10,9 km/l na cidade e 12,7 km/l na estrada, ante 11,3 km/l e 13,6 km/l da automática, respectivamente. Apenas com etanol, em trechos urbanos, é que o SUV com caixa manual gasta um pouco menos, com 7,8 km/l contra 7,6 km/l da CVT . Nas rodovias, o automático dá o troco (9,3 km/ ante 8,9 km/l).
Em ambos os casos, lamenta-se o pequeno tanque de combustível de 41 litros, que acaba prejudicando a autonomia, que não passa de 365 km com etanol e 521 km com gasolina, sempre na estrada e ainda de acordo com dados do Inmetro.
Interior simples, pero no mucho
Se a ideia é levar cinco pessoas e mais bagagem, provavelmente, não faltará espaço. Há como ficar bem acomodado e o motorista tem boa posição para dirigir, além de visibilidade suficiente para guiar com segurança, inclusive pelos retrovisores. Ponto positivo também para a direção com assistência elétrica, que funciona com suavidade e silêncio, o que faz parte do pacote que torna o Kicks um carro agradável de dirigir.
Porém, o carro realmente transmite a ideia de simplicidade por uma série de detalhes, entre os quais os pequenos botões no volante , que não vem com revestimento. Também falta faixa degrade no para-brisa, há vários componentes de plástico no interior e nenhum efeite cromado.
Embora a Nissan tenha incluído ancoragem ISOFIX para cadeiras infantis nos bancos traseiros, entre os itens de segurança passiva estão incluídos apenas dois airbags, o mínimo exigido por lei hoje em dia para os carros novos fabricados no Brasil.
Pelo menos, há cintos de três pontos e encostos de cabeça para todos os cinco ocupantes. Mas será preciso de contentar com os singelos freios a tambor na traseira, que aumentam as chances de apresentarem fadiga quando mais exigidos, como em trecho de serra.
Conclusão
Ainda não se sabe por quanto tempo a Nissan vai manter a versão manual do Nissan Kicks , já que que os principais rivais agora são encontrados apenas com caixa automática. A principal vantagem do manual é estar no comando das trocas e ganhar um pouco de agilidade na hora de acelerar.
A diferença de preço entre as duas versões (manual e automática) do Kicks é de R$ 9.900, que não chega a ser um valor desprezível, ainda mais em tempos de crise econômica.
Ficha Técnica
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Preço: a partir de R$ 109.290
Motor: 1.6, quatro cilindros, flex
Potência: 114 cv a 5.600 rpm
Torque: 15,5 kgfm a 4.000 rpm
Transmissão: Manual, cinco marchas, tração dianteira
Suspensão:Independente (dianteira) e eixo de torção (traseira)
Freios: Discos ventilados na dianteira e tambores na traseira
Pneus: 205/60 R16
Dimensões: 4,31 m (comprimento) / 1,76 m (largura) / 1,59 m (altura), 2,61 m (entre-eixos)
Tanque : 41 litros
Porta-malas: 432 litros
Consumo: 10,9 km/l (cidade) /12,7 km/l (estrada) com gasolina e, com etanol, 7,8 km/l na cidade e 8,9 km/l na estrada
0 a 100 km/h: 11,3 segundos
Vel. Max: 173 km/h